quarta-feira, 9 de junho de 2010

Reportagem pode incitar exploração sexual

Reportagem pode incitar exploração sexual 


Reportagem do SBT sobre prostituição infantil em CG pode incitar ploriferação da prática com menores

Vereador diz que materia sobre prostituição infantil repercutiu negativamente para Campina Grande e foi veiculada em período de turismo o que pode implicar numa ploriferação ainda maior

O jornalista Roberto Cabrini do programa SBT Repórter esteve em Campina Grande, na última segunda-feira, para fazer uma matéria a respeito da prostituição infantil. Tamanha foi à exposição das crianças e das famílias envolvidas, que culminou na indignação de parte da população campinense, sobretudo do vereador Olímpio Oliveira (PMDB). Para ele, a matéria teve um cunho impactante e foi desenvolvida no momento em que a cidade vive o seu principal evento turístico, o que pode significar uma proliferação ainda maior desse tipo de “comércio”.


"O repórter foi infeliz na sua abordagem, expondo locais onde as crianças fazem comércio, seus familiares e pondo em risco a vida dessas meninas. Parece que foi feito um pequeno comercial de cunho publicitário para que essas crianças estejam sob a mira dos turistas e que eles podem contar com mais essa 'atração turística'. Ainda não acredito que uma reportagem como essa, tenha sido permitida num momento chave como o que estamos passando no momento", comentou.

Olímpio Oliveira acredita que a matéria trouxe prejuízo para a cidade, porque houve uma exposição negativa na mídia nacional. Mas de maneira mais criteriosa, o vereador declarou que o impacto causado na sociedade é estarrecedor e a falta de oportunidades para estas famílias faz com que a cada dia o problema da prostituição infantil tenha índices alarmantes de crescimento. “Por trás de cada criança daquela, existe uma família abandonada e minha indignação de cidadão é do sistema político, envolvendo as três esferas, que é lamentavelmente de muita omissão, que permite que uma situação dessas perdure”, disse.

O vereador acrescentou que a prostituição infantil em Campina Grande não é novidade, mas ainda perdura e ele acredita que os agentes políticos devem dar oportunidades às famílias daquelas crianças para que elas possam ter um futuro melhor. “Todas aquelas pessoas envolvidas com a prostituição infantil são vítimas de um sistema cruel, não apenas as meninas, mas seus familiares. O jornalista veio, fez sua matéria e agora nós temos famílias marginalizadas nas suas próprias comunidades e se elas tinham um problema, agora elas têm um problema ainda maior devido a exposição que sofreram”, analisou.

A preocupação agora, na opinião de Olímpio Oliveira é o que pode ser oferecido como saída para as crianças e para as famílias envolvidas com a prostituição infantil? Para ele, é necessário que se faça política de maneira cívica, políticas públicas de inclusão, oferecendo desta forma oportunidades iguais à população. “Democracia é direito a oportunidades iguais”, frisou.


Da Redação Com Simone Duarte

PB Agora 
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