Apontada como chefe da quadrilha formada por pastores, Andréia chega algemada à delegacia Foto: Davi Trintinaglia / Jornal Gazeta Veranense
Sete pastores evangélicos foram indiciados pela Polícia Civil do Rio
Grande do Sul acusados de vender carros, barcos e até aviões “fantasmas”
para fiéis. A ação para desarticular a quadrilha foi batizada de “Deus
tá vendo”. A mulher apontada como chefe do bando foi presa esta semana. O
golpe acontecia desde 2010 em templos de pelo menos cinco estados -
além do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e
Mato Grosso do Sul - e no Distrito Federal. Segundo a polícia, o lucro
da quadrilha nesse período foi de R$ 20 milhões.
O bando aproximava-se do “rebanho” geralmente depois dos cultos e mostrava a eles uma lista com carros de luxo e outros veículos com valores 60% abaixo dos de mercado.
- Eles se aproveitavam do laço de confiança entre pastor e fiel. Aproximavam-se das vítimas com uma lista de veículos que diziam terem sido apreendidos pela Receita Federal e que esta queria esvaziar seu pátio. Por isso os preços tão em conta - disse o delegado do 2º DP (Bento Gonçalves), Álvaro Becker, responsável pelas investigações.
O interessado tinha que fazer o depósito imediatamente e a entrega do veículo era prometida para 30 dias depois. Isso não acontecia e, ao serem pressionados, os pastores pediam mais tempo.
- A situação ficava se arrastando. Eles usavam todo o tipo de desculpa, desde o carnaval até a invasão do Morro do Alemão, para tentar explicar a demora na entrega. Até que, em novembro do ano passado, um pessoal de Veranópolis (município no nordeste do Rio Grande do Sul) procurou a polícia - contou Becker.
Os pastores foram sendo presos ao longo da investigação. A última prisão ocorreu nesta quarta-feira. Apontada como chefe do bando, Andréia Rosângela Marques Pinto, de 49 anos, apresentou-se no 2º DP. Moradora do Rio de Janeiro, ela negou todas as acusações, segundo o delegado:
- Ela diz que, na verdade, é mais uma vítima disso tudo. Eu diria que ela é uma artista. Mas não nos convenceu. Temos provas de seu envolvimento com o golpe.
Brasília tem maior número de vítimas
De acordo com as investigações, o maior número de vítimas da quadrilha foi em Brasília. Lá, teriam sido vendidos 255 veículos - além dos carros, a lista de ofertas oferecia aviões e barcos. No Rio Grande do Sul, teriam sido 40 veículos vendidos.
De acordo com Becker, o golpe foi arquitetado num templo no bairro da Amendoeira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. De lá, eles foram montando a rede de pastores. O dinheiro dos fiéis para pagar os veículos “fantasmas” era sacado das contas por um homem no Rio. A polícia já sabe quem ele é, mas ainda não reuniu provas suficientes para indiciá-lo.
- Acho que será muito difícil reaver esse dinheiro - disse o delegado Álvaro Becker.
De acordo com ele, responsáveis pela igreja evangélica a qual os pastores eram ligados serão chamados para prestar depoimento:
- Mas desde já posso dizer que acredito que eles não sabiam do golpe.
O bando aproximava-se do “rebanho” geralmente depois dos cultos e mostrava a eles uma lista com carros de luxo e outros veículos com valores 60% abaixo dos de mercado.
- Eles se aproveitavam do laço de confiança entre pastor e fiel. Aproximavam-se das vítimas com uma lista de veículos que diziam terem sido apreendidos pela Receita Federal e que esta queria esvaziar seu pátio. Por isso os preços tão em conta - disse o delegado do 2º DP (Bento Gonçalves), Álvaro Becker, responsável pelas investigações.
O interessado tinha que fazer o depósito imediatamente e a entrega do veículo era prometida para 30 dias depois. Isso não acontecia e, ao serem pressionados, os pastores pediam mais tempo.
- A situação ficava se arrastando. Eles usavam todo o tipo de desculpa, desde o carnaval até a invasão do Morro do Alemão, para tentar explicar a demora na entrega. Até que, em novembro do ano passado, um pessoal de Veranópolis (município no nordeste do Rio Grande do Sul) procurou a polícia - contou Becker.
Os pastores foram sendo presos ao longo da investigação. A última prisão ocorreu nesta quarta-feira. Apontada como chefe do bando, Andréia Rosângela Marques Pinto, de 49 anos, apresentou-se no 2º DP. Moradora do Rio de Janeiro, ela negou todas as acusações, segundo o delegado:
- Ela diz que, na verdade, é mais uma vítima disso tudo. Eu diria que ela é uma artista. Mas não nos convenceu. Temos provas de seu envolvimento com o golpe.
Brasília tem maior número de vítimas
De acordo com as investigações, o maior número de vítimas da quadrilha foi em Brasília. Lá, teriam sido vendidos 255 veículos - além dos carros, a lista de ofertas oferecia aviões e barcos. No Rio Grande do Sul, teriam sido 40 veículos vendidos.
De acordo com Becker, o golpe foi arquitetado num templo no bairro da Amendoeira, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. De lá, eles foram montando a rede de pastores. O dinheiro dos fiéis para pagar os veículos “fantasmas” era sacado das contas por um homem no Rio. A polícia já sabe quem ele é, mas ainda não reuniu provas suficientes para indiciá-lo.
- Acho que será muito difícil reaver esse dinheiro - disse o delegado Álvaro Becker.
De acordo com ele, responsáveis pela igreja evangélica a qual os pastores eram ligados serão chamados para prestar depoimento:
- Mas desde já posso dizer que acredito que eles não sabiam do golpe.
Mário Luiz (carioca) com Extra
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