Carol Marra
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Felipe Censi/Divulgação
“A cada dia surgem novas barreiras. A última, foi a exigência de um laudo de uma assistente social. Antes, seria apenas um psicológico e endocrinologista. Isso em cima da hora foi impossível de conseguir, ainda mais nessa época do ano. A profissional sera incumbida de conversar, não somente comigo mas também com pessoas do meu convívio, amigos, parentes etc. No Brasil, ainda enfrentamos muita dificuldade para fazer a redesignação sexual, fora o preço da cirurgia que é alto e absurdo. Descobri que meu corpo pertence ao Estado, preciso de uma autorização legal para me readequar. Ou seja, alguém que não me conhece, não sabe as dores, as minhas angustias, alguém que não sabe nada da minha vida é quem vai decidir por mim?”, desabafou a modelo, com exclusividade ao Extra.
Carol conta que escolheu o Brasil para realizar a operação para poder ficar mais perto dos familiares num momento tão especial da sua vida. Além disso, ela também explicou que o médico que será responsável pela operação é do Rio.
Assim que terminar essa questão, ela sabe que terá uma outra, muito pior, para resolver. Além da cirurgia, Carol terá que trocar toda a sua documentação. “Conheço uma transexual operada que levou 10 anos pra ter seu nome social registrado oficialmente na nova documentação. É muito constrangedor você se apresentar com documentos com seu nome de batismo. Eu já cansei de passar por situações constrangedoras em virtude disso”, reclama.
Carol também conta que tem consciência que será sempre uma mulher transexual, e enfatizou que já se sente uma mulher. “Tenho consciência que seriei uma mulher transexual. A cirurgia não vai me tornar uma mulher. Mulher eu já me sinto. Infelizmente vou carregar comigo o peso disso. A sociedade infelizmente não compreende. A palavra transexual em si é pesada. Sinto ao ser taxada dessa forma como se tivesse cometido um crime, como se ser transexual fosse quase cumprir uma pena. não é minha escolha, essa é minha condição! E mesmo com a cirurgia não creio que isso vá mudar.
Apesar do assunto despertar interesse, Carol afirma que não quer tornar a questão uma polêmica. “Não gostaria de tornar a cirurgia, que é um momento pessoal e muito especial da minha vida, em um circo. Sei que as pessoas têm curiosidade em torno disso, mas tenho receio dessa exposição, que julgo negativa. As pessoas podem interpretar que quero aparecer, e isso não é verdade. A cirurgia é grande sonho da minha vida, é a maneira de eu me reconhecer no meu próprio corpo, ser eu”.
Mário Luiz (Carioca) com Extra
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