Os
números são contestados pela Federação das Associações de Municípios da
Paraíba. O presidente da entidade, Buba Germano, diz que não existem
dados certos sobre essa situação.
Segundo Francisco de Assis, podem chegar a 20% as prefeituras municipais do Estado que deixarão de pagar também os salários deste mês. Ele citou prefeituras como a de Campina Grande, Santa Rita e Itabaiana como exemplos das que não vão pagar este mês. Disse que em várias prefeituras do Sertão do Estado essa situação se repetirá. "Estamos fazendo esse levantamento para saber quais são os prefeitos que não pagarão aos servidores nestes últimos meses de gestão", completou.
O sindicalista informou que no ano passado o atraso de salários atingiu apenas 7% das cidades paraibanas. Neste ano, o número de prefeituras foi extraordinariamente maior devido às eleições municipais. "Muitos gestores quebraram as prefeituras porque investiram nas eleições e agora estão sem dinheiro para pagar os servidores", reclamou.
Outra medida que vem sendo tomada por alguns prefeitos, que o sindicalista considera arbitrária, é a demissão de prestadores de serviços e de comissionados. Alguns, além de demitir, cortaram gratificações e comissões.
Francisco de Assis acredita que pelo menos 40 mil servidores, somente das esferas municipais, terão que ser demitidos porque foram contratados sem concurso público nos últimos dois anos. "A contratação nesse perído, conforme determina a Lei, só pode acontecer em caso de extrema necessidade, como em epidemias e grandes catástrofes e deve ser feita em regime de emergência e por tempo determinado", explicou. Ele acredita que nesse ano houve um inchaço nas folhas de pagamento e chuvas de contratações no período eleitoral. "Além disso temos como motivo para as prefeituras estarem quebradas e sem dinheiro para cumprir os compromissos, a má administração e a corrupção", enfatizou.
Justiça suspende decisão de prefeitos
O presidente da Federação dos Servidores Públicos Municipais da Paraíba disse ainda que a Justiça suspendeu a demissão de servidores efetivos das prefeituras da comarca de Rio Tinto que possuem mais de dois contratos.
A decisão se deu depois, segundo Francisco de Assis Pereira, que a Fespem-PB entrou com pedido para que cada caso de demissão de servidor efetivo seja analisado. "Existem aquelas pessoas que têm mais de um contrato, como, por exemplo, professores e médicos, casos que não infringem a Constituição Federal, porque não ultrapassam a carga horária permitida por lei. Por exemplo, um professor tem o limite de 60 horas aula e possui contratos diferentes em prefeituras distintas que não chegam os dois juntos a ultrapassar essa carga de trabalho. Esses não podem ser demitidos porque não estão infringindo a lei", explicou o sindicalista.
Ele denunciou que muitos prefeitos aproveitaram a determinação do Tribunal de Contas do Estado para demitir quem tivesse contratos ilegais para demitir indiscriminadamente servidores efetivos. Disse ainda que a Fespem-PB irá entrar com pedido em nível estadual para que todas as prefeituras do Estado suspendam as demissões de servidores efetivos até que cada caso seja analisado. Os números são contestados pela Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup). O presidente da entidade, Buba Germano, negou que existam dados para afirmar quantas prefeituras deixarão de fazer o pagamento.
Ele chamou de terrorismo o que o presidente da Federação dos Servidores de Municípios da Paraíba, Francisco de Assis Pereira, estaria tentando fazer com as declarações de que 40% das prefeituras deixarão de pagar os funcionários. "Estamos lutando pelo equilîbrio financeiro para que todos os municípios possam fechar suas contas", declarou.
O presidente da Famup disse ainda que não podia garantir que todos os gestores fossem pagar os servidores, mas considera irresponsabilidade prever o percentual porque as informações ainda não existem. Mário Luiz (Carioca) com Correio
Nenhum comentário:
Postar um comentário