Rumores de protestos de sem-teto na paróquia dedicada ao Santo Guerreiro no Centro do Rio estariam afastando ambulantes que montam barracas
Por outro lado, segundo o padre, há rumores de possíveis protestos de sem-teto nas imediações da Paróquia de São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Centro. Por isso, ele acredita que poucos ambulantes se arriscarão a montar barracas de comidas típicas na Praça da República.
“Acreditamos que boa parte dos fiéis
venha para cá (Quintino). Aumentamos até a autorização para a instalação
de barracas, que passaram de 42 para 62”, justificou o sacerdote,
ressaltando que 300 comerciantes se inscreveram para o sorteio de vagas ,
interessados em comercializar quitutes e bebidas no entorno da igreja.
No início da noite de ontem, nenhuma
barraca estava montada nas imediações da Praça da República. “Pode ser
que na última hora, o pessoal se anime. Mas, até agora, só mesmo os
vendedores de velas, santinhos, estatuetas, flores e outros
lembrancinhas estão atuando”, comentou o camelô Izidoro Borges de
Andrade, 57.
Ontem, porém, mais de 30 mil devotos já haviam
passado nas duas paróquias. Em Quintino, muitos chegaram cedo para
marcar lugar para as celebrações de hoje, como o armador de ferragens
aposentado Jorge Carlos, 76, morador de Mesquita, na Baixada Fluminense.
“Cheguei hoje (ontem) às 13h e só vou sair daqui no final da manhã de quarta-feira (hoje)”, afirmou Jorge Carlos, orgulhoso por ter sido batizado com o nome do seu santo protetor.
Depois de subir ajoelhado as escadas da paróquia, Jorge Carlos estendeu uma bandeira com a imagem de São Jorge no terceiro banco próximo ao altar. “É para assegurar lugar para mim e para uns amigos. Há 40 anos, desde quando o Santo Guerreiro me livrou dos vícios do álcool e do cigarro, cumpro o mesmo ritual”, revelou, emocionado.
Marcos Ventura, vice-ministro da Paróquia de São Gonçalo Garcia e São Jorge, disse que sua igreja não responde por barraqueiros do lado de fora: “Nossas barracas estarão abertas, como sempre, apenas dentro da igreja. Lá fora não é de nossa responsabilidade”.
Festa de Ogum e alvoradas
Mais de três mil pessoas são esperadas para a Festa de Ogum, no Templo a Caminho da Paz, de Umbanda, no Cachambi. De 9h às 20h, haverá atendimento ao público, além de homenagens ao orixá, que pelo sincretismo religioso é representado por São Jorge.
Já em Quintino, a 150 metros da Paróquia de São Jorge, outro templo de umbanda, de Vovó Maria Conga, filhos de santo também terão programação especial, depois de participarem da alvorada na igreja.
Na paróquia de Quintino, na Rua Clarimundo de Melo 769, a programação começa às 4h com peça teatral. A alvorada será às 5h, com 15 minutos de queima de fogos.
As missas serão de hora em hora até as 18h. O arcebispo do Rio, cardeal dom Orani Tempesta, celebra missa às 10h. A procissão pelas ruas do bairro será às 16h.
No Centro também haverá alvorada às 5h, e depois missas de 8h às 12h e de 14h às 16h. Dom Orani celebrará missa campal, em frente à Praça da República, às 12h. A procissão pelas ruas está marcada para o domingo, às 9h. Uma procissão com 300 motos saíra de Copacabana, às 7h, levando a imagem de São Jorge, com previsão de chegada às 10h em Quintino.
Mário Luiz (Carioca) com O Dia
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