"Não pudemos fazer nada", disse o chefe da polícia de Bougainville sobre o incidente
Caça às bruxas é utilizada para
justificar atos de violência contra as mulheres no país. Em foto de 6 de
fevereiro, jovem mãe acusada de bruxaria é queimada viva
06.02.2013/Post Courier/AFP
O caso aconteceu na semana passada em Lopele, na região autônoma de Bougainville, apesar da presença da polícia, que não conseguiu dissuadir a multidão, que tinha armas de fogo, facas e machados, segundo o jornal Courier Post.
"Não pudemos fazer nada", disse o chefe da polícia de Bougainville, o inspetor Herman Birengka, que qualificou as mortes como um ato "bárbaro e absurdo". Segundo Birengka, a polícia tentou negociar a libertação das duas idosas, sequestradas na terça-feira passada por parentes de um professor que havia morrido semanas antes.
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Os agentes tiveram que desistir por causa das ameaças da multidão, que culpava pela morte do professor atos de bruxaria das duas mulhere. Elas foram torturadas com facas e machados durante três dias, antes de serem decapitadas na frente dos agentes.
Estas mortes se acrescentam às de outras seis mulheres acusadas de bruxaria que, durante a Semana Santa, tiveram as mãos atadas, foram despidas na frente de uma multidão e torturadas com ferro quente, antes de serem queimadas vivas.
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A Anistia Internacional exigiu do governo do país ações preventivas e a punição à caça de bruxas no país, que, segundo a organização, é utilizada frequentemente para justificar atos de violência contra as mulheres.
Segundo a Anistia, somente em 2008 houve mais de 50 mortes de pessoas supostamente envolvidas com bruxaria, embora as autoridades locais acreditem que muitos outros assassinatos possam não ter sido denunciados.
Mário Luiz (Carioca) com R7
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