Relator do mensalão nega pedido de Bola
Advogado do ex-policial queria ter acesso a provas do processo, o que poderia adiar julgamento. Joaquim Barbosa não aceitou
O advogado do acusado de executar a jovem pedia o acesso a peças do processo do caso Bruno. O júri está marcado para segunda-feira, em Contagem, Minas Gerais.
Ministério Público de Minas defenderá tese de que ex-policial Bola (foto) foi contratado para executar Eliza | Foto: André Mourão / Agência O Dia
Caso a defesa de Bola ganhasse o recurso, a Justiça de Minas Gerais, onde corre o processo, teria três dias úteis para liberar o material pedido pelo advogado do réu. Com isso, poderia haver atraso no julgamento.
“Quero cópia dos vídeos gravados durante depoimento do meu cliente, em novembro. A juíza Marixa Fabiane Lopes negou três vezes, alegando o direito à preservação de sua imagem, já que ela aparece no vídeo. Existe súmula no Supremo em que não se pode negar ao advogado o direito às provas”, afirmou o defensor de Bola, Fernando Costa Oliveira Magalhães, antes de saber da decisão.
Mas o ministro entendeu que a Justiça não impediu o acesso: “Apenas fixou regras para consultas, considerando a pluralidade de réus e peculiaridade do caso para resguardar imagens de testemunhas”, alegou, em texto.
No júri, o Ministério Público de Minas defenderá a tese de que o ex-policial Bola foi contratado para executar Eliza, em 2010. A defesa negará a participação dele e questionará se o crime ocorreu.
Quebra-cabeça montado para condenar os cinco réus
O quebra-cabeça da investigação sobre a morte de Eliza Samudio foi montado com base em depoimentos, fotos, laudos periciais e técnicos, além da análise das contas telefônicas dos envolvidos no crime e cruzamento de informações de GPS, dos carros, e registro de entrada e saída dos condomínios da casa e sítio do goleiro Bruno.
O material vai ser usado para sustentar a acusação do Ministério Público no julgamento. “Estou convicto da participação de todos no crime”, afirmou o promotor Henry Wagner Vasconcelos, referindo-se ao cinco réus do júri de segunda-feira.
Desde o início das investigações, os réus negaram participação no crime. Porém, a polícia comprovou contatos telefônicos entre Luiz Henrique Romão, o Macarrão, com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, inclusive no dia que Eliza foi morta.
No carro de Bruno, uma Range Rover usada para levar Eliza do Rio a Minas, foram encontrados óculos, sandálias e sangue da vítima. Até álbum de fotos e fraldas parcialmente queimados foram localizados perto do sítio de Bruno.
“No trajeto entre os estados, eles pararam em um hotel. A conta foi paga por Bruno, no cartão de débito”, relembrou Henry Wagner, referindo-se à nota no valor de R$ 431,90.
Citado no processo, um depoimento importante é o de Jorge Rosa, primo de Bruno, que detalhou como Eliza foi morta. Mensagens dela descrevendo ter medo do goleiro fazem parte do acervo da acusação.
Mário Luiz (Carioca) com O Dia
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