quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Menino achado em cela de presídio e mais três irmãos são transferidos para abrigo

Juíza que determinou transferência disse que os pais do adolescente de 12 anos serão citados e poderão se defender, mas até lá, os filhos ficarão acolhidos


O preso com quem ele passou a noite já responde por estupro e seria "compradre" do pai do adolescente (Foto: Reprodução/G1)
O garoto de 12 anos achado em uma cela da Colônia Agrícola Major César Oliveira, em Altos, 30 km de Teresina, foi transferido com os três irmãos para um abrigo de crianças e adolescentes nesta quarta-feira (4). Segundo a juíza da Vara da Infância e da Adolescência, Maria Luiza de Moura, que determinou a transferência, a situação do menino e dos três irmãos é de extrema vulnerabilidade.
"Determinamos essa medida protetiva de acolhimento porque só de ele ter dormido no presídio com uma pessoa que responde por estupro, já é algo gravíssimo. A família ainda vai ser citada para se defender, mas até lá eles vão ser mantidos em um abrigo, porque a situação é de risco, de vulnerabilidade extrema", informou a juíza.
O pedido de transferência dos irmãos de 8, 9, 12 e 13 anos foi feito pelo Conselho Tutelar. Segundo o promotor de justiça Paulo Rubens, o cumprimento da determinação foi feito ainda na manhã desta quarta-feira.
O garoto foi achado dormindo em uma das celas do presídio no último sábado (30), por agentes penitenciários que perceberam uma movimentação suspeita no prédio. A polícia civil investiga o caso e, inicialmente, os pais do menino podem responder por abandono de incapaz e constrangimento do garoto, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).A polícia ainda apura se o menino foi vítima de estupro de vulnerável, mas em depoimento incial, ele negou qualquer abuso.
O preso com quem ele passou a noite já responde por estupro e seria "compradre" do pai do adolescente, que também já cumpriu pena por estupro no mesmo presídio. À polícia, o menino revelou inclusive que quando o pai estava preso, dormiu pela primeira vez na penitenciária, com a família.
O delegado do caso, Jarbas Lima, destacou que os depoimentos dos pais e do menino estão divergindo. Enquanto o garoto e a mãe dizem que o pai insistiu para que ele ficasse, o pai disse que foi o menino que pediu para não ir embora.

 Da Redação com G1

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