A capital paraibana vai ganhar mais um
shopping popular. Considerado um dos mais belos cartões postais de João
Pessoa e marco da modernização da cidade, o antigo Hotel Paraíba Palace
vai inaugurar um grande centro comercial, seguindo o mesmo estilo de
seus vizinhos, Shopping Terceirão e 4&400.
Aquele que antes hospedava as figuras mais ricas do estado, abrigará agora quatro pequenos restaurantes e cerca de 180 lojas comerciais, que, disponíveis pelos quase 3,5 mil metros quadrados do antigo hotel, contarão com os mais diversos tipos de produtos. Os visitantes do novo Paraíba Palace poderão encontrar o que há de mais moderno no mundo dos bibelôs, como roupas, cosméticos, eletrônicos e outros importados.
Essa, entretanto, não é a primeira vez que o local passa por reforma. No final dos anos 80, quando ainda funcionava o hotel, foi realizada obras de melhoria que, se tivesse saído como planejado, seria, segundo muitos, a salvação de um empreendimento que há tempos estava desacreditado.
“Na época que a reforma foi feita os donos do hotel contavam com a Prefeitura de João Pessoa para transformar o que hoje é o viaduto em um estacionamento. A ideia era que se construísse uma laje para fazer o estacionamento do hotel. Mas essa mentalidade ‘paraibana demais’ impediu que fosse construído, a sabedoria paraibana não permitiu que fosse feito o estacionamento”, revelou Amaro Muniz, arquiteto responsável pelo projeto do novo Paraíba Palace.
Para o arquiteto, caso a primeira reforma tivesse sido concluída como o planejado, o desfecho do Paraíba Palace seria outro. “O hotel só entrou em falência por causa dessa falta de apoio local. O poder público é omisso, atrasado e incompetente. Agora o local está se transformando em um comercial, que também tem sua importância para a cidade”, relatou Amaro.
Não é o que pensa a arquiteta e urbanista Marcela Dimenstein. De acordo com ela, o ideal seria investir em produções culturais, o que traria maior benefício para a população e para a cidade. “Um shopping popular será mais um shopping popular. Ou deveria ser reaberto o hotel, já que não existem muitos hotéis na região, ou criar espaços de incentivo a cultura. A região do Ponto de Cem Réis é rica em história e vem passando por forte transformação, com eventos ligados a música e arte. Poderia ser criado um cinema, um teatro ou até espaços destinados a dança”, disse a arquiteta.
Marcela Dimenstein alertou para os problemas que um ambiente comercial, como shopping popular, pode causar nas pessoas, substituindo a sociabilidade por um ambiente claustrofóbico. “Quando as pessoas se fecham em um shopping elas perdem muito do convívio cotidiano. Os shoppings daqui têm uma visão muito americana, você se tranca para comprar e acaba perdendo a riqueza das pequenas coisas, como uma caminhada ou uma conversa com a pessoa ao lado”, exemplificou. A arquiteta citou exemplos de países como Holanda, Portugal e até mesmo Argentina, que transformam antigas construções, como teatros e igrejas, em bibliotecas e imensas galerias de arte.
O que pensa a população
A opinião da população é diversa. A vendedora Suênia Tavares vê com bons olhos a construção do shopping popular. “Eu acho bom porque as pessoas com pouca condição (financeira) podem fazer suas compras sem gastar muito. E melhora também as oportunidades de emprego”, disse. A aposentada Nadja Fátima, por sua vez, acredita que esse tipo de comércio anda saturado na região.
“Esses shoppings populares vivem na corda bamba. Os comerciantes sempre reclamam que não conseguem vender bem, não concordo que seja criado mais um”. Já Edivaldo Bezerra, também aposentado, tem opinião sucinta. “O que não pode é ficar parado. Por mim pode é criar qualquer coisa”, respondeu.
O novo Paraíba Palace é um empreendimento privado, construído inteiramente com recursos próprios. A previsão é que esteja concluído no primeiro semestre deste ano. Por estar localizado em uma região de tombamento, o projeto do shopping teve que passar pela aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep). A fachada do Palace receberá apenas uma nova pintura e o interior, por sua vez, será completamente reestruturado, para abrigar, além das 180 lojas, um elevador com capacidade para 20 pessoas, quatro pequenos restaurantes e uma charmosa sorveteria.
