Outro
dia ao falar da Vila de Paraíso citei a história do Capitão do Mato.
Muita gente ficou curiosa sobre a figura. Outras pessoas perguntavam
onde é Paraíso, e ainda, outros queriam saber quando volto a escrever
sobre o lugar.
Paraíso
é uma bela e acolhedora Vila, localizada em um rincão qualquer da
“Terra Brasilis”. Na verdade ela existe no mundo imaginário da cabeça
grande de Caco Pereira. Claro que as muitas semelhanças farão com que o
leitor a identifique com seu lugar. Afinal de contas, Coronéis, donos da
cidade, oligarquias, capitães do mato, e outras figuras folclóricas que
dominam os cenários e impedem o crescimento e o progresso das “vilas”
são sempre muito presentes.
Então
se você se identificar com qualquer das figuras citadas em “Caco e as
crônicas de Paraíso” NÃO SERÁ coincidência. Certamente há um motivo para
identificação. Hoje por exemplo, falarei sobre Paraíso e os babões.
Será que você é um “paraisense”? Fique à vontade para imaginar o seu
lugar e dar nomes aos personagens...
Há
em Paraíso uma “difusora”. Nela um locutor da boca grande faz duras
críticas a quem governa. Diariamente muita gente liga e reclama dos
graves problemas que tomam conta da pequena Vila. Não há um dia em que
não se fale da saúde que está sempre doente, da educação que não educa,
do lixo que domina o lugar e de tantos outros males que assolam Paraíso e
outras vilas por aí.
Mas um tipo de figura é muito comum em Paraíso. O Babão.
Há quem diga que o “tal do babão é filho do cão”. Normalmente é um ser
asqueroso, uma espécie parasitária que se aloja nas regiões inferiores
do poder dominante com um objetivo único e claro: tirar proveito do seu “ofício”.
Isso mesmo, babonice é um ofício.
Quem é babão não quer saber quem estar no poder, quer apenas fazer o
que lhe é próprio. BABAR!, BAJULAR, PUXAR SACO... Sem contar que esse
tipo de gente é perigosa pois usa de todos os artifícios para permanecer
onde está. Age sempre usando como arma sua falsidade e como combustível
a inveja própria dos infelizes. É óbvio que ninguém que é realmente
feliz, se ocuparia em viver bajulando em busca de migalhas de
reconhecimento e “um trocado” a mais.
Durante
o programa do locutor da boca grande os babões que normalmente são
desocupados, ligam para bajular quem manda e para atacar quem ousa
reclamar. Dizem até que em Paraíso há uma espécie de “Bolsa
Babão”. Um programa oficioso que premia quem mais defender o “poder” e
refutar as acusações irrefutáveis contra a gestão de quem não gerencia
nada.
Ah!
Os babões de Paraíso também cumprem outro papel. Eles são uma espécie
de “arapongas” modernos. Gravam tudo que o “bocudo” e os ouvintes falam
no programa e dizem para quem manda. O pior de tudo é que, ainda são
capazes de distorcer o que é dito. Por quê fazem isso? Pelo simples fato de que querem ganhar pontos e de algum modo, sugar mais.
Para
o babão, Paraíso está sempre ótima. Se alguém reclama do lixo, da
educação, da saúde ou se questiona a honestidade de quem manda, é porque
não está mais mamando nas tetas que ele agora mama. Ou seja, para o Babão, todos são como ele: parasitas, desocupados e aproveitadores.
Os
babões de Paraíso, esses seres imaginários da cabeça grande de Caco
Pereira, essas figuras que absolutamente não existem, ligam sempre sem
se identificar. Por quê? Porque pode mudar quem estar no comando da
Vila, e para o babão, não importa quem mande, o importante é permanecer
BABANDO. Assim sendo, é bom não se identificar. Nunca se sabe qual saco
irá ter que puxar daqui há pouco.
Agora pergunto: O tal do babão é ou não é “filho do cão”?
Mário Luiz (Carioca) com Caco Pereira
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