Em Livramento, chuva de duas horas foi quase 4 vezes maior que o total esperado para o mês, na região
A
Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa) registrou a maior chuva do
ano, na noite da última segunda-feira, na cidade de Livramento, no
Cariri paraibano. Em duas horas, choveu 137,4 milímetros, quase quatro
vezes mais que a média histórica da região para janeiro (40 mm). Na
cidade, ruas ficaram alagadas, o muro de uma escola desabou e a água
inundou mais de oito residências, matando, em uma delas, 20 galinhas. As
precipitações também caíram em outras 40 cidades do Cariri e Sertão. As
previsões apontam mais chuvas para as próximas 24h, mas elas não mudam a
estiagem no semiárido.
A chuva em Livramento
começou a cair por volta das 19h, acompanhada de raios e trovões. Apenas
duas horas também foram suficientes para encher alguns barreiros.
Felizes pela chuva, que não ocorria há quase um ano, moradores foram às
ruas para comemorar, apesar dos estragos provocados no Centro da cidade,
devido ao alagamento de algumas casas.
“Infelizmente,
a chuva que nos deu grande alegria, também causou transtornos. Tiveram
casas que foram inundadas com tanta água e animais como galinha acabaram
morrendo afogadas. Algumas pessoas perderam os móveis”, disse a
aposentada Maria Gicelda Silva.
Já na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Maria Salomé de Almeida, no bairro do
Santo Antonio, um dos muros não suportou a força da água desmoronou. O
calçamento de algumas ruas do Centro ficou parcialmente destruído.
A
meteorologista Carmem Becker, da Aesa, disse que a chuva superou a
média histórica prevista para todo o Cariri e que, apesar de não acabar
com a seca, reduziu os efeitos da estiagem. “Chegou a surpreender porque
não estava dentro da previsão uma chuva tão intensa como esta. Foi o
suficiente para encher barreiros e aliviar o sofrimento das pessoas que
vivem por lá, sobretudo na zona rural. Mas, ainda não se pode dizer que a
seca acabou, até mesmo porque estas chuvas não são como as de inverno.
São chuvas ocasionais”, observou
O
meteorologista do Instituto de Meteorologia (Inmet), Ednaldo Correa,
explicou que, para combater a seca, é preciso que as chuvas tenham
continuidade pelos próximos dois meses e se intensifiquem. “O período de
chuvas começa em meados de fevereiro e março. Temos que torcer para que
as chuvas continuem caindo para que, de fato, a seca acabe na região.
Mas, essas primeiras chuvas têm sido muito importantes”. A segunda maior
precipitação foi registrada em Santa Cruz (93,8mm), seguida de Desterro
(84,4mm) e São Francisco (81mm).
Mário Luiz (Carioca) com Correio
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