A delegada Ilmara Bezerra Gomes, adjunta da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (Homicídios), em João Pessoa, frustrou a entrevista coletiva que seria dada nesta segunda-feira (19) pelo suspeito de ter assassinado a jovem Aryane Thaís Carneiro de Azevedo, de 22 anos, que estava grávida e foi encontrada morta na última quinta-feira (15), às margens da BR-230.
O advogado Aluísio Lucena, que representa o investigado Luís Paes de Araújo Neto, de 23 anos, havia marcado uma conversa entre seu cliente e a imprensa para as 11h no auditório da Federação de Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), em Jaguaribe. Contudo, antes mesmo do estudante de Direito se apresentar, a delegada Ilmara Bezerra comunicou à imprensa que estava no local cumprindo um mandado de prisão temporária contra o acusado. O documento foi expedido no domingo (18) pela juíza plantonista da 8ª Vara Cível de João Pessoa.
Segundo a delegada, o acusado não poderia falar com a imprensa antes de lhe prestar depoimento. Luís Paes foi levado para a Delegacia de Homicídios, na Central de Polícia. Por determinação da Justiça, ele deverá permanecer detido por cinco dias. O mandado pode ser prorrogado por mais cinco dias.O advogado Aluísio Lucena já anunciou que vai apresentar à Justiça um pedido de habeas corpus para que Luís Paes seja libertado. Ele defende que o rapaz se apresentou à polícia no dia seguinte à morte de Aryane e prestou os esclarecimentos necessários, além de ter bons antecedentes e residência fixa, não sendo necessário que ele permaneça preso.
O acusado foi submetido na última sexta-feira a um exame de corpo de delito para saber se ele entrou em luta corporal com a moça (que morreu asfixiada), e a um teste de DNA para verificar se o filho que Aryane aguardava era do estudante de Direito.
Argumentos da defesa
O representante legal do estudante argumenta que o rapaz é inocente. “Não existem provas contundentes que comprovem que Luís Paes praticou o crime. Ele é suspeito porque foi visto a última vez com Aryane, mas ele é inocente”, argumenta. Segundo ele, o rapaz assistia a um jogo de futebol pela TV quando a moça foi assassinada.
Ele acrescentou que na noite do crime Luís Paes teria se encontrado com Aryane, em uma lanchonete no bairro de Jaguaribe, em seguida teriam saído de carro, mas os dois teriam discutido e próximo ao Centro Administrativo a jovem teria descido do veículo. “O estudante não tem a índole da maldade, não é o monstro que estão querendo pintar. Ele não é criminoso”, afirmou o advogado.
“O suspeito se apresentou espontaneamente na delegacia e fez todos os exames solicitados pela delegada Ranielle Vasconcelos. Se ele tivesse alguma participação no crime, teria se apresentado?” questionou Aluísio Lucena.
Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Fotos : Central Conde de Jornalismo