O engenheiro Haroldo Lucena, que presidiu por sete anos o diretório
regional do PMDB e foi vice-prefeito de João Pessoa numa das gestões de
Cícero Lucena, revela-se pessimista em relação ao futuro da agremiação
na Paraíba. Afirma, textualmente, que "o PMDB acabou" e aponta como uma
das causas do enfraquecimento da legenda a divisão interna, além da
hegemonia, no comando, do grupo liderado pelo ex-governador José
Maranhão, que pretende voltar à presidência da legenda, sucedendo ao
contabilista Antônio de Souza. "Não pode haver esperança em relação ao
fortalecimento de um partido que não se renova, que não procura levar em
conta as lideranças emergentes. Nenhum partido pode ser dominado
indefinidamente por quem quer que seja. Infelizmente, isto tem se
repetido no PMDB paraibano, provocando desmotivação dos filiados",
expressou ele, identificando uma crise de acomodação interna que poderá
ser fatal para o projeto de retomar o governo do Estado nas eleições de
2014.
Haroldo, que é irmão do falecido senador Humberto Lucena, um dos
"condestáveis" do PMDB e presidente do Senado por duas vezes, disputando
a indicação no voto, não tem convicção de que o prefeito de Campina
Grande, Veneziano Vital, que está concluindo o mandato, seja o melhor
nome para concorrer ao governo, como está consensuado até agora entre
lideranças partidárias. Lembra que Veneziano saiu derrotado nas eleições
para a sua sucessão, quando a candidata por ele indicada, a médica
Tatiana Medeiros, mesmo indo para o segundo turno, foi vencida pelo
deputado federal Romero Rodrigues, do PSDB, apoiado pelo esquema do
senador Cássio Cunha Lima.
"Talvez o ex-senador Wilson Santiago fosse o nome com melhores condições
para levar o PMDB à vitória ao governo. Mas o partido não aprofunda a
discussão sobre as alternativas, e tenta subestimar o governador Ricardo
Coutinho (PSB), que tem a vantagem
de possuir a máquina nas mãos", acrescentou. Haroldo Lucena desabafou
que se considera praticamente órfão de partido, e não acredita que o
ex-governador Maranhão venha a ocupar o último mandato na sua carreira
política se for conduzido à presidência. Da mesma forma, salientou que a
conquista da unidade é extremamente difícil, o que o leva a considerar
que o PMDB vive um momento negativo no cenário partidário paraibano.
Haroldo Lucena referiu-se a uma série de erros cometidos nos últimos
anos, citando como exemplo a suposta manobra do ex-governador José
Maranhão para "queimar" a candidatura do senador Ney Suassuna, em 2006.
"Isto foi um tremendo erro de cálculo, como se viu, pois acabaram sendo
derrotados Ney Suassuna e o próprio Maranhão. Depois, Maranhão ganhou no
tapetão, já no final do mandato de Cássio Cunha Lima. Mas a verdade é
que ele não foi vitorioso nas urnas na disputa eleitoral travada em
2006", alfinetou.
O ex-dirigente peemedebista salientou que não tem interesse
em ocupar posições dentro do partido. "Sofri muitas injustiças, me
acusaram de ter feito uma administração desastrada, mas nunca
identificaram qualquer irregularidade que eu tenha praticado. O que fiz
foi trabalhar pela organização do partido e pela unificação das suas
correntes. Estou no PMDB por mera formalidade, mas o partido não me
empolga como antes". Haroldo, no final da entrevista, fez uma confissão:
na disputa pela prefeitura de João Pessoa este ano, não votou em José
Maranhão, que acabou ficando em quarto lugar. Sufragou o nome do senador
Cícero Lucena. "Considero-me um livre-atirador, descrente quanto à
sorte do PMDB", emendou. Ele revelou, ainda, ter sido convidado por
Enivaldo Ribeiro para ingressar no Partido Progressista, mas agradeceu o
convite. "Não sei porque ainda permaneço no PMDB, mas uma coisa é
certa: não tenho ambição em relação a nada. Estou assistindo aos fatos
de camarote, embora tristonho com a situação a que chegou uma legenda
influente na Paraíba", arrematou.
Mário Luiz (Carioca) com PB Agora
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