quinta-feira, 14 de junho de 2012

Frei Anastácio denuncia superlotação e maus-tratos no CEA e CEJ

O deputado estadual Frei Anastácio denunciou hoje (14), na tribuna da Assembleia, que os adolescentes e jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas no Centro de Educação do Adolescente - CEA -, e Centro de Educação do Jovem – CEJ-, estão em situação difícil. “Nessas instituições, há superlotação, falta de assistência a saúde, acomodações precárias e ociosidade”, disse Frei Anastácio. 

No CEA, segundo Frei Anastácio, a capacidade é de 60 adolescentes, mas as instalações estão com uma superlotação de 160 adolescentes, com idades, de 13 a 18 anos incompletos. “Isso representa um número quase três vezes mais do que a capacidade do CEA. Imaginem se numa situação dessas essas jovens irão ter algum tipo de recuperação”, indaga o deputado.

Já o Centro de Educação do Jovem - CEJ - com capacidade para 60 jovens está hoje com uma população de 75 jovens, com idades de 18 a 21 anos. Quinze pessoas a mais da capacidade, um número até tolerável, de acordo com o deputado.

“Mas, após um ano e seis meses da atual gestão, não foi apresentado um plano pedagógico para atendimento dos adolescentes. No CEA, que é a Unidade para adolescentes de 13 a 18 anos incompletos, há apenas 4 horas de aula por semana quando deveria ter uma carga horária de no mínimo 20  horas semanais. “Na ala Harmonia, os adolescentes fazem as necessidades fisiológicas em garrafas. Não há sanitário. Uma situação desumana.”, denuncia Frei Anastácio.
Frei Anastácio disse que está sendo construída uma nova unidade, para tentar acabar com a superpopulação das unidades, sendo que em lugar inadequado. A nova unidade está sendo construída no complexo penitenciário de Mangabeira.

“A distância entre a Unidade e o Presídio não chega a três metros. Não concordamos em deixar esses adolescentes tão perto dos apenados adultos. Imagine quando houver rebelião, em uma das unidades”, afirmou o parlamentar.

Outra constatação grave, segundo Frei Anastácio, é que adolescentes denunciaram que chegam a ficar três meses sem atendimento psicológico e reclamam do atendimento da defensoria pública. A estrutura física das unidades apresentam problemas graves, sem considerar a superlotação das unidades.

O petista disse que faltam atividades de arte-educação, entre outras coisas, que deveriam estar contribuindo para a ressocialização dos internos. Outra constatação é que a equipe de apoio é sem qualificação para o exercício de suas funções. Essas equipes são formadas por educadores e agentes.
“O número de profissionais que atuam nessas unidades também e considerado insuficiente para garantir um melhor funcionamento. Nas unidades, faltam profissionais, em especial para funções de educadores”, destaca.

O colegiado de Conselheiros deliberou, na reunião do dia 12 deste mês, que fosse realizada uma nova visita às instituição do CEA e CEJ para apuração das denúncias e verificar as medidas tomadas para sanar as deficiências das denúncias. A visita está marcada para o dia 22 deste mês às 9h.
Frei Anastácio é membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, na condição de representante da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Mário Luiz (Carioca) com Assessoria

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