'Hospital não pode negar atendimento por falta de documento', diz promotora.
Hospital vai abrir nova sindicância pra investigar o caso.
Paciente
foi arrancado de cadeira onde esperava atendimento e arrastado para
fora do hospital em Campina Grande (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
O caso do paciente agredido por seguranças no Hospital de Trauma de
Campina Grande será acompanhado pelo Ministério Público, de acordo com a
promotora da saúde na cidade, Adriana Amorim. Segundo ela, o hospital
não pode negar atendimento em caso do paciente estar sem documentos. “A
identificação de usuários do SUS deve ser feita, mas em casos em que não
há essa possibilidade, como emergência ou urgência, essa exigência não é
cabida, uma vez que o importante no momento é salvar a vida do
paciente”, esclarece.Câmeras de segurança flagraram a agressão, que se estendeu a dois acompanhantes do paciente, que procurou a unidade sentindo dores na coluna. De acordo a vítima, ele estava sem documentos e, por isso, o atendimento foi negado. As imagens mostram o homem sendo arrancado da cadeira de rodas onde esperava atendimento e arrastado pelo chão para fora do hospital. Ainda é possível ver que os dois homens que o acompanhavam também foram agredidos e retirados do local. Veja o vídeo das agressões.
O diretor do hospital, Geraldo Medeiros, condenou a reação dos seguranças no casos, mas argumenta que os pacientes estavam agressivos. “Essas pessoas chegaram visivelmente alteradas, com suspeitas inclusive de utilização de drogas, e já tinham agredido outras pessoas em outros hospitais da cidade e se dirigiram às atendentes dizendo impropérios”, diz. Segundo ele, “em um setor que a câmera não atinge, eles agrediram o segurança”. No entanto, ele avalia que “ada disso justifica esse tipo de atitude”. Um dos jovens, no entanto, garante: “não tínhamos bebido, não tínhamos usado drogas”.
Outros registros
Em outra ocorrência registrada nos últimos dias, um jovem deu queixa de três policiais militares que prestam serviço no mesmo hospital. Ele conta que foi agredido depois de pedir uma cadeira de rodas para a avó, que aguardava atendimento. “Batiam e falavam palavrão, mandado se calar, falando que quando eu chegasse na Central [de Polícia], eu ia apanhar mais”, disse. Segundo a irmã dele, a vítima tem problemas de dicção. “A revolta dele é com a falta de atenção com minha avó”, justifica.
Além desses casos, outras imagens mostraram um paciente que, depois de receber atendimento no chão da ala de emergência, é puxado pela roupa e um médico cirurgião brincando em uma cadeira giratória em horário de expediente. O diretor do hospital disse já ter conhecimento de todos os casos.
Três seguranças que atuavam no Hospital de Trauma foram afastados do cargo e dois suspensos. O médico que aparece nas imagens recebeu uma advertência, mas já voltou a atender. Os funcionários que aparecem nas imagens arrastando o paciente durante o atendimento ainda vão ser ouvidos pela direção, que vai instaurar uma nova sindicância pra investigar o caso.
Mário Luiz (Carioca) com G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário