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O presidente, que preferiu não falar com a imprensa, deixou a sessão com olhos vermelhos e um lenço na mão. Segundo um assessor, ele teria se emocionado em diversos trechos do filme, exibido a cerca de 2 mil pessoas que lotaram os antigos estúdios Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, seu berço político.
A produção já havia sido exibida no Recife e em Brasília, mas Lula optou em assisti-la pela primeira vez na região que lhe deu projeção nacional como líder sindicalista.
Cinebiografia dirigida por Fábio Barreto fez sua estreia em Brasília.
Com Glória Pires, filme deve alcançar mais de 400 salas de cinema.
Foi numa sala de cinema lotada por mais de 1.500 pessoas – entre convidados, políticos, artistas e imprensa – muitas delas sentadas no chão, que o cineasta Fábio Barreto promoveu a primeira sessão de “Lula, o filho do Brasil”, na noite desta terça-feira (17), durante o Festival de Brasília.
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Baseada no livro homônimo de Denise Paraná, a cinebiografia do presidente da República reconta sua infância pobre em Pernambuco e a mudança para São Paulo, recria a relação próxima e afetiva com a mãe, Dona Lindu, e retrata o sindicalista que mobilizava multidões.
“Lula, o filho do Brasil” busca, em suas mais de duas horas de duração, identificação com o povo brasileiro. Mostra que o atual presidente já foi metalúrgico, mas também vendeu laranjas e engraxou sapatos quando criança. Sofria com a agressividade do pai alcoólatra e perdeu muito do que tinha durante uma enchente. Foi mal-atendido num hospital público. E por vezes ficou desempregado em tempos de crise econômica.
Mostra também o garoto fanático pelo Corinthians, que adorava jogar bola com os amigos. E o sonho de estudar, ter uma profissão e a carteira assinada.
Também realça as raízes nordestinas do presidente, que, como milhões de brasileiros, deixou sua terra natal sonhando com uma vida melhor do Sudeste. “Todos nós somos um Lula”, diz o filme, a certa altura.
Rui Ricardo Diaz protagoniza a cinebiografia 'Lula, o filho do Brasil', que abre a mostra. (Foto: Divulgação)
Novo estouro do cinema nacional
E é justamente em todos os Lulas do Brasil que o diretor Fábio Barreto deposita suas esperanças de transformar o filme no novo estouro do cinema nacional. A receita foi seguida com empenho, à exaustão.O formato de “Lula, o filho do Brasil” é muito semelhante a um dos fenômenos atuais do repertório cinematográfico brasileiro: “Dois filhos de Francisco”, de 2005, um longa-metragem que retratou a vida também sofrida dos cantores Zezé Di Camargo e Luciano. (A dupla, aliás, fez showmícios para Lula na campanha presidencial de 2002.)
O drama sertanejo se transformou em uma das maiores bilheterias do cinema nacional desde a retomada com uma história que mostra pobreza, sofrimento, talento, carisma e superação. Tudo levado por uma trilha sonora popular, recheada de versões clássicas. E potencializado por um elenco de nomes fortes e querido do grande público.
Barreto escolheu, para o papel de Lula, apostar no estreante Rui Ricardo Diaz –que apesar da falta de semelhanças físicas com o presidente, consegue reproduzir com perfeição sua voz, entonação e a forma inconfundível de discursar.
Mas o cineasta trouxe também para seu elenco Glória Pires – a estrela de “Se eu fosse você”, cuja segunda parte recentemente bateu todos os recordes, sagrando-se a maior bilheteria do cinema brasileiro.
Definindo o próprio filme como “obra de arte” e negando com veemência questionamentos a respeito de uma eventual influência de “Lula, o filho do Brasil” nos resultados das próximas eleições, o cineasta Fábio Barreto prepara-se agora para mais algumas pré-estreias (deve acontecer pelo menos uma em Pernambuco e outra em São Bernardo do Campo) e então para chegar aos cinemas com um lançamento que promete seguir os moldes hollywoodianos.
A cinebiografia estreia em janeiro e deve ocupar entre 400 e 500 salas de cinema, número escandaloso para uma produção nacional – para se ter uma ideia, o apocalíptico “2012” entrou em cerca de 550 salas.
O orçamento de “Lula, o filho do Brasil” é igualmente alto para os padrões nacionais – cerca de R$ 16 milhões. Mas assim que o filme começa, antes dos créditos, uma mensagem já trata de esclarecer que o filme foi feito sem leis de incentivo nem apoio de governo municipal, estadual ou federal.
Vou dizer para voces, eu assistir o trailler e gostei muito é um filme que vai entrar na história do cinema Brasileiro.
Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Edição de Texto: Rafaela Soares
Fotos : Central Conde de Jornalismo