Da Redação com O Norte
Aquele que antes hospedava as figuras mais ricas do estado, abrigará agora quatro pequenos restaurantes e cerca de 180 lojas comerciais, que, disponíveis pelos quase 3,5 mil metros quadrados do antigo hotel, contarão com os mais diversos tipos de produtos. Os visitantes do novo Paraíba Palace poderão encontrar o que há de mais moderno no mundo dos bibelôs, como roupas, cosméticos, eletrônicos e outros importados.
Essa, entretanto, não é a primeira vez que o local passa por reforma. No final dos anos 80, quando ainda funcionava o hotel, foi realizada obras de melhoria que, se tivesse saído como planejado, seria, segundo muitos, a salvação de um empreendimento que há tempos estava desacreditado.
“Na época que a reforma foi feita os donos do hotel contavam com a Prefeitura de João Pessoa para transformar o que hoje é o viaduto em um estacionamento. A ideia era que se construísse uma laje para fazer o estacionamento do hotel. Mas essa mentalidade ‘paraibana demais’ impediu que fosse construído, a sabedoria paraibana não permitiu que fosse feito o estacionamento”, revelou Amaro Muniz, arquiteto responsável pelo projeto do novo Paraíba Palace.
Para o arquiteto, caso a primeira reforma tivesse sido concluída como o planejado, o desfecho do Paraíba Palace seria outro. “O hotel só entrou em falência por causa dessa falta de apoio local. O poder público é omisso, atrasado e incompetente. Agora o local está se transformando em um comercial, que também tem sua importância para a cidade”, relatou Amaro.
Não é o que pensa a arquiteta e urbanista Marcela Dimenstein. De acordo com ela, o ideal seria investir em produções culturais, o que traria maior benefício para a população e para a cidade. “Um shopping popular será mais um shopping popular. Ou deveria ser reaberto o hotel, já que não existem muitos hotéis na região, ou criar espaços de incentivo a cultura. A região do Ponto de Cem Réis é rica em história e vem passando por forte transformação, com eventos ligados a música e arte. Poderia ser criado um cinema, um teatro ou até espaços destinados a dança”, disse a arquiteta.
Marcela Dimenstein alertou para os problemas que um ambiente comercial, como shopping popular, pode causar nas pessoas, substituindo a sociabilidade por um ambiente claustrofóbico. “Quando as pessoas se fecham em um shopping elas perdem muito do convívio cotidiano. Os shoppings daqui têm uma visão muito americana, você se tranca para comprar e acaba perdendo a riqueza das pequenas coisas, como uma caminhada ou uma conversa com a pessoa ao lado”, exemplificou. A arquiteta citou exemplos de países como Holanda, Portugal e até mesmo Argentina, que transformam antigas construções, como teatros e igrejas, em bibliotecas e imensas galerias de arte.
O que pensa a população
A opinião da população é diversa. A vendedora Suênia Tavares vê com bons olhos a construção do shopping popular. “Eu acho bom porque as pessoas com pouca condição (financeira) podem fazer suas compras sem gastar muito. E melhora também as oportunidades de emprego”, disse. A aposentada Nadja Fátima, por sua vez, acredita que esse tipo de comércio anda saturado na região.
“Esses shoppings populares vivem na corda bamba. Os comerciantes sempre reclamam que não conseguem vender bem, não concordo que seja criado mais um”. Já Edivaldo Bezerra, também aposentado, tem opinião sucinta. “O que não pode é ficar parado. Por mim pode é criar qualquer coisa”, respondeu.
O novo Paraíba Palace é um empreendimento privado, construído inteiramente com recursos próprios. A previsão é que esteja concluído no primeiro semestre deste ano. Por estar localizado em uma região de tombamento, o projeto do shopping teve que passar pela aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba (Iphaep). A fachada do Palace receberá apenas uma nova pintura e o interior, por sua vez, será completamente reestruturado, para abrigar, além das 180 lojas, um elevador com capacidade para 20 pessoas, quatro pequenos restaurantes e uma charmosa sorveteria.
Da Redação com O Norte
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