Após
conseguir escapar com outros dez presos da delegacia de Senhor do
Bonfim (375 km de Salvador), o homem que ficou conhecido por forjar um
assassinato com ketchup foi recapturado na segunda-feira (8)
A própria fama fez com que Carlos Roberto de Jesus fosse reconhecido
por moradores. “Ele estava na cidade de Filadélfia [norte baiano],
andando pelas ruas normalmente e tomando cerveja, mas os moradores
reconheceram e o denunciaram para a polícia”, contou ao UOL o titular da
delegacia de Senhor do Bonfim, Delmar Araújo.
Os presos tinham conseguido fugir no último dia 29 de março. Eles
usaram uma corda feita com lençóis velhos, conhecida como “tereza”, para
escapar da carceragem da delegacia.
Entenda o caso
Carlos Roberto ficou conhecido depois que forjou, no ano de 2011, um
assassinato na cidade Pindobaçu (400 km de Salvador). A ocorrência ficou
conhecida como o “caso da mulher ketchup”.
O caso ganhou até repercussão internacional e foi publicado no site
do jornal britânico “The Guardian”. O “Daily Mail”, outra importante
publicação britânica, também contou a história.
Na época, de acordo com a polícia, ele teria sido contratado para
assassinar uma mulher, Erenildes Aguiar Araújo, conhecida como Lupeta.
A mandante foi identificada como Maria Nilza Simões que chegou a
procurar a delegacia alegando que, durante um assalto, um homem havia
roubado R$ 1.000 dela. Mas, ao encontrar Carlos Roberto, que ficou
conhecido como Roberto da Lupeta, os policiais descobriram o acordo
firmado entre ele e a mulher para cometer o homicídio.
No dia do crime, em 24 de junho de 2011, ele teria percebido que a
vítima era sua “conhecida” e decidiu encenar a morte usando molho de
ketchup e uma faca.
Carlos Roberto ainda tirou uma fotografia da vítima que fingia estar
morta, e entregou à mandante como prova da execução. Na fotografia, a
“morta” aparece amordaçada em um matagal, com pernas e braços amarrados.
No entanto, dias depois, a mandante flagrou o ex-presidiário se
beijando com a mulher que deveria estar morta em uma festa da cidade.
Para polícia, ele chegou a relatar que aceitou o acordo porque
precisava do dinheiro. Ainda na época, ele e a falsa vítima foram
indiciados pelo crime de estelionato.
A mandante do crime foi indiciada pelo crime de denunciação caluniosa
por denunciar falsamente à polícia local que tinha se sido assaltada e
tinha perdido R$ 1.000.
O delegado titular de Pindobaçu, Marconi Almino de Lima, contou nesta
terça-feira (9) ao UOL que a mandante teria contratado o serviço por
ciúmes de Roberto com a vítima.
“Parece que ele já tinha um caso com as duas. Foi tudo motivado por
ciúmes. Os três inquéritos foram finalizados em 2012. Eu pedi a prisão
preventiva de todos eles, mas até hoje ninguém foi julgado”, disse
Almino.
Carlos Roberto, no entanto, está preso por causa de um mandado de prisão por conta de um flagrante de roubo e furto.
“Só ele está preso, mas por outro crime. Tentou fugir, mas não
consegue nem se livrar da prisão porque as pessoas o reconheceram. Já
elas continuam andando tranquilamente pela cidade”, disse o delegado.
Uol
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