sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dubai diz que moratória é necessária para enfrentar 'fardo da dívida'

Governo anunciou intenção de atrasar pagamento de dívida com bancos.
Mercados caíram em todo o mundo, motivados por medo do calote.



O governo de Dubai tentou tranquilizar os mercados nesta quinta-feira (26) afirmando que seu pedido de moratória do pagamento da dívida da estatal Dubai World é necessária para "encarar o fardo da dívida".





"Entendemos as preocupações do mercado e dos credores", declarou em comunicado o presidente do Comitê fiscal supremo, xeque Ahmed ben Said al-Maktum. Entretanto, tivemos que intervir devido à necessidade de empreender uma ação decisiva para encarar o fardo da dívida", explicou.

Foto: AFP

Foto de arquivo de setembro mostra rede de metrô em Dubai. (Foto: AFP)

Na quarta-feira (25), o governo disse que vai pedir adiamento do pagamento de parte da sua dívida, o que espalhou pelos mercados o medo de que a inadimplência afete bancos expostos à investimentos ligados a Dubai.




O governo de Dubai tentou tranquilizar os mercados nesta quinta-feira afirmando que seu pedido de moratória do pagamento da dívida da estatal Dubai World é necessário para "encarar o fardo da dívida".






Reação negativa
Diante do anúncio, vários mercados internacionais fecharam em baixa nesta quinta-feira - entre eles o brasileiro - com medo de que a inadimplência afete bancos que estavam expostos àquela região.

Os riscos de falência do Emirado de Dubai reavivam as inquietações sobre a saúde financeira de alguns países, em especial da Europa do Leste, esmagados pelo endividamento público e enfraquecidos pela recessão mundial.

A falência de um Estado não é algo frequente. A última aconteceu em 2001, quando a Argentina se declarou inacapaz de honrar os pagamentos de sua dívida externa, fomentando graves tumultos sociais e abrindo uma crise que se alastrou por vários anos.




Porém, com a recessão, o risco desse cenário volta a ameaçar. Obrigados a socorrer os contribuintes e os bancos, os estados contraíram empréstimos com os mercados para financiar seus déficits. De acordo com a agência Moody's, a dívida pública mundial vai aumentar 45% entre 2007 e 2010.

Em consequência, os mercados podem deixar de comprar títulos de dívida pública e as obrigações emitidas por alguns Estados, ameaçando seu abastecimento de dinheiro.




"Os problemas surgem quando os mercados perdem confiança na capacidade de um país de pagar sua dívida", resumiu o economista Juan Carlos Rodado, da Natixi

Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Edição de Texto: Rafaela Soares
Fotos : Central Conde de Jornalismo
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