Janelas e portas da casa estavam vedadas para impedir a entrada de luz.
Durante o período, a menina não frequentou escola e nem teve contato com outras crianças e adultos da região. O imóvel, de quatro cômodos, não tinha energia elétrica e a iluminação era feita por apenas uma vela.
"A mãe saía apenas uma vez por mês para sacar dinheiro no banco e fazer compras. A criança não era vista pelos vizinhos e não seguia com a mãe para o Centro da cidade. Ela não é investigada, pois não tem condições de ser responsabilizada pelo que acontecia na casa dela", disse a delegada Regina Marques Mota, responsável pelo inquérito que apura abandono material e omissão de socorro.
A pena para casos de abandono material varia de 1 a 4 anos de detenção e multa. Para as situações de omissão de socorro, a pena varia de 1 a 6 meses de detenção e multa. "Nos dois casos de condenação, as penas podem ser revertidas em trabalho social", disse a delegada.
Ainda segundo Regina, os investigados no caso são os familiares da mãe e o pai da criança. "Precisamos saber se eles tinham conhecimento da situação a que as duas estavam submetidas. Não posso considerar o caso como cárcere privado, pois a mãe mantinha a filha trancada e também se colocava dentro da reclusão doméstica. Ela também é vítima de sua insanidade mental."
A criança foi levada por conselheiros tutelares da cidade para um abrigo, onde está em fase de adaptação para conviver com outras crianças. A mãe está internada em uma casa de atendimento psiquiátrico em Campo Grande.
A delegada informou ainda que já ouviu a avó da criança e pretende ouvir o pai da menina ainda nesta semana.
Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Fotos : Central Conde de Jornalismo