sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

MPT já investiga denuncia de semi-escravidão em obra do Centro de Convenções

Operários foram recrutados no estado do Maranhão


O procurador chefe do Ministério Público do Trabalho da Paraíba, Eduardo Varandas, esteve no canteiro de obras do Centro de Convenções em João Pessoa depois que foi noticiado um protesto de operários que denunciaram estar trabalhando em regime de semi-escravidão. Varandas disse que vai investigar o caso a fundo, mas já pediu para que a Via Engenharia providencie abrigo e alimentação para os trabalhadores e que pague todos os direitos.
Durante vistoria no início da tarde de hoje, o procurador detectou aliciamento de cerca de 90 trabalhadores do Maranhão e do Piauí. "Os trabalhadores chegaram a pagar a passagem para vir trabalhar aqui, o que também é ilegal".
Entenda o caso:
Um grupo de trabalhadores que participam da construção do Centro de Convenções em João Pessoa realizam um protesto em frente a obra neste momento na PB 008 próximo a praia de Jacarapé. De acordo com as primeiras informações, os trabalhadores dizem que são do estado do Maranhão e estavam vivendo em regime de semi-escravidão no canteiro de obras, sem comida e água suficiente.
Um dos trabalhadores informou que foram recrutados no Maranhão para trabalhar na construção de um estádio de futebol na Paraíba e pagaram R$ 200 cada um a uma agência de empregos no estado de origem. Chegando aqui foram encaminhados para trabalhar na construção da ampliação do Estação Ciência e no Centro de Convenções.
Eles informaram também que passaram a primeira noite em ônibus e o dia seguinte no meio da rua. Apensa na segunda noite em solo paraibano foram levados para uma casa na Avenida João Machado, segundo ele sem condições de habitação e tiveram que pagar pela alimentação.
Ao discordar as condições de trabalho e de vida, eles iniciaram um protesto dentro do canteiro de obras do Centro de Convenção, mas acabaram expulsos pela Construtora Via Engenharia, responsável pela contratação.
Os operários garantem que vão ficar em frente a obra até que tenhas suas reivindicações atendidas. Eles querem receber os dias trabalhados e quebra de contrato, serem ressarcidos das despesas com alimentação e dos R$ 200 que pagaram a agência e a passagem de volta.


Da Redação Com WSCOM Online

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