Arquivo/AE
Oscar Niemeyer sofria de problemas nos rins e era submetido a hemodiálise no hospital
Após o velório na capital federal, o corpo do arquiteto deve retornar ao Rio de Janeiro, ainda nesta quinta, e ser levado para o Palácio da Cidade, para uma cerimônia fechada. O velório aberto ao público ocorreria na manhã desta sexta-feira feira,7, e o enterro, à tarde, no Cemitério São João Batista. O governador Sérgio Cabral decretou luto de três dias no Estado.
Niemeyer estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, desde 2 de novembro. Inicialmente vítima de desidratação, ele também teve problemas nos rins e era submetido a hemodiálise, além de fisioterapia respiratória. Pela manhã de ontem, o arquiteto sofreu uma parada cardíaca e sua respiração passou a ser mantida por aparelhos. O arquiteto completaria 105 anos no próximo dia 15.
O velório no Palácio do Planalto, sede do governo federal e obra do próprio Niemeyer, foi proposto pela presidente Dilma Rousseff, que ligou para a família do arquiteto assim que soube de sua morte. Em nota oficial, a presidente lamentou a morte do "grande brasileiro".
Com o arquiteto Lúcio Costa :
Reprodução
Oscar Niemeyer se formou em arquitetura e engenharia em 1934, pela
Escola Nacional de Belas Artes, e seu primeiro projeto individual foi o
edifício Obra do Berço, no Rio, em 1937, no qual já mostrou
características que marcariam seus trabalhos ao longo dos anos, como
plantas e fachadas livres, influências da arquitetura moderna e do
francês Le Corbusier. Em 1939, projetou o Pavilhão Brasileiro na Feira
Mundial de Nova York, ao lado de Lúcio Costa. Em 1946, foi um dos
convidados a construir a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) na
cidade norte-americana de Nova York.
Sua obra-prima foi o plano piloto da capital federal, Brasília, inaugurada em 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Trabalhando com Lúcio Costa à convite do presidente, projetou os edifícios do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, Congresso Nacional, Catedral e Esplanada dos Ministérios, que deram fama internacional a Brasília, construída sob uma estética modernista que explora ângulos curvos no lugar de linhas retas, o uso de concreto armado, o célebre formato da cidade, inspirado em um avião, avenidas largas, blocos de edifícios afastados e amplos espaços vazios, rampas e vastas áreas verdes.
Conhecido pela defesa da causa comunista, foi perseguido durante a ditadura militar e decidiu se exilar em Paris. Ele visitou a antiga União Soviética e foi amigo pessoal de Luís Carlos Prestes e do líder cubano Fidel Castro. Na capital francesa, abriu um escritório e fez projetos no país, na Argélia e em Portugal. De volta ao Brasil, nos anos 1980, projetou no Rio o sambódromo e participou de projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro. Em 1996, inaugurou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e, em 2002, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, conhecido como o Museu do Olho, com prédios que lembram naves espaciais. Em São Paulo, suas obras mais famosas são o Parque do Ibirapuera e o complexo de pavilhões do local, o Edifício Copan e o Memorial da América Latina.
Ao longo de sua vida, assinou cerca de 500 obras nas principais cidades brasileiras e em países como Líbano, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Israel e Itália. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Pritzker de Arquitetura, Prêmio Unesco, na categoria Cultura, Royal Gold Medal do Royal Institute of British Architects, Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza e Medalha de Ouro da Academia de Arquitetura de Paris.
Ele tinha medo de avião e, sempre que possível, evitava voar. Dentro do País, preferia viajar de carro e, nas viagens intercontinentais, gostava de ir de navio. Embora a maioria de suas obras tenham sido grandiosas e de alto custo financeiro, muitos projetos foram doados pelo arquiteto por questões éticas e de amizade.
Carioca, filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho nasceu no dia 15 de dezembro de 1907, no bairro das Laranjeiras. Casou-se com Annita Baldo quando tinha 21 anos e ficou viúvo em 2004. Dois anos mais tarde, casou com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira. Com a primeira mulher, teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Deixou netos, bisnetos, trinetos e muitos amigos.
Sua obra-prima foi o plano piloto da capital federal, Brasília, inaugurada em 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Trabalhando com Lúcio Costa à convite do presidente, projetou os edifícios do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, Congresso Nacional, Catedral e Esplanada dos Ministérios, que deram fama internacional a Brasília, construída sob uma estética modernista que explora ângulos curvos no lugar de linhas retas, o uso de concreto armado, o célebre formato da cidade, inspirado em um avião, avenidas largas, blocos de edifícios afastados e amplos espaços vazios, rampas e vastas áreas verdes.
