terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

BA: sobe 120 o nº de mortes na greve da PM

BA: sobe 120 o nº de mortes na greve da PM
Subiu para 120 o número de homicídios registrados pela Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom) durante a greve dos policiais militares, que começou no último dia 31 e segue sem resolução após reunião entre o governo e lideranças sindicais nesta terça-feira. Até o início da tarde, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) confirmava que os assassinatos passavam de 100, mas não dispunha de dados precisos devido à queda do sistema automatizado no qual são registradas as ocorrências.

O aumento de 25 mortes em relação ao início da noite de ontem foi confirmado ao Terra por volta das 18h45. Com isso, o número de assassinatos contabilizados durante a greve da PM se aproxima dos 175 homicídios registrados em todo mês de fevereiro de 2011. A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência em Salvador e região metropolitana. O número de homicídios dobrou em comparação ao mesmo período do ano passado. A ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas.

Em todo o Estado, eventos e shows foram cancelados. A volta às aulas de estudantes de escolas públicas e particulares, que estava marcada para 6 de fevereiro, foi prejudicada. Apenas os alunos da rede pública estadual iniciaram o ano letivo. As instituições particulares decidiram adiar o retorno dos estudantes. Para reforçar a segurança, a Bahia solicitou o apoio do governo federal. Cerca de três mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. As tropas ocupam bairros da capital e monitoram portos e aeroportos.

Os PMs amotinados estão acampados no prédio da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na avenida Paralela, em Salvador. O presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PSDB), solicitou apoio ao general da 6ª Região, Gonçalves Dias, comandante das forças de segurança que estão atuando na Bahia, para a retirada dos grevistas do edifício, que chegou a ser cercado por 600 homens do Exército e teve as luzes desligadas.

Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que comanda o movimento, suspenda a greve. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos. Cerca de 40 homens do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal (PF), foram destacados para cumprir as decisões judiciais. A categoria reivindica a criação de um plano de carreira, pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos.

Fonte: Secretaria de Segurança Pública da Bahia

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