Acusada
de envolvimento no assassinato de um jornalista, a prefeita de Santa
Luzia, em Minas Gerais, Roseli Ferreira Pimentel (PSB), de 44 anos,
teria desviado R$ 20 mil dos cofres municipais para financiar o crime. O
valor teria sido retirado da Secretaria da Saúde, mas com nota de
compras de mamão da Secretaria da Educação. A manobra contábil foi
revelada na tarde desta segunda-feira pela polícia civil. Presa na
última quinta-feira, a prefeita foi indiciada por homicídio duplamente
qualificado, peculato (uso de dinheiro público) e destruição de provas.
O
assassinato ocorreu em agosto de 2016 na cidade de 72 mil habitantes na
região metropolitana de Belo Horizonte. Dono do jornal local "O Grito",
Maurício Campos Rosa, de 64 anos, foi morto com cinco tiros.
De
acordo como delegado César Matoso, responsável pelo inquérito, o crime
foi encomendado após a prefeita ter sido chantageada pela vítima. Então
aliado de Roseli, o jornalista teria ameaçado divulgar críticas à gestão
da prefeita durante a campanha eleitoral, na qual ela disputava a
reeleição.
Além
da prefeita, foram presos David Santos Lima, Alessandro de Oliveira
Souza e Gustavo Sérgio Soares Silva. Um quarto envolvido no assassinato,
Paulo César Florindo de Almeida, está foragido.
De acordo com a
polícia, três dias antes do assassinato, o dono do jornal intensificou a
chantagem. Para se livrar das ameaças, Roseli teria contatado
Alessandro, que marcou uma reunião com o jornalista. O homicídio teria
ocorrido após o encontro.
As investigações apontaram ainda que,
para subtrair o dinheiro dos cofres municipais, Roseli teve a ajuda da
tesoureira da prefeitura, Mônica Maria Lara Augusto Rocha, também foi
indiciada por desvio de verba pública. Segundo a polícia, a trama ainda
envolveu Tarick Elias Bruck Campos e o policial militar Leonardo Lúcio
Morais, acusados de contribuir com Roseli e Alessandro no
desaparecimento dos pertences do jornalista no dia do assassinato. Os
quatro responderão pelo crime de destruição de provas.
Crimes eleitorais
Em
2012, foi eleita vice-prefeita na chapa com Carlos Alberto Parrilo
Calixto. No início de 2016, com a morte de Calixto em decorrência de um
aneurisma, Roseli assumiu o comando da cidade.
Nas eleições de
2016, Roseli foi reeleita com 34% dos votos, mas em abril deste ano foi
afastada pelo o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) por
abuso de poder econômico e propaganda indevida com excesso de gastos em
publicidade institucional. Em junho, a prefeita foi reconduzida ao
cargo por meio de uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A
prefeita também já havia sido condenada em outra ação por enviar
mensagens aos diretores e professores de escolas pedindo que
influenciassem pais de alunos na eleição.
Da Redação com
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