quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Represas de São Paulo têm maior cheia da história

Chuvas fazem sistema Cantareira, criado em 1936, atingir 99%





O sistema Cantareira – composto por cinco represas que abastecem metade da população da região metropolitana – atingiu nesta terça-feira (26) 99% de seu total, índice inédito desde 1936, quando foi criado. Com isso o risco de águas desses reservatórios voltarem para os rios e esses subirem de nível e atingirem casas é uma questão de tempo.

As chuvas que atingiram os rios e as represas no sistema Cantareira também são recorde, segundo informou nesta terça-feira (26) a Sabesp (estatal de saneamento ligada ao governo do Estado de São Paulo). O acumulado do mês registrado até esta terça é de 374,7 mm, 46% acima da média para o mês, de 255,9 mm. Esse índice foi informado antes das chuvas que voltaram a castigar a região metropolitana nesta terça-feira, que alagou as marginais.





O sistema de abastecimento de água na região metropolitana de São Paulo é formado por oito complexos de represas que produzem juntas 65 mil litros de água por segundo, suficientes para abastecer 18,6 milhões de pessoas residentes em 33 cidades da região metropolitana. O maior desses sistemas é o Cantareira.

O superintendente de produção de água da região metropolitana da Sabesp, Hélio Luiz Castro, afirmou que a situação é resultado de chuvas intensas que ocorreram em dezembro de 2009 e janeiro de 2010. Ele avalia como positiva a atuação das represas.

- Está chegando muito mais água do que saindo. Até hoje as represas têm ajudado e muito a reduzir o problema de enchente.

A lógica é a seguinte: como a represa reserva parte da água que passa pelo rio, ela acaba por reduzir de certo modo o nível do rio. Se ela não existisse toda a água circularia apenas no rio e os estragos contabilizados agora poderiam ser maiores.

Importância – A preocupação maior com o sistema Cantareira, formado por cinco represas, se traduz em número.











Formada pelos reservatórios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri, o sistema produz 33 mil litros de água por segundo. Esse volume abastece 8,1 milhões de pessoas em áreas das zonas nortes, centro e parte da leste e oeste de São Paulo e ainda as cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul, e parte de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.







Esses reservatórios são planejados para funcionar até 150 anos. Cheias e períodos de estiagem são planejados. Até a situação atual, de descarregar água, também. O que chama atenção, entretanto, é que, aos 64 anos, elas já atingirem praticamente o nível máximo.
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