Vítimas tiveram ferimentos causados por estilhaços de vidro.
Região de Cheliabinsk teria sofrido prejuízo de US$ 30 milhões.
Os ferimentos foram causados principalmente por estilhaços de vidro de janelas, que se quebraram após a aparição da bola de fogo no céu, que assustou moradores da região. Balanço anterior apontava 950 feridos.
De acordo com a Academia de Ciências da Rússia, o meteoro pesaria cerca de dez toneladas e seria constituído de ferro. Ao entrar na atmosfera terrestre, se pulverizou entre 30 e 50 quilômetros de altitude.
Em entrevista à agência "Associated Press", a cientista Amy Mainzer, do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês), da agência espacial americana Nasa dissse que, embora o meteoro tenha se desintegrado na atmosfera antes de tocar o solo, sua potência equivaleria 20 vezes à força da bomba atômica que atingiu Hiroshima, durante a 2ª Guerra Mundial. A atmosfera absorveu a grande maioria desta energia, aponta ela.
Relatórios iniciais afirmaram que uma parte do meteoro caiu a 80 km da cidade de Satki, que fica 100 km ao oeste do centro regional, mas isso não foi confirmado oficialmente. "Este meteoro foi um objeto bastante grande com uma massa de várias dúzias de toneladas", calculou o astrônomo russo Serguei Smirnov, do Observatório Pulkovo, em entrevista ao canal Russia 24.
O trânsito pela manhã foi detido subitamente em Cheliabinsk, que fica nos Montes Urais, enquanto o meteoro queimava parcialmente em sua queda ao ingressar na camada inferior da atmosfera sobre a cidade, iluminando o céu, segundo imagens exibidas pela televisão.
Moradores que estavam a caminho do trabalho ouviram um barulho que parecia ser de uma explosão, viram uma luz forte e sentiram uma onda de tremor, de acordo com um correspondente da agência Reuters na cidade industrial, que fica a 1.500 quilômetros de Moscou.
"Eu estava dirigindo para o trabalho, estava bem escuro, mas de repente veio um clarão como se fosse dia", disse Viktor Prokofiev, de 36 anos, morador de Yekaterinburgo, nos Montes Urais. "Me senti como se estivesse ficado cego pela luz", acrescentou.
O governador regional de Chelyabinsk disse que a chuva de meteoros causou danos superiores a US$ 30 milhões e, de acordo com o Ministério das Emergências, cerca de 300 edifícios foram afetados.
O ministério das Situações de Emergência disse que os níveis de radiação na região não mudaram e que 20 mil socorristas foram enviados para ajudar os feridos e localizar os que precisam de ajuda.
Fábrica
de zinco foi atingida por meteoro nesta sexta-feira (15) na cidade de
Chelyabinsk, na Rússia. Cerca de 500 pessoas ficaram feridas e 100
tiveram que ser hospitalizadas. (Foto: AFP / 74.RU/ Oleg Kargopolov)
Sem mortesNão foram relatadas mortes em consequência do meteoro, mas o presidente Vladimir Putin, que nesta sexta recebe ministros da Fazenda dos países do G20, e o primeiro-ministro Dmitry Medvedev, foram notificados sobre os acontecimentos.
Ainda na tarde desta sexta, a Nasa divulgou nota afirmando que não há relação entre o meteoro que caiu na Rússia e o asteroide 2012 DA14, que passou perto da terra nesta tarde. Segundo os cientistas americanos, as análises do meteoro ainda são preliminares, mas o sentido em que ocorreu a queda é oposto ao da viagem do asteroide: os vídeos do meteorito mostram ele passando da esquerda para a direita do sol nascente, o que significa que voava do norte para o sul.
Alguns veículos da imprensa chegaram a informar que uma chuva de meteoritos teria caído sobre os Urais.
Meteoro ou meteorito?
Quando um corpo rochoso vem do espaço e entra na atmosfera, ele é inicialmente chamado pelos astrônomos de meteoro. Caso ele atinja o solo, em vez de se desfazer em atrito com a atmosfera, ele passa a ser classificado de "meteorito", conforme explica o astrônomo Cássio Barbosa, colunista do G1. O objeto foi inicialmente noticiado como sendo um meteorito, em agências internacionais e no G1. Como ainda não há comprovação de que pedaços tenham sido encontrados no solo, o G1 passou a adotar a palavra meteoro.
Satélite capta rastro de meteoro que atingiu a Rússia nesta sexta-feira (15) (Foto: Divulgação/Eumetsat)
Mário Luiz (Carioca) com G1
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