A descoberta foi feita após investigação que levou a prisão de seis homens supostamente envolvidos nas transações, na semana passada. Outras quatro pessoas também foram indiciadas sob suspeita de envolvimento no crime e estão foragidas.
"Isso se mostrou realmente um absurdo. É surpreendente que, de 20 em 20 dias, entre ao menos oito fuzis numa comunidade como a da Rocinha e essa grande quantidade de munição. Isso surpreende e nos faz pensar o porquê desse armamento todo. É um armamento de guerra", afirmou a delegada Marcia Beck, titular da Drae (Delegacia de Repressão ao Tráfico de Armas e Explosivos).
Das seis prisões realizadas na semana passada, cinco ocorreram no Estado do Paraná e uma no Rio. Entre os presos estão Flávio Cristiano da Silva e Eduardo de Souza Lima. Ambos são apontados como distribuidores de armas e permanecem presos no Paraná. Eles foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal do Paraná, quando transportavam armas.
Já os outros três suspeitos presos naquele Estado já foram encaminhados para o Rio. São eles: Luiz Cláudio Rodrigues, o Coroa; Carlos Vinicius Braga dos Santos, o Cafu; e Antônio Azequias Gura, o Gordo. Interceptações telefônicas flagraram negociações do grupo.
De acordo com as investigações, Coroa e Gordo são fornecedores do armamento. Já Cafu é morador da comunidade da Rocinha e comprava as armas para traficantes. O sexto preso na operação é Ricardo Pereira Terra de Andrade, conhecido como Robocop, também apontado como comprador, que revendia as armas para o tráfico. Ele foi preso na última quinta-feira no Rio.
Outras quatro pessoas também foram indiciadas. Entre elas estão o traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e Cristiano dos Santos Guedes, o Puma, apontados como chefes do tráfico na Rocinha; Fábio Fernandes da Silva, apontado como distribuidor; e Rúbia Maria Soares, moradora da comunidade e compradora do armamento.
Há ainda um suspeito flagrado nas interceptações telefônicas que ainda não foi identificado. Segundo a polícia, as gravações o identificam apenas como Abelardo, ou ainda pelo apelido Bel.
A polícia informou ainda que, de acordo com um bloco de anotações apreendido, cada fuzil comercializado custa R$ 55 mil. Já as 14 mil munições chegam ao valor de R$ 71 mil. Além disso, as anotações apontavam a comercialização de R$ 1,3 milhão em drogas.
O traficante Nem e outros criminosos são apontados como os responsáveis pela troca de tiros e invasão ao hotel Intercontinental no bairro, no dia 20 de agosto. Na ocasião, pelo menos 30 criminosos participaram do confronto e renderam hóspedes e funcionários no estabelecimento. Apenas dez criminosos foram presos e transferidos para o presídio federal de Porto Velho (RO).
Da Redação Com Folha Online
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