Em audiência, Breivik assumiu a autoria dos ataques, mas afirmou ser inocente. Suas atitudes seriam necessárias para defender o país da 'colonização islâmica'
O terrorista Anders Behring Breivik deixa tribunal nesta segunda-feira, em Oslo, depois de participar da primeira audiência sobre seus crimes (Jon-Are Berg-Jacobsen/Aftenposten/AFP)
Durante a audiência, Breivik reconheceu ainda ser o autor dos atentados, mas não se declarou culpado. Ao contrário, ele explicou que sua atitude seria necessária para defender seu país e a Europa da “colonização islâmica”. Breivik afirmou que as vítimas de seus ataques eram culpadas de traição, por terem sido desleais aos interesses do país ao promover o multiculturalismo. Ele também alegou que pretendia proteger a Noruega do “marxismo cultural”.
O juiz Kim Heger, que ouviu o depoimento de Breivik, determinou a prisão preventiva do suspeito por oito semanas. Segundo declarou o magistrado à imprensa, ao término da primeira audiência do caso, Breivik será mantido em isolamento completo nas primeiras quatro semanas para evitar que adultere provas enquanto a polícia investiga o caso. Isso significa que ele não receberá visitas ou correspondências por todo esse período.
Ao meio-dia desta segunda-feira (7 horas em Brasília), a Noruega parou para fazer um minuto de silêncio em homenagem aos 93 mortos no atentado. O ato paralisou o centro da capital norueguesa e foi liderado pela família real e pelo primeiro-ministro do país, o trabalhista Jens Stoltenberg, em uma solenidade realizada em frente ao prédio central da Universidade de Oslo.
Massacre - A Noruega viveu, no último dia 22, a maior tragédia do país desde a Segunda Guerra Mundial. Dois atentados teriam deixado, até o momento, um saldo de 93 mortos. Mas a polícia norueguesa admitiu nesta segunda-feira que o número pode ser menor, com base nos últimos dados da investigação.
Primeiro, uma bomba explodiu no centro da capital, Oslo, na região onde estão localizados vários prédios governamentais, inclusive o escritório do premiê, Jens Stoltenber. Sete pessoas morreram, mas a polícia admite que possa haver corpos não resgatados nos prédios.
O segundo ataque aconteceu em uma ilha próxima da capital, Utoya. Lá, Anders Behring Breivik, um homem de 32 anos vestido com uniforme policial, abriu fogo contra jovens reunidos em um acampamento de verão. Ao menos 86 pessoas teriam morrido - de acordo com uma estimativa inicial -, a maioria pelos tiros disparados. Alguns outros morreram afogados após tentarem fugir nadando.
Breivik foi detido logo depois e admitiu o crime. O atirador, que é ligado à extrema-direita, publicou um manifesto na internet chamando à violência contra muçulmanos e comunistas. Nesta segunda-feira, ele presta depoimento em sua primeira audiência no tribunal de justiça.
Da Redação com Veja
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