Velório se estenderá durante toda noite do sábado (7) no Parque do Povo.
Enterro do ex-governador acontece neste domingo (8), em Campina Grande.
Admiradores compareceram em grande número ao
Parque do Povo para prestar últimas homenagens
ao ex-governador (Foto: Rafael Melo/G1)
O velório de Ronaldo Cunha Lima em Campina Grande,
Agreste paraibano, inciado às 21h deste sábado (7) ,atraiu uma grande
quantidade de admiradores, amigos e familiares ao Parque do Povo. Após a
chegada do corpo, por volta das 20h20, uma oração foi feita por amigos e
familiares. Em seguida de tocaram o hino nacional e abriram as
homenagens ao público.Parque do Povo para prestar últimas homenagens
ao ex-governador (Foto: Rafael Melo/G1)
Antes de seguir para o local destinado às últimas homenagens, o corpo do ex-governador desfilou em carro aberto do Corpo de Bombeiros pelas principais ruas de Campina Grande. O enterro acontece no domingo (8), no Cemitério Monte Santo, às 16h, em Campina Grande.
Ronaldo Cunha Lima Filho comentou que as demonstrações de carinho durante todo o percurso entre o Palácio da Redenção, em João Pessoa, até a pirâmide do Parque do Povo, em Campina Grande, comoveu a família. “Durante o cortejo vimos muitas cenas de carinho que ficarão marcadas na memórias de todos os familiares. Essas demonstrações de afeto serão combustíveis para todos nós superarmos este momento difícil”, ressaltou o filho do ex-governador.
Senador Cássio Cunha Lima durante velório de
Ronaldo Cunha Lima, em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
Em João Pessoa, o velório aconteceu durante toda a tarde no Palácio da
Redenção, onde recebeu homenagem de amigos, políticos e familiares. O
ex-governador da Paraíba morreu exatamente às 9h35 deste sábado (7), aos 76 anos, casa da família. Ele lutava contra um câncer no pulmão desde 2011.Ronaldo Cunha Lima, em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
Na manhã deste sábado (7), na capital, o senador Cássio Cunha Lima, afirmou que nas últimas 48 horas, Ronaldo estava sendo sedado. “Ele agonizou muito, mas durante todo esse período se mostrou conformado”, disse. Um dos médicos da família que acompanhavam Ronaldo confirmou que ele sofreu uma insuficiência respiratória e morreu às 9h35.
Ronaldo Cunha Lima morreu aos 76 anos
(Foto: Leonardo Silva/Jornal da Paraíba)
Antes do velório que ocorreu em João Pessoa, quem também falou foi
Renato Cunha Lima, um dos irmãos de Ronaldo. Ele disse que na
quinta-feira (5) conversou com o irmão e os dois relembraram momentos da
infância. “Falei que era para ele não se preocupar, porque a história
dele era orgulho para família e que o exemplo dele tinha ficado para
toda história”, disse Renato.(Foto: Leonardo Silva/Jornal da Paraíba)
Os prefeitos de João Pessoa, Luciano Agra, e de Campina Grande, Veneziano Vital, decretaram luto de três dias. Assim como a Assembleia Legislativa. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), emitiu nota lamentando a morte do ex-governador e também decretou luto oficial de três dias.
Carreira política
Sua história política teve como palco principal a cidade de Campina Grande. Aos 23 anos ingressou na vida pública quando foi eleito vereador. Foram quase 50 anos de carreira política até a renúncia do mandato de deputado federal em 2007, último cargo público que exerceu. Ronaldo deixou o senador Cássio Cunha Lima, seu filho, como principal sucessor na política.
Ronaldo toma posse como governador da Paraíba
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Ronaldo já assumiu cargos no legislativo e no executivo: foi deputado
estadual por dois mandatos e em 1969 se elegeu prefeito de Campina
Grande, mas teve seu mandato cassado pela ditadura militar. Em 1982 ele
foi novamente eleito prefeito da cidade, pelo PMDB, e assumiu o cargo em
1983. No ano de 1990 foi eleito governador da Paraíba, cargo que deixou
em 1994 para concorrer ao Senado Federal. Foi senador e em 2002 foi
eleito deputado federal. Com problemas de saúde desde 1999, quando
sofreu um acidente vascular cerebral, Ronaldo ainda ficou alguns anos na
vida pública e deixou o Câmara Federal em 2007, quando exercia o
segundo mandato.(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
A eleição de 1990 foi marcante na trajetória política de Ronaldo. Ele foi derrotado no primeiro turno por Wilson Braga, que já havia governado o estado, mas no segundo turno virou o jogo e venceu com uma diferença superior a 100 mil votos.
Ronaldo chegou a ser detido para prestar
esclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Polêmicasesclarecimentos sobre tiro contra Tarcísio Burity
(Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)
Em função de um processo judicial por tentativa de homicídio contra seu adversário político Tarcísio Burity, Ronaldo renunciou, em 2007, à cadeira na Câmara Federal para escapar de julgamento no Supremo Tribunal Federal. Na época ele fez uma manobra para dispensar o foro privilegiado, na carta-renúncia ele diz que queria ”ser julgado como cidadão comum“. Leia a carta na íntegra.
O atentado contra Burity foi em 1993 e ficou conhecido como 'Caso Gulliver', nome do restaurante onde aconteceu o crime. O então governador Ronaldo Cunha Lima deu três tiros no seu antecessor, supostamente motivado por críticas que este teria feito a Cássio Cunha Lima, que era superintendente da Sudene. Burity sobreviveu e morreu dez anos depois vítimas de complicações cardíacas.
Ronaldo Cunha Lima no lançamento do seu livro
'Eu nas Entrelinhas', em 2004
(Foto: Arquivo/Jornal da Paraíba)
O poeta'Eu nas Entrelinhas', em 2004
(Foto: Arquivo/Jornal da Paraíba)
Conhecido como “Poeta”, Ronaldo Cunha Lima também fez carreira como escritor e teve sua trajetória no cenário cultural imortalizada quando assumiu a cadeira de número 14 na Academia Paraibana de Letras em 1994. “A paixão dele pela poesia surgiu quando ele era criança. Isto porque o avô já era um exímio soletrista”, disse o jornalista Nonato Guedes, autor do livro “A Fala do Poder - Discursos comentados de governadores da Paraíba”.
Uma de suas principais paixões de Ronaldo na Literatura era a poesia do também paraibano Augusto dos Anjos, tanto que em 1988 participou e venceu o programa Sem Limite, da Rede Manchete, que fazia perguntas sobre a vida e obra de Augusto dos Anjos. O presidente da APL lamenta o fato de Ronaldo Cunha Lima ter enveredado pelo ramo da política. “É uma pena que o fascínio da política tenha exercido grande poder sobre a vocação do poeta”, disse Gonzaga Rodrigues.
Mário Luiz (Carioca) com G1
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