segunda-feira, 2 de abril de 2012

Roger Waters enche Morumbi no primeiro show de 'The Wall' em SP

Ex-Pink Floyd dedicou mais uma vez a apresentação a Jean Charles.
Ele volta ao estádio na terça-feira (3) para o último show da turnê no Brasil.

No primeiro show em São Paulo da turnê comemorativa dos 30 anos de lançamento do disco "The wall", Roger Waters apresentou sua obra para um público que demonstrou muito mais reverência do que euforia em pouco mais de duas horas de espetáculo.
Os fãs, que encheram o estádio do Morumbi neste domingo (1º), cantaram "Another Brick in the Wall" e "Comfortably Numb" com entusiasmo. Na maior parte das outras 24 músicas, no entanto, pareciam mais interessados em contemplar cada pedaço dos 424 tijolos do muro que é construído e derrubado no decorrer do show e toma conta do palco.
Ex-líder do Pink Floyd abre o show em São Paulo (Foto: Flavio Morais/G1)Ex-líder do Pink Floyd abre o show em São Paulo neste domingo no Morumbi (Foto: Flavio Morais/G1)
Os discursos do ex-Pink Floyd, em português, foram exatamente os mesmos lidos em Porto Alegre, no último domingo (25); e no Rio de Janeiro, na quinta-feira (29). São frases como "Gostaria de dedicar este concerto a Jean Charles, sua família e sua luta por verdade e justiça", em alusão ao brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por policiais britânicos em Londres, em 2005, ao ser confundido com um terrorista.
A apresentação começou às 19h45, com 15 minutos de atraso, e tem uma estrutura que faz valer o preço do ingresso. Quando se lembra que a entrada para a pista premium custava impressionantes R$ 900, a afirmação ganha mais força.
Centenas de pessoas mortas em conflitos têm suas imagens exibidas nos tijolos do gigantesco muro erguido durante o show (Foto: Flavio Morais/G1)Centenas de pessoas mortas em conflitos têm suas imagens exibidas nos tijolos do gigantesco muro erguido durante o show (Foto: Flavio Morais/G1)
Números (o muro tem 137 metros de largura, 11 de altura e 5,5 de profundidade) e infográficos conseguem dar uma prévia do que é a parede erguida no palco, mas com o jogo de luzes, os efeitos sonoros, fogos de artifício, bonecos, animações, projeções e, claro, a obra criada por Waters, tudo parece maior e mais embasbacante.
O clássico álbum duplo lançado em 1979 toma forma no palco graças a esses recursos. Serve como um alento para os que pensam que uma coleção de canções pode ter um conceito, fazer um sentido. E não ser apenas uma espécie de "mixtape" fuleira ou um amontoado de singles somado a sobras de estúdio infinitamente menos inspiradas.
Roger Waters volta a cantar todas as canções de "The Wall", seguindo a mesma sequência do álbum, em um segundo show no Morumbi, na próxima terça-feira (3).

Rafaela Soares com G1

Um comentário:

  1. Olá Rafaela!
    É um grande show!
    Abraços.
    Tenha uma excelente semana!
    Convido para que leia e comente “O COMEÇO DO FIM DO MUNDO” no http://jefhcardoso.blogspot.com/

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