Bento XVI fez primeira aparição em evento público desde sua renúncia, em fevereiro de 2013
Cidade do Vaticano - O Papa Francisco
nomeou 19 novos cardeais neste sábado em um consistório na Basílica de
São Pedro, no Vaticano. O brasileiro Dom Orani Tempesta está entre os
escolhidos e agora é cardeal arcebispo do Rio de Janeiro. Francisco
recebeu cada um dos cardeais pessoalmente no decorrer da cerimônia e
entregou a eles o solidéu, o barrete (chapéu vermelho usado pelos
cardeais) e o anel usados pelos cardeais.
Cada cardeal recebeu o título de uma
igreja de Roma. A Dom Orani coube a Igreja de Santa Maria Mãe da
Providência. A igreja designada receberá o brasão do religioso
brasileiro e sua foto.
O Papa Emérito Bento XVI participou
da cerimônia e cumprimentou o Papa Francisco. Ele foi homenageado pelos
presente no início da cerimônia. A presença de Bento XVI não era
esperada. Desde que renunciou, em fevereiro de 2013, o Papa Emérito não
aparece em um evento público.
Entre os novos cardeais, 16 têm menos de 80
anos e estão aptos a votar no Conclave que elegerá o sucessor do atual
Papa. Os cardeais escolhidos por Francisco são dos seguintes países,
além do Brasil: Itália, Alemanha, Reino Unido, Nicarágua, Canadá, Costa
do Marfim, Argentina, Coreia do Sul, Chile, Burkina Faso, Filipinas,
Haiti, Espanha e Santa Lúcia.Desde o início do papado, cardeais recebem títulos das igrejas de Roma. Na época, os principais colaboradores do Papa ficavam na capital italiana. Após a expansão da Igreja ao redor do mundo, a tradição permaneceu. Apesar de carregar o nome de uma igreja local de Roma, não há responsabilidade administrativa sobre o local, a nomeação é meramente formal.
Dom Orani receberá cumprimentos na
Aula Paulo VI, no Vaticano após o término da cerimônia. A presidenta
Dilma Roussef está entre os convidados que foram ao Vaticano para
aompanhar sua posse.
Nesta quinta e sexta-feira o Papa Francisco recebeu cardeais do mundo todo em um consistório para debater o "tema da família".
O pontífice pediu aos religiosos que
sejam "inteligentes, corajosos e amorosos" ao tratarem de temas como
divórcio, relações homossexuais, contracepção e coabitação. Ele ainda
recomendou que os líderes busquem "aprofundar a teologia da família e
discernir as práticas pastorais que a nossa atual situação exige".
Dilma em visita ao Papa
A presidenta Dilma teve uma audiência de 37 minutos com o Papa Francisco nesta sexta-feira. Em entrevista com jornalistas, ela disse que o principal objetivo da conversa foi pedir ao líder da Igreja Católica uma mensagem a favor do que ela classificou de tema da Copa do Mundo, a luta pela paz e contra o preconceito, especialmente contra o racismo. Dilma também convidou Francisco para assistir a um jogo da competição, mas acha que, devidos aos seus compromissos, ele não conseguirá viajar ao Brasil.
O bate-bola entre os dois chefes de
Estado se traduziu até em dois dos presentes dados ao Papa por Dilma.
Uma camisa da Seleção com dedicatória de Pelé, uma bola de futebol
assinada por Ronaldo Fenômeno e uma coleção de livros sobre a história
dos jesuítas no Brasil.Ao tratar da rivalidade entre Brasil e Argentina —
dois dos favoritos à conquista da Copa —, ela disse ter pedido “que a
neutralidade seja mantida”, uma referência a uma eventual capacidade
sobrenatural de Francisco, que poderia favorecer a seleção de seu país.
“Que a mão de Deus não empurre a bola
de ninguém”, afirmou a presidenta, numa referência ao gol com a mão que
Maradona fez contra a Inglaterra na Copa de 1986 (ele dissera que o gol
fora marcado pela “mão de Deus”).
Ainda na entrevista, Dilma elogiou
Dom Orani Tempesta. Disse que gosta muito dele, um homem que, segundo
ela, se interessa pelos pobres e pelos movimentos sociais.
Mário Luiz (Carioca) com O Dia
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