Fiéis acompanham velório de dom Eugenio Sales na Catedral Metropolitana
Rio -
Dezenas de fiéis e autoridades acompanham, na tarde desta terça-feira, o
velório do arcebispo emérito do Rio, dom Eugenio Sales, que morreu na
noite desta segunda, aos 91 anos. Um comboio seguiu o caminhão do Corpo
de Bombeiros que transportou o caixão pelas ruas da cidade. Quando
chegou à Catedral Metropolitana, no Centro, o corpo do religioso foi
recebido por uma salva de palmas. Durante a cerimônia, um pomba branca
pousou sobre o caixão e emocionou a todos. O enterro será nesta
quarta-feira, no mesmo local.
Estão presentes
à cerimônia o governador Sérgio Cabral, pelo prefeito Eduardo Paes e o
arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, responsável por celebrar uma
missa. Sobre o caixão, foi colocada uma bandeira do Brasil.
Papa lamenta morte
O papa Bento XVI enviou nesta terça-feira um telegrama ao arcebispo dom Orani Tempesta lamentando a morte de dom Eugenio Sales. No texto, ele manifesta o pesar pelo falecimento do arcebispo emérito do Rio. "Quero manifestar meus pêsames aos bispos, seus auxiliares, ao clero, às comunidades religiosas e aos fiéis da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que tiveram por três décadas um intrépido pastor", escreveu o pontífice.
O Governo e a Prefeitura do Rio decretaram luto oficial de três dias em
todo o Estado, em homenagem ao religioso. Sales foi nomeado arcebispo
do Rio em 13 de março de 1971 pelo então papa Paulo VI, ficando no cargo
até julho de 2001, quando se retirou por motivos de saúde, após ter
completado a idade obrigatória para a aposentadoria.
Em seus últimos anos como arcebispo foi considerado líder da ala conservadora da Igreja Católica, por sua defesa incansável da doutrina no país. Na sua trajetória, no entanto, chegou a ser apontado como "bispo vermelho" após ter fundado numerosas comunidades de base e sindicatos rurais durante o regime militar. Pública ou secretamente, ajudou milhares de perseguidos políticos do Brasil e de países vizinhos.
Também criou pastorais do episcopado voltado para presos, menores infratores e moradores de comunidades carentes. Em maio de 2000, o Cardeal revelou que, entre 1976 e 1982, ajudou cerca de 5 mil perseguidos políticos do Cone Sul, em sua maioria argentinos, durante o regime militar brasileiro. Dom Eugênio Sales contou que muitos deles foram hospedados em cerca de 80 apartamentos que a arquidiocese alugou para refugiá-los, enquanto outros obtiveram ajuda para se viajar para outros países.
No entanto, o religioso garantiu que sua atuação era conhecida pelo
regime militar e por agentes de inteligência de outros países que
atuavam no Brasil. O religioso nasceu em Acari, no Rio Grande do Norte,
em 8 de novembro de 1920 e ingresso no seminário 16 anos depois. Foi
ordenado diácono em março de 1943, se tornando sacerdote oito meses
depois. Em agosto de 1954, aos 33 anos, foi nomeado bispo titular de
Tibica e auxiliar de Natal pelo papa Pio XII.
Foi administrador apostólico da arquidiocese de Natal entre 1962 e 1964 e da arquidiocese de Salvador entre 1964 e 1968, quando assumiu como arcebispo titular de Salvador. Um de seus irmãos, Heitor de Araújo Sales, também seguiu a carreira religiosa e atualmente é arcebispo emérito de Natal. Dom Eugênio Sales foi o principal organizador das visitas que o papa João Paulo II fez ao Brasil em 1980 e em 1997.
Mário Luiz (Carioca) com O Dia
Grupo de pessoas esperava pela chegada do corpo do religioso na Catedral Metropolitana | Foto: Leitor @jeff_teixeira
Papa lamenta morte
O papa Bento XVI enviou nesta terça-feira um telegrama ao arcebispo dom Orani Tempesta lamentando a morte de dom Eugenio Sales. No texto, ele manifesta o pesar pelo falecimento do arcebispo emérito do Rio. "Quero manifestar meus pêsames aos bispos, seus auxiliares, ao clero, às comunidades religiosas e aos fiéis da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que tiveram por três décadas um intrépido pastor", escreveu o pontífice.
Freiras velam o corpo de dom Eugenio Sales no Palácio Apostólico do Sumaré, na Floresta da Tijuca | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Em seus últimos anos como arcebispo foi considerado líder da ala conservadora da Igreja Católica, por sua defesa incansável da doutrina no país. Na sua trajetória, no entanto, chegou a ser apontado como "bispo vermelho" após ter fundado numerosas comunidades de base e sindicatos rurais durante o regime militar. Pública ou secretamente, ajudou milhares de perseguidos políticos do Brasil e de países vizinhos.
Também criou pastorais do episcopado voltado para presos, menores infratores e moradores de comunidades carentes. Em maio de 2000, o Cardeal revelou que, entre 1976 e 1982, ajudou cerca de 5 mil perseguidos políticos do Cone Sul, em sua maioria argentinos, durante o regime militar brasileiro. Dom Eugênio Sales contou que muitos deles foram hospedados em cerca de 80 apartamentos que a arquidiocese alugou para refugiá-los, enquanto outros obtiveram ajuda para se viajar para outros países.
Pomba branca pousou sobre o caixão de dom Eugenio e emocionou fiéis | Foto: Reprodução TV
Foi administrador apostólico da arquidiocese de Natal entre 1962 e 1964 e da arquidiocese de Salvador entre 1964 e 1968, quando assumiu como arcebispo titular de Salvador. Um de seus irmãos, Heitor de Araújo Sales, também seguiu a carreira religiosa e atualmente é arcebispo emérito de Natal. Dom Eugênio Sales foi o principal organizador das visitas que o papa João Paulo II fez ao Brasil em 1980 e em 1997.
Mário Luiz (Carioca) com O Dia
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