Conhecido pela defesa da causa comunista, foi perseguido durante a ditadura militar e decidiu se exilar em Paris. Ele visitou a antiga União Soviética e foi amigo pessoal de Luís Carlos Prestes e do líder cubano Fidel Castro. Na capital francesa, abriu um escritório e fez projetos no país, na Argélia e em Portugal. De volta ao Brasil, nos anos 1980, projetou no Rio o sambódromo e participou de projetos educacionais e culturais de Darcy Ribeiro. Em 1996, inaugurou o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, e, em 2002, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, conhecido como o Museu do Olho, com prédios que lembram naves espaciais. Em São Paulo, suas obras mais famosas são o Parque do Ibirapuera e o complexo de pavilhões do local, o Edifício Copan e o Memorial da América Latina.
Ao longo de sua vida, assinou cerca de 500 obras nas principais cidades brasileiras e em países como Líbano, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Israel e Itália. Recebeu diversos prêmios, entre eles o Prêmio Pritzker de Arquitetura, Prêmio Unesco, na categoria Cultura, Royal Gold Medal do Royal Institute of British Architects, Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza e Medalha de Ouro da Academia de Arquitetura de Paris.
Ele tinha medo de avião e, sempre que possível, evitava voar. Dentro do País, preferia viajar de carro e, nas viagens intercontinentais, gostava de ir de navio. Embora a maioria de suas obras tenham sido grandiosas e de alto custo financeiro, muitos projetos foram doados pelo arquiteto por questões éticas e de amizade.
Carioca, filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida, Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho nasceu no dia 15 de dezembro de 1907, no bairro das Laranjeiras. Casou-se com Annita Baldo quando tinha 21 anos e ficou viúvo em 2004. Dois anos mais tarde, casou com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira. Com a primeira mulher, teve uma filha, Anna Maria Niemeyer. Deixou netos, bisnetos, trinetos e muitos amigos.
Niemeyer, no aniversário de 103 anos, inaugura prédio que abriga Fundação Oscar Niemeyer, em Niterói, RJ -
WILTON JUNIOR/AE
Niemeyer mostra ao deputado Ulysses Guimarães a maquete da sede do PMDB, em 01/07/1986 -
ALENCAR MONTEIRO/AE
O cenógrafo Aldo Calvo e o arquiteto Oscar
Niemeyer observam material fotográfico na então recém-inaugurada
Brasília, Distrito Federal, em 1960.
ARQUIVO
Niemeyer diante do museu que leva seu nome em Curitiba (PR), em 2002
Niemeyer e o pintor Di Cavalcanti em Brasília, em 1960
Fidel Castro, discursa ao lado de Oscar Niemeyer no Museu de Arte Contemporânea,
Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer, na então recém-inaugurada capital, Brasília
ARQUIVO/AE
Niemeyer posa para foto próximo a painel de Athos Bulcão no Hotel Brasília Palace, cuja arquitetura é de sua autoria
ED FERREIRA/AE
Oscar Niemeyer com Jean-Paul Sartre, James e Jorge amado, em Brasília, 1959
Reprodução
Niemeyer em seu atelier com Fidel Castro e Barbosa Lima Sobrinho :
Reprodução
Oscar Niemeyer e André Malraux :
Reprodução
O arquiteto Oscar Niemeyer
O arquiteto Oscar Niemeyer
KADU NIEMEYER/Divulgação
O arquiteto Oscar Niemeyer na apresentação do projeto do MAC, no RJ
Em visita ao Museu de Arte Contemporânea, em Niterói, cujo projeto foi feito por ele
: FABIO MOTTA/AE
O arquiteto Oscar Niemeyer
: Arquivo
Niemeyer e Pelé, em 2010, apresentaram o projeto para o Museu Pelé
Reuters
Oscar Niemeyer e Vinícius de Morais
Arquivo/AE
Os arquitetos Oscar Niemeyer e Le Corbusier
Oscar Niemeyer com o escritor Ferreira Goulart
WILTON JUNIOR/AE
O ex-presidente Lula durante audiência com o arquiteto Oscar Niemeyer, no Palácio do Planalto
ED FERREIRA/AE
Oscar Niemeyer e a esposa Vera Lúcia, na comemoração de seus 100 anos
WILTON JUNIOR/AE
Mário Luiz (Carioca) com Estadão
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