Lágrimas e incerteza marcam despedida de funcionários
Danielle Nogueira - O Globo
RIO – Os funcionários receberam a notícia das demissões com
indignação. Muitos não esconderam as lágrimas e não alimentam a
esperança de conseguir um novo emprego tão cedo, já que o setor passa
por um processo de consolidação, e as aéreas já anunciaram corte de voos
para este e o próximo ano. Só a Gol já anunciou que encerrará 2012 com
uma edução de 4,5% na oferta.
As irmãs Desirée e Sara de Lima, de
28 anos e 20 anos, estavam entre os 850 demitidos ontem. Desirée foi da
primeira turma de comissárias da Webjet. Sabe de cor a data de seu
primeiro dia de trabalho: primeiro de março de 2005. Antes de entrar na
Webjet, havia trabalhado como despachante na Varig e saíra pouco antes
de a empresa falir.
Ela foi uma das comissárias que ficou à
disposição da companhia, em casa, no último mês. A promessa era de que
seria treinada para se unir à força de trabalho da Gol. Durante esse
tempo, ganhou o salário-base da categoria, de R$ 1.300, bem abaixo dos
R$ 3.500 que ganha por mês, em média.
— Me enganaram. Não tenho
cabeça para pensar no que vou fazer agora. Meu pai está internado e vou
voltar a atenção 100% para ele — disse ela, que divide um apartamento
com a irmã, comissária da Webjet há dois anos.
A também comissária
Priscilla Oliveira, de 24 anos, era uma das mais abaladas com a
notícia. Aos prantos, abraçava os colegas de trabalho, que tentavam
consolá-la:
— Era a melhor empresa para se trabalhar — repetia Priscila, há quatro anos na Webjet, seu primeiro emprego como comissária. ‘Acho que vou deixar a aviação’, diz piloto
Para
os mais velhos, recolocar-se no trabalho será tarefa ainda mais
difícil. O piloto Luiz Amorim é um veterano na aviação. Por 22 anos,
serviu à Varig e perdeu o emprego com a falência da empresa. Estava na
Webjet há quatro anos porque sua aposentadoria não lhe permitia parar de
trabalhar. Ganha R$ 2.500 por mês pelo INSS e R$ 405 mensais pelo
Aerus, o fundo de aposentadoria complementar da Varig. Na Webjet, seu
salário girava em torno de R$ 10 mil por mês.
— O mercado possível
para mim é a aviação executiva, que de fato está crescendo. Mas nesse
mercado, você não tem vida. Acho que vou deixar a aviação e buscar
emprego em outro ramo — disse ele, casado e pai de dois filhos.
Amorim
é um dos órfãos da Varig. Segundo ele, deveria estar recebendo do Aerus
R$ 6.500 por mês, mas problemas na administração do fundo fizeram com
que sua aposentadoria fosse reduzida a menos de um décimo do valor
devido.
Mário Luiz (Carioca) com Extra
Lágrimas e incerteza marcam despedida de funcionários
RIO – Os funcionários receberam a notícia das demissões com
indignação. Muitos não esconderam as lágrimas e não alimentam a
esperança de conseguir um novo emprego tão cedo, já que o setor passa
por um processo de consolidação, e as aéreas já anunciaram corte de voos
para este e o próximo ano. Só a Gol já anunciou que encerrará 2012 com
uma edução de 4,5% na oferta.
As irmãs Desirée e Sara de Lima, de
28 anos e 20 anos, estavam entre os 850 demitidos ontem. Desirée foi da
primeira turma de comissárias da Webjet. Sabe de cor a data de seu
primeiro dia de trabalho: primeiro de março de 2005. Antes de entrar na
Webjet, havia trabalhado como despachante na Varig e saíra pouco antes
de a empresa falir.
Ela foi uma das comissárias que ficou à
disposição da companhia, em casa, no último mês. A promessa era de que
seria treinada para se unir à força de trabalho da Gol. Durante esse
tempo, ganhou o salário-base da categoria, de R$ 1.300, bem abaixo dos
R$ 3.500 que ganha por mês, em média.
— Me enganaram. Não tenho
cabeça para pensar no que vou fazer agora. Meu pai está internado e vou
voltar a atenção 100% para ele — disse ela, que divide um apartamento
com a irmã, comissária da Webjet há dois anos.
A também comissária
Priscilla Oliveira, de 24 anos, era uma das mais abaladas com a
notícia. Aos prantos, abraçava os colegas de trabalho, que tentavam
consolá-la:
— Era a melhor empresa para se trabalhar — repetia Priscila, há quatro anos na Webjet, seu primeiro emprego como comissária. ‘Acho que vou deixar a aviação’, diz piloto
Para
os mais velhos, recolocar-se no trabalho será tarefa ainda mais
difícil. O piloto Luiz Amorim é um veterano na aviação. Por 22 anos,
serviu à Varig e perdeu o emprego com a falência da empresa. Estava na
Webjet há quatro anos porque sua aposentadoria não lhe permitia parar de
trabalhar. Ganha R$ 2.500 por mês pelo INSS e R$ 405 mensais pelo
Aerus, o fundo de aposentadoria complementar da Varig. Na Webjet, seu
salário girava em torno de R$ 10 mil por mês.
— O mercado possível
para mim é a aviação executiva, que de fato está crescendo. Mas nesse
mercado, você não tem vida. Acho que vou deixar a aviação e buscar
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