Fotos: Aguinaldo Mota
Ivan e a esposa Maria de Lourdes Silva afirmaram que estavam inscritos no programa há anos, e alegaram que uma das casas ofertadas - que havia sido entregue ao homem que procurou moveu a ação de reintegração de posse - foi abandonada desde os primeiros dias da entrega, que foi realizada no governo Cássio Cunha Lima.
"Ele tentou comercializar a casa. Disseram que queria vender por R$3mil. Como passaram 18 dias e ele não entrou na casa, decidimos lavá-la e morar lá", completa Ivan. A família se manteve na casa, e segundo informaram, foram orientados por servidores da Cehap a se manterem na residência. Só depois de dois meses, o primeiro proprietário apareceu para reivindicar a moradia. "Ele procurou a casa depois de dois meses. Reivindicou na Ceap, e por lá eles perguntaram se ele tinha esposa ou família. Ele respondeu que não, e o pessoal da Ceap decidiu que nós continuaríamos, e que ele não tinha mais direito já que tinha abandonado o imóvel".
A família se manteve na casa, e informaram que conseguiram documentação provisória depois da visita da assistência social do órgão. Eles chegaram a pedir empréstimo para murar e colocar um portão na propriedade, e possuem os registros de contas de água e luz em nome da sobrinha da idosa.
O despejo
Na tarde da última sexta-feira, 1º, um advogado da Ceap esteve no local para cumprir a liminar de reintegração de posse. Os moradores disseram que foram pegos de surpresa, e que um caminhão da Cehap esteve na propriedade para recolher os móveis e demais pertences. "Não tinhamos para onde levar, nos expulsaram de casa com escolta. Levaram nossas coisas para o galpão e nem permitiram nossa entrada. Depois, um homem trouxe uma lista dizendo que nossas coisas estavam em péssimo estado de conservação e que nossos eletrônicos estavam quebrados. Mas tudo estava em ordem até o despejo", revelou Maria de Lourdes.
A mulher apontou ainda que a família só conseguiu levar algumas peças de roupa e duas televisões. "Nós falamos da condição da saúde da minha tia, mas eles disseram que estavam cumprindo ordens e que não podiam fazer nada. Nos deram oito dias para sairmos e chegaram na tarde de uma sexta-feira, quando não se pode mais recorrer nos órgãos públicos. Não tínhamos onde deixar nossas coisas. Até mesmo a medicação da minha tia ficou por lá", relatou Maria.
Recurso
Joeudes Paiva, que realiza a defesa da família, disse que irá entrar com um recurso para cassar a liminar expedida. Segundo explicou o jurista, a moradia do projeto habitacional é entregue em termos de concessão. Pela lei não é vetado o comércio ou aluguel do bem. E se a casa foi abandonada, em um período de 72 horas, já é permitida a entrada de outra família necessitada.
Mário Luiz (Carioca) com Click PB
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