A BMW utilizada por Antônio Carlos Gomes de Oliveira, suspeito de homicídio doloso por dirigir em alta velocidade, fugir da polícia e bater no carro em que estava o baterista Jailson Bezerra, não poderia circular em vias públicas. Segundo o perito Robson Félix, do setor de engenharia forense do Instituto de Polícia Científica (IPC), o carro de luxo do suspeito tinha modificações suficientes para caracterizá-lo como carro de competição.
O crime aconteceu no domingo (24), em um cruzamento no bairro de Manaíra, em João Pessoa. Antônio Carlos desrespeitou a ordem de parada dos policiais, por dirigir perigosamente, e seguiu em alta velocidade. Após passar por vários cruzamentos desrespeitando a preferência, atingiu o carro da vítima, que bateu em outro veículo. O suspeito foi preso em flagrante e o baterista morreu ainda no local.
A perícia no veículo começou na segunda-feira (25) e foi concluída nesta terça-feira (26) pela manhã. “Encontramos uma série de modificações nos sistemas do veículo cujo objetivo era o aumento de potência e torque”, diz o perito.
Segundo Robson, o carro tinha uma injeção reprogramável, com seis bicos extra; um galão de metanol com sistema de bomba injetora instalada no porta malas; e alterações na turbina, que não era original.
“O metanol não é um combustível regulamentado e é totalmente proibido. Essa bomba injetava metanol no sistema do carro com a finalidade de aumentar a potência. De fábrica, este carro tem 220 cavalos de potência, mas com este nível de alteração que foi feito, seguramente a potência dele estaria entre 500 e 600 cavalos”, explica o perito.
Robson explica ainda que não foi possível calcular a velocidade do carro no momento do acidente, uma vez que o carro da vítima colidiu com outro carro e isso impede o cálculo. “Estamos estudando fazer a retirada do módulo do air bag do carro pois lá têm informações sobre a velocidade do impacto”, completa.
O corpo de Dainha Batera, como era conhecido Jailson, foi enterrado na segunda-feira (25). A Justiça converteu a prisão em flagrante de Antônio Carlos em prisão preventiva. Ele está detido na carceragem da Central de Polícia Civil, por causa da pandemia. O suspeito já responde a crimes de estelionato no Acre e em Tocantins.
Da Redação com G1
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