quinta-feira, 30 de maio de 2013

Tunísia começa a julgar integrante do movimento feminista Femen

Amina foi presa após fazer pichação em cemitério.
Outras três militantes europeias do grupo estão presas no país árabe.

Ativistas do Femen protestam nesta quinta-feira (30) em frente à embaixada tunisiana em Bruxelas, na Bélgica, pela libertação de Amina (Foto: AFP) 
Ativistas do Femen protestam nesta quinta-feira (30) em frente à embaixada tunisiana em Bruxelas, na Bélgica, pela libertação de Amina (Foto: AFP)
A integrante do movimento Femen tunisiana Amina começou a ser julgada nesta quinta-feira (30) por posse de um spray de autodefesa, enquanto as outras três europeias do grupo feminista que na véspera realizaram um protesto em Túnis com os seios à mostra para apoiá-la, na primeira ação deste tipo em um país árabe, serão conduzidas ao Ministério Público da capital.
O movimento Femen, conhecido pelas ações de topless realizadas por suas ativistas feministas em todo o mundo, informou em seu site que as duas francesas e a alemã detidas na quarta-feira em frente ao palácio de Justiça de Túnis serão conduzidas ao meio-dia diante do procurador, que decidirá quais medidas serão tomadas.
Em Kairuan (150 km ao sul de Túnis), Amina Sboui, conhecida pelo pseudônimo Tyler, foi conduzida ao juiz vestida com um safsari, o véu tradicional tunisiano.
Amina, que foi detida no dia 19 de maio depois de ter pichado "Femen" em um muro de um cemitério de Kairuan, onde iria ocorrer uma concentração do movimento salafista jihadista, explicou ao juiz que possuía o spray há dois meses para sua própria defesa.
Seu advogado, Souheib Bahri, indicou que as acusações contra Amina se baseiam em um decreto de 1894 que prevê penas de entre seis meses e cinco anos de prisão por posse de produtos incendiários ou explosivos.
Segundo Bahri, Amina enfrenta apenas a condenação mínima, já que só possuía um spray de autodefesa.
No entanto, a tensão pairava no ar de Kairuan, onde dezenas de manifestantes cansados das ações do Femen se reuniram diante de um tribunal insultando os advogados da jovem.
Vários advogados, que diziam representar os moradores de Kairuan, se apresentaram perante o juiz para exigir sua participação no processo como parte civil e para que as acusações contra a jovem sejam mais severas. O juiz rejeitou estas petições.
Em março, Amina provocou um grande escândalo ao publicar fotos de si mesma nas quais aparecia com os seios à mostra, ao estilo do grupo feminista Femen.
O movimento Femen, fundado na Ucrânia e sediado em Paris, protagoniza há vários anos ações de topless para denunciar a discriminação da mulher.
Ativistas do Femen protestam nesta quinta-feira (30) em frente à embaixada tunisiana em Bruxelas, na Bélgica, pela libertação de Amina (Foto: AFP) 
Ativistas do Femen protestam nesta quinta-feira (30) em frente à embaixada tunisiana em Bruxelas, na Bélgica, pela libertação de Amina (Foto: AFP)
 
Mário Luiz (Carioca) com G1

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