sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dez ex parlamentares têm dívidas por uso de apartamentos funcionais após mandato

Dez ex parlamentares têm dívidas por uso de apartamentos funcionais após mandato
Dez parlamentares que exerceram mandato na última legislatura deixaram a Câmara dos Deputados com o nome sujo por dívidas não honradas durante a utilização dos apartamentos funcionais. De acordo com a Coordenação de Habitação (Cohab) da 4ª Secretaria da Casa, o montante das dívidas protestadas em 2011 é de R$ 14,3 mil, referente a gastos com telefone fixo, luz e gás.
A inscrição do nome do devedor no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) é o último recurso utilizado. Antes disso, a Câmara faz a cobrança por via administrativa e publica o nome do devedor no Diário Oficial da União. De acordo com a Cohab, entre três e cinco cobranças individuais são feitas a cada mês. Se o pagamento não for feito em um prazo de 75 dias, após a comunicação da Câmara, o nome do parlamentar vai para o Cadin.
 A movimentação de execução e quitação das dívidas é intensa. Segundo a coordenação, no início da legislatura foram registradas "centenas" de cobranças individuais, a parlamentares que deixaram imóveis funcionais sem arcar com dívidas de telefone, gás e luz. Um dos últimos notificados pela Câmara foi um deputado do PMDB da Bahia que deixou dívida de R$ 511 referente a despesas de telefone instalado no apartamento funcional.
O quarto secretário da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), informa que, além das dívidas com serviços de manutenção dos imóveis, ex-parlamentares estão sendo cobrados pela utilização indevida dos apartamentos. "O deputado tem direito a morar 30 dias no imóvel após o fim da legislatura, os licenciados têm 60 dias depois de anunciar o afastamento. Quem passa disso tem que pagar R$ 100 de diária, valor calculado pelo auxílio-moradia, que é de R$ 3 mil. Se não pagar a diária, a dívida também é executada", esclarece.
Cobrança
À época em que era quarto secretário da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI) - agora senador - chegou a ser acionado em processo do Ministério Público Federal por não ter tomado atitude administrativa contra a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA). De acordo com o processo de 2004, ela ocupou por 16 meses imóvel funcional, apesar de não estar no exercício do mandato. Na última segunda-feira, a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região rejeitou a denúncia de improbidade administrativa contra Ciro Nogueira pela ocupação irregular do imóvel. Com a criação da diária de R$ 100 pela permanência indevida nos imóveis funcionais, a Quarta Secretaria se livra dos processos de improbidade.
 Segundo levantamento da Coordenação de Habitação, três ex-deputados são cobrados administrativamente por não devolverem os imóveis funcionais no início da nova legislatura. A maioria das cobranças incide sobre ex-parlamentares e licenciados. Entre os deputados em exercício, as dívidas não existem, porque a Casa faz o desconto dos gastos na folha de pagamento. A Quarta Secretaria analisa a possibilidade de criar regra que permita que a dívida de mandatos passados seja cobrada quando um político for reeleito ou assumir como suplente.


Da Redação com  Correio Braziliense

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