quarta-feira, 17 de março de 2010

Estudo derruba mitos negativos da pornografia

Vivemos hoje num mundo onde a pornografia está ao alcance de qualquer um, 24 horas por dia. Há cerca de 30 anos, para conseguir ver algum material um pouco mais pesado, tinha-se que ter a cara de pau de ir a uma banca de jornal comprar uma revista de gosto duvidoso ou alugar um filme na locadora que, para tornar a coisa mais constrangedora, reservava uma sala fechada para as produções adultas. Hoje, a internet está aí para proporcionar a qualquer um sua fantasia particular e inspirar outros.

Os adversários da pornografia a atacam alegando que ela incentiva um comportamento que poderia levar a agressões sexuais e estupro, gera atitudes antissociais e contribui para a degradação da mulher. Para Milton Diamond, professor do departamento de anatomia, bioquímica e fisiologia da Universidade do Havaí e diretor do Pacific Center for Sex and Society, os detratores desta "arte" estão redondamente enganados. Pornografia não afeta em nada e ainda, em alguns casos, até melhora o indivíduo.

No relatório "Pornography, Public Acceptance and Sex Related Crime: A Review",(pornografia, aceitação pública e crimes sexuais: uma revisão (disponível para leitura no site da Universidade), Diamond compila muitos estudos já feitos sobre comportamento decorrente do hábito de assistir filmes pornôs para mostrar que ninguém que gosta de ver sexo na tela é um depravado. Segundo ele, pesquisas realizadas em países como EUA, Japão, Dinamarca, Croácia, China, Alemanha, Polônia entre muitos outros, mostraram que desde que houve uma liberalização do uso de material pornográfico, os estupros caíram, em alguns casos, mais de 30% quando comparados à década de 70. Mesmo nos EUA, os estados que apresentam menor penetração de internet, como Utah por exemplo, tem mais casos e agressão sexual reportados do que aqueles com grande uso da web.

O professor também disseca a justificativa da polícia que, ao prender um agressor sexual, geralmente divulga que o criminoso era viciado em filmes pornôs. Segundo ele, a maior parte dos homens já teve ou tem acesso a produções pornográficas e vai além: pesquisas já mostraram que estupradores, mais do que criminosos não sexuais, tiveram menos acesso a pornografia em sua infância e a grande maioria foi punida na tenra idade ao ser flagrado com algum material adulto. Além disso, um estudo feito na população carcerária americana apontou que esses mesmos estupradores e aqueles que molestam crianças reportaram usar menos material pornô na vida adulta do que outros tipos de delinqüentes.

Quanto à degradação feminina, além do fato da indústria pornográfica ser uma das poucas a oferecer salários maiores às mulheres, pesquisas de psicologia já mostraram que homens usuários de filmes pornôs costumam ser menos machistas do que aqueles que não os assistem. E nenhuma pesquisa conseguiu provar que pornografia e atitudes machistas andam lado a lado. O mesmo acontece com atitudes antissociais. O governo inglês, assim como o canadense, montaram anos atrás grupos para investigar se a pornografia poderia afetar a cidadania e depois de mais de 15 anos de estudo , a conclusão foi negativa.

Enfim, estudo do professor Diamond não pretende ser um advogado de defesa da pornografia no mundo e sim, alertar para o preconceito baseado em interesses políticos e pessoais. Pessoas que curtem os filmes e revistas pornôs não devem ser encarados como depravados sem moral, no final das contas. Até mesmo o maior site cristão do mundo, o Christianet.com, verificou que 50% de seu público masculino e 20% do feminino são viciados em pornografia. E 60% das mulheres das mulheres respondentes, boa parte delas freqüentadoras semanais de suas igrejas, lutam diariamente contra as tentações de passear em sites pornográficos. 


Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Fotos : Central Conde de Jornalismo
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