Acusado de abuso de poder político e econômico, petista pode ficar inelegível até 2022
De acordo com
a procuradoria, além do postulante ao Palácio Guanabara, também
responderão à ação o candidato a vice-governador Roberto Rocco (PV), os
candidatos a deputado federal Jorge Bittar (PT), Edson Santos (PT) e
André Taffarel (PT), e os candidatos a deputado estadual Gilberto
Palmares (PT) e Carlinhos Presidente (SDD). As informações da PRE também
dizem que Lindberg e os outros réus visitavam municípios com o pretexto
de saber quais as necessidades da população e colocá-las num plano de
governo. Os eventos ocorreram em espaços públicos (em Câmaras
Municipais, por exemplo) em período em que era proibido fazer campanha eleitoral.
A ação cita, ainda, uma série de postagens na página da Caravana da Cidadania no Facebook,
e contém vídeos e trechos de discursos dos candidatos que mostram o
caráter eleitoreiro do movimento, onde eram feitas promessas para o
público, caso Lindberg fosse eleito.
“As promessas feitas especificamente aos
eleitores mais carentes visam cooptar votos, ainda que indiretos,
daqueles que anseiam por melhores condições de vida”,
avaliou o procurador regional eleitoral, Paulo Roberto Bérenger. Para o
procurador regional eleitoral, eventos como a Caravana da Cidadania têm
alto custo e caracterizam abuso de poder econômico por potencialmente
desequilibrarem a disputa eleitoral.“A atividade nitidamente eleitoreira, travestida de caráter social, se presta a subtrair da Justiça Eleitoral a análise dos verdadeiros custos que uma campanha eleitoral tem. Os custos financeiros dessas intermináveis viagens e reuniões jamais integram as prestações de contas dos candidatos. Não se podendo negar, no entanto, tratar-se de atividade altamente lucrativa do ponto de vista eleitoreiro”, concluiu o procurador.
Sobre a acusação de abuso de poder político, no entendimento da PRE, a realização dos eventos em órgãos estatais, como as Câmaras Municipais de Mesquita e Duque de Caxias, não seria cedido caso não fossem os cargos ocupados pelos candidatos. “O abuso do poder político se configurou, portanto, com o uso indevido da função pública com a finalidade de obter votos para determinado candidato, prejudicando a normalidade e legitimidade das eleições”, explicíta a ação, que está sendo analisada pelo Tribunal Regional Eleitoral no Rio de Janeiro.
Procurada, a assessoria jurídica do candidato informou que Lindberg está convicto de que a ação promovida pela PRE "alegando suposto uso de poder econômico e político" não possui fundamento jurídico.
A assessoria informa, ainda, que esta versão da Caravana da Cidadania é uma reedição do evento, antes realizado pelo presidente Lula em 1993 e 1996. O objetivo, segundo a nota, "é diagnosticar potencialidades e desafios regionais, construindo a pauta local a partir de narrativas da população, com foco nos desafios de inclusão social e cidadania".
Lindberg, ainda na nota, diz "respeitar a atuação do Ministério Público Eleitoral, mas espera que a Procuradoria Eleitoral dê o mesmo tratamento e atue com vigor ante as gravíssimas denúncias já constatadas pela Justiça Eleitoral, de abuso de poder, uso da máquina pública e compra de votos praticadas pelos candidatos Anthony Garotinho e Luiz Fernando Pezão, todas comunicadas formalmente ao Ministério Público Eleitoral".
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