domingo, 29 de março de 2015

Paraíso, o locutor e o "filho do cão"




Outro dia ao falar da Vila de Paraíso citei a história do Capitão do Mato. Muita gente ficou curiosa sobre a figura. Outras pessoas perguntavam onde é Paraíso, e ainda, outros queriam saber quando volto a escrever sobre o lugar.

Paraíso é uma bela e acolhedora Vila, localizada em um rincão qualquer da “Terra Brasilis”. Na verdade ela existe no mundo imaginário da cabeça grande de Caco Pereira. Claro que as muitas semelhanças farão com que o leitor a identifique com seu lugar. Afinal de contas, Coronéis, donos da cidade, oligarquias, capitães do mato, e outras figuras folclóricas que dominam os cenários e impedem o crescimento e o progresso das “vilas” são sempre muito presentes.

Então se você se identificar com qualquer das figuras citadas em “Caco e as crônicas de Paraíso” NÃO SERÁ coincidência. Certamente há um motivo para identificação. Hoje por exemplo, falarei sobre Paraíso e os babões. Será que você é um “paraisense”? Fique à vontade para imaginar o seu lugar e dar nomes aos personagens...

Há em Paraíso uma “difusora”. Nela um locutor da boca grande faz duras críticas a quem governa. Diariamente muita gente liga e reclama dos graves problemas que tomam conta da pequena Vila.  Não há um dia em que não se fale da saúde que está sempre doente, da educação que não educa, do lixo que domina o lugar e de tantos outros males que assolam Paraíso e outras vilas por aí.

Mas um tipo de figura é muito comum em Paraíso. O Babão. Há quem diga que o “tal do babão é filho do cão”. Normalmente é um ser asqueroso, uma espécie parasitária que se aloja nas regiões inferiores do poder dominante com um objetivo único e claro: tirar proveito do seu “ofício”.

Isso mesmo, babonice é um ofício. Quem é babão não quer saber quem estar no poder, quer apenas fazer o que lhe é próprio. BABAR!, BAJULAR, PUXAR SACO... Sem contar que esse tipo de gente é perigosa pois usa de todos os artifícios para permanecer onde está. Age sempre usando como arma sua falsidade e como combustível a inveja própria dos infelizes. É óbvio que ninguém que é realmente feliz, se ocuparia em viver bajulando em busca de migalhas de reconhecimento e “um trocado” a mais.

Durante o programa do locutor da boca grande os babões que normalmente são desocupados, ligam para bajular quem manda e para atacar quem ousa reclamar. Dizem até que em Paraíso há uma espécie de “Bolsa Babão”. Um programa oficioso que premia quem mais defender o “poder” e refutar as acusações irrefutáveis contra a gestão de quem não gerencia nada.

Ah! Os babões de Paraíso também cumprem outro papel. Eles são uma espécie de “arapongas” modernos. Gravam tudo que o “bocudo” e os ouvintes falam no programa e dizem para quem manda. O pior de tudo é que, ainda são capazes de distorcer o que é dito. Por quê fazem isso? Pelo simples fato de que querem ganhar pontos e de algum modo, sugar mais.

Para o babão, Paraíso está sempre ótima. Se alguém reclama do lixo, da educação, da saúde ou se questiona a honestidade de quem manda, é porque não está mais mamando nas tetas que ele agora mama. Ou seja, para o Babão, todos são como ele: parasitas, desocupados e aproveitadores.

Os babões de Paraíso, esses seres imaginários da cabeça grande de Caco Pereira, essas figuras que absolutamente não existem, ligam sempre sem se identificar. Por quê?  Porque pode mudar quem estar no comando da Vila, e para o babão, não importa quem mande, o importante é permanecer BABANDO. Assim sendo, é bom não se identificar. Nunca se sabe qual saco irá ter que puxar daqui há pouco.

Agora pergunto: O tal do babão é ou não é “filho do cão”?



Mário Luiz (Carioca) com Caco Pereira

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