'Sirene só apitou quando casas estavam destruídas', disse morador.
Neste sábado, vizinhos do bairro Fonte Santa contabilizam prejuízos.
Lucia, no centro da foto, contabiliza o prejuízo com a destruição causada pela chuva (Foto: Tássia Thum/G1)
Moradores de alguns bairros de Teresópolis, cidade na Região Serrana do Rio de Janeiro atingida por uma forte tempestade na sexta-feira (6), contaram ao G1 neste sábado (7) que a sirene de alerta para temporais demorou a tocar. "A sirene só apitou quando as casas já estavam destruídas, após a água invadir até a escola que servia de abrigo para quem mora em áreas de risco”, contou John Herbert Pitazzo, de 18 anos, que teve a casa no bairro Fonte Santa alagada.
Até o começo desta tarde, Defesa Civil contabilizava cinco mortos, 414 desabrigados ou desalojados e pelo menos um desaparecido em decorrência da chuva de sexta.
O G1 ouviu reclamações sobre a sirene nos bairros de Santa Cecília, Revolta, Caxangá e Quinta Lebrão. Procurada, a assessoria de imprensa da Defesa Civil do estado informou às 12h50 que iria apurar o que aconteceu antes de se posicionar. A equipe de reportagem não conseguiu contato com a Defesa Civil de Teresópolis.
Essa não foi a primeira vez que John Herbert teve a casa invadida pela água da chuva. “No ano passado, a minha casa também ficou cheia de água, então começamos a fazer uma obra para aumentar o nível, mas não adiantou, a água invadiu mesmo assim”, disse o jovem.
Sirene no bairro Caxangá demorou a tocar, diz
moradora (Foto: Tássia Thum/G1)
Moradora do bairro Caxangá, Tânia Maria de Jesus, de 32 anos, também
reclamou que houve falha na sirene. "A sirene fica ao lado da minha casa
e aqui só tocou depois que já estava tudo alagado. Liguei para o Corpo
de Bombeiros e para a Defesa Civil para falar da queda de uma barreira
ao lado da minha casa, mas eles disseram que estavam dando prioridade no
atendimenro nos locais com vitimas. Fiquei com a impressão de que eles
não estavam preparados para mais uma tragédia em Teresópolis", afirmou.moradora (Foto: Tássia Thum/G1)
A tia de John Herbert, a cabelereira Lúcia Regazzo Pitasso, de 55 anos, também moradora da Fonte Santa, também se queixou que a sirene demorou a tocar. Nesta manhã, ela contabilizava os prejuízos em sua casa, invadida por chuva e lama durante o temporal. A água destruiu a varanda e o quarto da residência. Os eletrodomésticos comprados recentemente também foram perdidos para a enchente.
Lúcia contou que o rio vizinho à sua casa transbordou e alagou todos os imóveis da Rua Tancredo Neves. Sem refúgio, ela correu para a Rodovia Rio-Bahia, que corta o bairro, com receio que deslizamentos de terra atingissem sua casa. (Veja o depoimento de Lúcia no vídeo acima)
“Algumas pessoas procuraram abrigos em terraços, mas quem não tinha, teve que ir para o meio da estrada esperar a água baixar. O rio transbordou no final da tarde e só consegui voltar para a casa já no final da noite”, explicou Lúcia.
A cabelereira conta que o portão de ferro e a cerca não aguentaram a força da água e cederam. A marca da água está no topo das paredes da casa.
Rio transbordou e alagou todos os imóveis da Rua Tancredo Neves (Foto: Tássia Thum/G1)
Rafaela Soares com G1 RJ
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