Estrutura e organização do maior partido do país devem beneficiar a presidenciável petista
José Henrique Lopes, do R7
A indicação de Michel Temer como vice na chapa de Dilma Rousseff
impulsiona a candidatura da petista e rende frutos ao PMDB
impulsiona a candidatura da petista e rende frutos ao PMDB
Com a indicação neste sábado (12) de Michel Temer para compor a chapa da presidenciável petista, Dilma Rousseff, o PMDB colocará a serviço do aliado a maior estrutura partidária do país. São 91 deputados federais, 17 senadores, nove governadores, 1.201 prefeitos e dois milhões de filiados. A colaboração, no entanto, terá um preço. Ao emprestar sua poderosa máquina, a sigla mira alto. Quer consolidar uma aliança que teve início em 2006, mas dessa vez ocupando o segundo cargo na hierarquia da política brasileira. Veja também: Serra se apoia em currículo político forte, aposta todas as fichas nesta eleição, mas esbarra em falta de vice
Para o cientista político José Paulo Martins, da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), trata-se da maior coalizão já criada desde a redemocratização. Uma dobradinha, segundo ele, que poderá render votos à candidata petista, mas não necessariamente devido à imagem pessoal de Temer, “um político discreto, que não desperta paixões”. O essencial, neste caso, é o alto grau de inserção do PMDB em praticamente todas as regiões do país.
- [Essa aliança] dá uma organização que nenhuma outra candidatura já teve no Brasil. Nem mesmo a aliança PSDB-PFL (atual DEM) era tão forte em termos de organização como é a aliança PT-PMDB.
Se, por um lado, Dilma poderá lucrar nas urnas, o PMDB vê a parceria como politicamente estratégica. Prova disso, diz o professor Claudio Couto, do Departamento de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), é a própria indicação de Temer, presidente nacional da sigla e da Câmara dos Deputados, e não a do titular do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiou recentemente ao PMDB e era o nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- O Meirelles estaria lá por ser o Meirelles, e não por ser um homem do partido. O Temer, mais do que qualquer um, é o homem do partido. Ele atrai o apoio institucional do partido.
Hoje aliados, PMDB e PT atuavam em campos opostos até pouco tempo atrás. Nos anos 90, Temer e sua sigla, que costuma carregar a fama de estar sempre em busca de cargos, integravam a base de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do rival PSDB.
Na opinião de Martins, atualmente interessa ao PMDB unir-se ao PT não apenas na Presidência, mas também nos Estados, onde candidatos tentarão colar sua imagem ao popular e bem avaliado governo Lula. No Maranhão e em Minas Gerais, além disso, os diretórios estaduais do PT foram atropelados pela cúpula nacional do partido, que impôs o sacrifício de candidaturas próprias para apoiar os nomes de Roseana Sarney e Hélio Costa, respectivamente.
- Já é um partido forte, tendo ainda um apoio do governo, tende a se fortalecer ainda mais.
O especialista recorda, porém, que embora seja o maior e mais organizado partido do país, o PMDB é também muito fragmentado. Seus diretórios estaduais agem tradicionalmente com um alto grau de autonomia, e sinais disso têm vindo de Estados nos quais a aliança nacional não se concretizou.
É o caso de São Paulo, onde o presidente estadual da sigla, Orestes Quércia, anunciou apoio ao tucano José Serra, adversário de Dilma na disputa pelo Planalto. Para o professor da FESPSP, a presença de Temer será essencial nessas situações, pois caberá a ele trabalhar para tentar desmobilizar a militância que estiver pendendo para o lado do PSDB.
- Temer foi a melhor opção para unir o partido. Em São Paulo, [ele] vai obrigar o partido a se engajar mais, garantindo que uma parte esteja ao lado da Dilma ou no mínimo em uma posição de neutralidade. Neste sábado (12), o PMDB oficializou Temer como vice de Dilma e neste domingo (13) o PT confirma a candidatura da ex-ministra para suceder Lula.
Da Redação Com R7
Para o cientista político José Paulo Martins, da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), trata-se da maior coalizão já criada desde a redemocratização. Uma dobradinha, segundo ele, que poderá render votos à candidata petista, mas não necessariamente devido à imagem pessoal de Temer, “um político discreto, que não desperta paixões”. O essencial, neste caso, é o alto grau de inserção do PMDB em praticamente todas as regiões do país.
- [Essa aliança] dá uma organização que nenhuma outra candidatura já teve no Brasil. Nem mesmo a aliança PSDB-PFL (atual DEM) era tão forte em termos de organização como é a aliança PT-PMDB.
Se, por um lado, Dilma poderá lucrar nas urnas, o PMDB vê a parceria como politicamente estratégica. Prova disso, diz o professor Claudio Couto, do Departamento de Gestão Pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas), é a própria indicação de Temer, presidente nacional da sigla e da Câmara dos Deputados, e não a do titular do Banco Central, Henrique Meirelles, que se filiou recentemente ao PMDB e era o nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- O Meirelles estaria lá por ser o Meirelles, e não por ser um homem do partido. O Temer, mais do que qualquer um, é o homem do partido. Ele atrai o apoio institucional do partido.
Hoje aliados, PMDB e PT atuavam em campos opostos até pouco tempo atrás. Nos anos 90, Temer e sua sigla, que costuma carregar a fama de estar sempre em busca de cargos, integravam a base de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do rival PSDB.
Na opinião de Martins, atualmente interessa ao PMDB unir-se ao PT não apenas na Presidência, mas também nos Estados, onde candidatos tentarão colar sua imagem ao popular e bem avaliado governo Lula. No Maranhão e em Minas Gerais, além disso, os diretórios estaduais do PT foram atropelados pela cúpula nacional do partido, que impôs o sacrifício de candidaturas próprias para apoiar os nomes de Roseana Sarney e Hélio Costa, respectivamente.
- Já é um partido forte, tendo ainda um apoio do governo, tende a se fortalecer ainda mais.
O especialista recorda, porém, que embora seja o maior e mais organizado partido do país, o PMDB é também muito fragmentado. Seus diretórios estaduais agem tradicionalmente com um alto grau de autonomia, e sinais disso têm vindo de Estados nos quais a aliança nacional não se concretizou.
É o caso de São Paulo, onde o presidente estadual da sigla, Orestes Quércia, anunciou apoio ao tucano José Serra, adversário de Dilma na disputa pelo Planalto. Para o professor da FESPSP, a presença de Temer será essencial nessas situações, pois caberá a ele trabalhar para tentar desmobilizar a militância que estiver pendendo para o lado do PSDB.
- Temer foi a melhor opção para unir o partido. Em São Paulo, [ele] vai obrigar o partido a se engajar mais, garantindo que uma parte esteja ao lado da Dilma ou no mínimo em uma posição de neutralidade. Neste sábado (12), o PMDB oficializou Temer como vice de Dilma e neste domingo (13) o PT confirma a candidatura da ex-ministra para suceder Lula.
Da Redação Com R7