José Padilha e a continuação da saga do Capitão Nascimento saem com nove prêmios e a escolha do voto popular, na noite do 'Oscar Brasileiro'
José Padilha em um de seus nove discursos de
agradecimento: diretor repetiu, com 'Tropa 2', o sucesso do primeiro
filme da saga do Bope
(Rogério Resende/Divulgação)
“O voto popular era o meu prêmio preferido. Não sei se já aconteceu
antes, acho que sim, mas pela primeira vez eu vi 50% das salas de cinema
do país serem ocupadas por filmes nacionais”, festejou Padilha
Àquela altura, Padilha já estava sem palavras – um pouco pela emoção, e muito por já ter empregado todo tipo de agradecimento pelos outros troféus recebidos na noite. “Não sei mais o que dizer”, disse o diretor, arrancando risos da platéia de cerca de 1.200 convidados. Nesse momento, Padilha já tinha gasto o seu latim agradecendo por ele e pelos amigos Lula Carvalho (melhor direção de fotografia) e Wagner Moura (melhor ator), que não puderam comparecer à festa. “Assim como o Lula, o Wagner não pode vir porque está fazendo o que ele faz de melhor. Ele está filmando em Paulínia, no interior de São Paulo”, informou o diretor, sobre a sentida ausência do ator que dá vida ao Capitão Nascimento – promovido a coronel na continuação de Tropa.
Tropa de Elite 2, que concorria em 16 das 27 categorias, levou nove troféus, incluindo o de melhor longa-metragem pelo voto popular. “O voto popular era o meu prêmio preferido. O público foi o grande vencedor, ele é que merecia o prêmio, pois lotou as salas de cinema em um ano muito celebrado por todos nós como o ano que o Brasil ultrapassou pela primeira vez a barreira do bilhão de reais em bilheteria. Não sei se já aconteceu antes, acho que sim, mas pela primeira vez eu vi 50% das salas de cinema do país serem ocupadas por filmes nacionais. Isto é muito importante, precisamos analisar isto”, festejou Padilha.
Glória Pires, que recebeu o troféu de melhor atriz, na noite de premiação do 'Oscar brasileiro'
O prêmio de melhor atriz foi para Glória Pires, pelo filme Lula, o Filho do Brasil. Após a festa, a atriz que interpretou Dona Lindu, mãe do ex-Presidente, falou sobre a vitória por um filme contestado por público e crítica pelo teor político em ano de eleição. “O filme teve um ótimo público, apesar da contestação que se fez pelo fato de o filme falar de uma época da vida do Lula. O filme não tem nada de propaganda, nem toma partido. A gente sabe que é uma história real. O mais louco é saber que essa é a história de 97% dos brasileiros”, justificou Glória.
Homenagem - O “casal Barretão”, como são conhecidos Lucy e Luiz Carlos Barreto, foi homenageado com o prêmio Eleonora de Martinio Salim pelos 50 anos dedicados ao cinema brasileiro. Em seu longo discurso, o produtor de filmes como Terra em Transe, Bye, Bye, Brasil e O Que É Isso Companheiro? lembrou do início de sua carreira como repórter fotográfico da extinta revista O Cruzeiro e de como o seu antigo emprego contribuiu para a trajetória que o conduziu ao cinema e ao altar. “Eu tinha que fazer uma matéria em Goiânia, para fotografar a Miss Goiás. Mas ao invés de me encantar com a Miss, me apaixonei pela Lucy e três semanas depois a gente já estava namorando. Sabe como é: caboclo nordestino não resiste a olhos verdes”, declarou-se arrancando aplausos da platéia.
Luiz Carlos Barreto, homenageado, fez um discurso exaltando a impomrtância do cinema brasileiro
Outro momento emocionante foi a homenagem surpresa a Norma Bengell, que apareceu no palco numa cadeira de rodas. A atriz foi agraciada com um discurso da amiga Marieta Severo. “Se tivesse nascido na Grécia antiga, ela teria sido uma deusa. Afinal ela nasceu para ser musa”, declarou Marieta, enquanto um videoclipe com momentos marcantes da carreira de Norma era projetado ao fundo do palco. “Eu quero ficar de pé para agradecer a todos vocês. Alguém me ajude”, pediu a atriz, prontamente atendida por Fabíula Nascimento, mestre de cerimônias do evento ao lado de Bruno Mazzeo. “Vocês não sabem a felicidade que é eu estar aqui. Faz oito meses que não saio de casa e hoje eu vim por vocês”, completou Bengell, às lágrimas, de pé.
Confira todos os vencedores da noite:
Voto popular - Melhor longa-metragem nacional
Tropa de Elite 2, de José Padilha
Voto popular - Melhor longa-metragem documentário
Dzi Croquetes, Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Voto popular - Melhor longa-metragem estrangeiro
MA Rede Social, de David Fyncher
Melhor longa-metragem de ficção
Tropa de Elite 2, de José Padilha
Melhor Direção
José Padilha, em Tropa de Elite 2
Melhor ator
Wagner Moura, em Tropa de Elite 2
Melhor atriz
Glória Pires, em Lula, o Filho do Brasil
Melhor roteiro adaptado
Marcos Bernstein, por Chico Xavier
Melhor roteiro original
Braulio Mantovani e José Padilha, por Tropa de Elite 2
Melhor ator coadjuvante
André Mattos, em Tropa de Elite 2, e Caio Blat, em As melhores Coisas do Mundo
Melhor atriz coadjuvante
Cássia Kiss, em Chico Xavier
Melhor longa-metragem documentário
O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira
Melhor fotografia
Tropa de Elite 2
Melhor Montagem Documentário
Dzi Croquetes
Melhor Montagem Ficção
Tropa de elite 2
Melhor Trilha Sonora Original
Olhos azuis
Melhor Trilha Sonora
O Homem que Engarrafava Nuvens
Melhor som
Tropa de elite 2
Prêmio Especial para a Preservação
Mostra de Cinema de Ouro Preto
Melhor Direção de Arte
Quincas Berro d'água
Melhor Efeitos Visuais
Nosso Lar
Melhor Longa-metragem Infantil
Eu e Meu Guarda-chuva, de Toni Vanzolini
Melhor Figurino
Quincas Berro d'água
Melhor Maquiagem
Chico Xavier
Melhor Longa-metragem Estrangeiro
Segredo de Seus Olhos, coprodução Argentina-Espanha
Melhor Curta-metragem Ficção
Recife Frio, de Kléber Mendonça Filho
Melhor Curta-metragem Documentário
Geral, de Anna Azevedo
Melhor Curta-metragem de Animação
Tempestade, de Cesar Cabral
Nenhum comentário:
Postar um comentário