Trabalhadores foram orientados a não subirem para a cobertura, para não caírem nas escadas, e esperarem o fim do terremoto no 5º andar.
Um publicitário paraibano que mora no México relatou que, durante o terremoto de magnitude 7,1
que ocorreu na região nesta terça-feira (19), teve que esperar no
quinto andar de um prédio de sete andares até o tremor parar. Ele estava
na Avenida de los Insurgentes Sur, uma das principais vias da Cidade do México, no momento. Arthur Barros, de 31 anos, é de Campina Grande e se mudou para o país em janeiro, a trabalho.
Segundo Arthur, o procedimento padrão era subir para a cobertura do
prédio, no sétimo andar, porque é mais rápido de chegar que o térreo.
Porém, como os alarmes soaram apenas depois do início do abalo, as
pessoas que estavam no local foram orientadas a esperar.
“Eu estava trabalhando e comecei a sentir tremer. Todo mundo assustado,
já se levantou. Só tive tempo de pegar o celular e fui correndo até a
porta da saída de emergência. A minha mesa fica a uns 10, 15 metros, mas
já estava movendo tanto que, na caminhada, a pessoa fica sem conseguir
andar, tonto, querendo cair. Na entrada da escada, disseram para não
subir, porque era perigoso cair na escada. Então ficamos esperando [no
quinto andar], embaixo de vigas, colunas, zonas mais seguras”, contou.
Cerca de duas horas antes do tremor, a cidade havia passado por
simulações de terremoto, devido aos 32 anos do grande terremoto mexicano
de 19 de setembro de 1985, que matou pelo menos 10 mil pessoas. Na
simulação, todos subiram à cobertura, cumprindo os procedimentos de
segurança, após o alarme soar.
“Algumas pessoas do escritório, fora da recomendação, subiram correndo
as escadas, os mais assustados. Eles chegaram lá em cima e viram a
cidade, de longe, os edifícios caindo, as 'bolas' de poeira subindo”,
relatou Arthur, reforçando que nenhum colega de trabalho ficou ferido.
O paraibano explicou que o tremor durou cerca de dois minutos. “Depois,
a gente desceu para o térreo. Chegou na rua e tinha um mar de gente.
Porque é uma região que tem muito edifício empresarial, alguns de 30
andares, e foram todos evacuados”, lembrou.
O publicitário contou que viu alguns rastros de destruição no caminho
para casa, como vidraças quebradas e uma parte de um viaduto que caiu.
Porém, como mora em uma região segura por conta do tipo de solo, não
chegou a ver ninguém com ferimentos graves.
“O segundo medo era chegar em casa e ver tudo destruído. Mas
felizmente, eu moro em um edifício novo, que teve que seguir protocolos
de segurança e tem um sistema de amortecimento hidráulico contra
terremotos. Apesar de morar no 18º andar, o apartamento não teve nenhum
dano. Estava tudo exatamente no lugar, nenhum copo quebrou”, disse.
O Serviço Geológico dos EUA (USGS) detectou o epicentro do tremor perto
da cidade de Izucar de Matamoros, que fica ao sul da capital mexicana. Pelo menos 225 pessoas morreram e dezenas de prédios desabaram na capital e nos estados vizinhos. Dois brasileiros ficaram feridos no terremoto, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
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