Previsão mínima é que corpo chegue a Boa Ventura na noite da quarta.
Companheira e enteado de paraibano foram enterrados em São Paulo.
Ainda de acordo com Francisco, os gastos com o translado do corpo foram custeados pela empresa responsável pelo trem que descarrilou. O velório e enterro devem acontecer também em Boa Ventura.
Francinaldo estava trabalhando formalmente em uma empresa de construção há oito meses, segundo o irmão. Ele morava em São Paulo com a companheira, Graziela Joaquim dos Santos, de 27 anos, que estava grávida de dois meses, e também com o filho dela, Kauan, de 6 anos. Eles iriam casar e passar a morar juntos na próxima semana.
Amigos e familiares acompanham o enterro de
Graziela (Foto: Marcos Lavezo/G1)
Os corpos de Graziela e de Kauan foram enterrados na tarde desta
segunda-feira (25) no cemitério São João Batista, em São José do Rio
Preto. Segundo a mãe de Graziela, a dona de casa Clauci Joaquim dos
Santos, a filha ia se mudar com Francinaldo. “Ela estava muito feliz com
a gravidez e com a mudança, eles iriam se casar e passar a morar juntos
esta semana. Eles estavam comprando os móveis e arrumando a nova casa”,
afirma a mãe.Graziela (Foto: Marcos Lavezo/G1)
Clauci também estava na casa que foi atingida por um vagão na tarde de domingo. Ela afirma que estava no quarto, dormindo com um dos netos, quando o acidente aconteceu. Clauci explicou que foi atingida por um pedaço do teto que caiu, mas conseguiu se salvar graças ao filho Carlos Joaquim dos Santos, que a resgatou. “Meu menino me puxou para me salvar e quando ele voltou para salvar o meu neto já não dava mais tempo. Quando eu vi meu neto já sabia que estava morto. Foi tudo muito rápido, eu estava dormindo e acordei com o estrondo”, diz.
O trem descarrilou perto do bairro Jardim Conceição e um dos vagões atingiu duas casas. Oito pessoas morreram no acidente, que destruiu pelo menos duas casas. Segundo a mãe das vítimas, a empresa responsável pela ferrovia irá ceder uma casa para a família, além de comprar móveis para que eles fiquem alojados. “Perdi minha filha, dois netos e o meu genro, é lógico que eu quero Justiça. Vou tentar retomar a minha vida, morar com o meu filho, que agora são só nós dois, para nos dar força um para o outro”, afirma.
O enterro de Graziela e do filho reuniu milhares de pessoas e foi marcado pela comoção e pela revolta por causa do acidente. A amiga de infância de Graziela, Micaeli Aparecida de Souza, espera que as autoridades tomem alguma providência. "Ela estava muito feliz e perder a vida assim é muito trágico. Sempre houve descarrilamentos em Rio Preto e agora, nesta tragédia, a gente espera que algo possa ser feito", afirma.
Pelo menos duas casas foram atingidas pelos
vagões no acidente em Rio Preto
(Foto: Marcos Lavezo/G1)
vagões no acidente em Rio Preto
(Foto: Marcos Lavezo/G1)
A composição, formada por nove vagões carregados com quase 1 mil toneladas de milho saiu dos trilhos e atingiu duas casas que ficam ao lado da linha. Segundo o delegado Marcelo Goulart da Silva, alguns moradores afirmaram que o maquinista estaria em alta velocidade. Um engenheiro da ALL, empresa responsável pelo trem, nega a informação. No local, região de perímetro urbano, a velocidade máxima na linha férrea é de 40 km/h. O maquinista foi levado para a delegacia para prestar depoimento. A Polícia Científica tem 30 dias para emitir o laudo com as causas do acidente, que trabalha duas hipóteses: problemas no dormente dos trilhos ou falha de freios.
Em nota ao G1, a ALL disse que "a concessionária responsável pela operação no trecho lamenta profundamente a fatalidade ocorrida e se solidariza às famílias e vítimas, a quem dará todo suporte e apoio. Por meio do centro que controla remotamente, via satélite, toda a operação, a empresa confirmou que a composição transitava dentro dos limites de velocidade do trecho. As causas do acidente serão investigadas por meio de sindicância". A empresa também afirmou que uma análise preliminar indica que o trem trafegava a uma velocidade adequada. Uma sindicância foi aberta para investigar as causas do acidente.
Mário Luiz (Carioca) com G1PB
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