Primeira
princesa da corte gay do carnaval do Rio, a dançarina transexual
Marcelly Morena, de 28 anos, ganhou uma indenização contra uma boate de
Nova Iguaçu depois que seguranças do estabelecimento a barraram na
porta. A Justiça determinou que ela receba R$ 10 mil diante do
tratamento “descortês, mal-educado e intolerável” praticado.
Marcelly conta que foi impedida de entrar na Sheik Night Boate, em Nova Iguaçu, sob a alegação de que era proibida a presença de travestis, e que a ordem do dono da casa de shows era “barrar logo na entrada”.
Diante do caso, que aconteceu em maio de 2011, Marcelly procurou a Coordenadoria da Diversidade Sexual de Mesquita, que a indicou um advogado. Ela lembra que dezenas de pessoas testemunharam o fato, o que a fez sentir mais vergonha:
— Não estava pedindo favor a ninguém, pagaria a entrada. Nunca tinha acontecido comigo. Fiquei muito mal.
A
dançarina diz ter ouvido dos seguranças que o ambiente para gays ficava
na boate em frente. O caso foi registrado na 58ª DP (Posse).
Desde o episódio, Marcelly, que morava em Nova Iguaçu, deixou de frequentar a Rua da Lama, conhecida pela concentração de bares e onde fica a boate. Ela diz até que se recusou a acompanhar seu grupo de funk, que foi convidado a se apresentar no local. Mesmo com a demora de quatro anos para o julgamento da ação, a princesa incentiva outras pessoas a lutar pelos seus direitos:
— Muita gente não entra na Justiça por falta de informação ou por vergonha.
Mesmo com o resultado favorável, Marcelly recorreu da decisão. Segundo o advogado João de Barros, o valor da indenização foi considerado baixo diante da gravidade do fato.
Os advogados da Sheik Night Boate também recorreram da sentença. Ao longo do processo, o estabelecimento alegou que Marcelly foi impedida de entrar porque estava embriagada e com um copo de vidro na mão. De acordo com os representantes da boate de Nova Iguaçu, ela ainda teria se recusado a passar pela revista.
Bem recebida em bar
A forma como Marcelly foi barrada na porta de uma boate repercutiu mal entre donos de alguns estabelecimentos da cidade. No Bar do Silvinho, no Centro, a dançarina foi recebida com entusiasmo e sob os gritos de “Vem, Verão”, numa referência a um comercial de cerveja.
— Se quiser pode voltar amanhã, depois de amanhã. Nada a ver o que fizeram — diz o dono, Silvio Diniz.
Os frequentadores apoiaram a decisão de seu Silvio.
— Uma maldade o que fizeram com ela. A vida é livre e cada um faz o que quiser com ela. Com uma mulher dessas, eu entrava até de mãos dadas na boate — brinca o pedreiro Sergio Ribeiro, de 52 anos.
Marcelly conta que foi impedida de entrar na Sheik Night Boate, em Nova Iguaçu, sob a alegação de que era proibida a presença de travestis, e que a ordem do dono da casa de shows era “barrar logo na entrada”.
Diante do caso, que aconteceu em maio de 2011, Marcelly procurou a Coordenadoria da Diversidade Sexual de Mesquita, que a indicou um advogado. Ela lembra que dezenas de pessoas testemunharam o fato, o que a fez sentir mais vergonha:
— Não estava pedindo favor a ninguém, pagaria a entrada. Nunca tinha acontecido comigo. Fiquei muito mal.
Desde o episódio, Marcelly, que morava em Nova Iguaçu, deixou de frequentar a Rua da Lama, conhecida pela concentração de bares e onde fica a boate. Ela diz até que se recusou a acompanhar seu grupo de funk, que foi convidado a se apresentar no local. Mesmo com a demora de quatro anos para o julgamento da ação, a princesa incentiva outras pessoas a lutar pelos seus direitos:
— Muita gente não entra na Justiça por falta de informação ou por vergonha.
Mesmo com o resultado favorável, Marcelly recorreu da decisão. Segundo o advogado João de Barros, o valor da indenização foi considerado baixo diante da gravidade do fato.
Os advogados da Sheik Night Boate também recorreram da sentença. Ao longo do processo, o estabelecimento alegou que Marcelly foi impedida de entrar porque estava embriagada e com um copo de vidro na mão. De acordo com os representantes da boate de Nova Iguaçu, ela ainda teria se recusado a passar pela revista.
A forma como Marcelly foi barrada na porta de uma boate repercutiu mal entre donos de alguns estabelecimentos da cidade. No Bar do Silvinho, no Centro, a dançarina foi recebida com entusiasmo e sob os gritos de “Vem, Verão”, numa referência a um comercial de cerveja.
— Se quiser pode voltar amanhã, depois de amanhã. Nada a ver o que fizeram — diz o dono, Silvio Diniz.
Os frequentadores apoiaram a decisão de seu Silvio.
— Uma maldade o que fizeram com ela. A vida é livre e cada um faz o que quiser com ela. Com uma mulher dessas, eu entrava até de mãos dadas na boate — brinca o pedreiro Sergio Ribeiro, de 52 anos.
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