Casal de Mestre-sala e porta-bandeira da Império da Tijuca. Escola está cotada para o título Foto: Luiz Ackermann
Luxo, cor e criatividade foram as marcas do segundo dia de desfiles
do Grupo A na Marques de Sapucaí. As escolas mostraram que, mesmo com
orçamento restrito, é possível fazer um lindo espetáculo. As escolas
deste sábado deixaram mais acirrada a disputa pelo título, que vale uma
vaga no Grupo Especial.
Uma das atrações da Avenida foi o cantor sul-coreano, Psy, famoso pelo hit Gangnam Style. Em um lugar restrito do camarote da Caras, ele ficou longe dos jornalistas. Mas chegou perto da rainha de bateria da Unidos da Jacarepaguá, Amanda Mattos. Os componentes da escola faziam a famosa coreografia ao passar pelo popstar.
União de Jacarepaguá
A União de Jacarepaguá foi a escola responsável por abrir o segundo e último dia dos desfiles do Grupo A na Marquês do Sapucaí.
Antes de entrar na avenida, Reinaldo Bandeira, presidente da escola, estava confiante:
– A expectativa é grande pelo trabalho realizado. Construímos o carnaval em menos de 30 dias e sem barracão. Lutamos e estamos na disputa – disse.
A rainha de bateria Amanda Mattos concordou:
– Expectativa alta e muita adrenalina. Coração batendo muito forte. Vamos fazer um desfile com muita união – disse.
Trazendo a cidade de Vassouras no enredo, o que fez sucesso mesmo na escola foi Rose Bombom, de 24 anos, ao receber muitos flashes e deixar muitos queixos caídos pelo público. Usando apenas um tapa-sexo, Rose desfilou com corpo pintado – em um trabalho que demorou 9 horas para ser concluído - para remeter às folhas de café.
– É a primeira vez que desfilo nua, é uma alegria enorme e muita emoção, mas fiquei com medo que o tapa-sexo caísse – confessou.
Paraíso do Tuiuti
Rainha que é rainha nunca perde a majestade. E lá estava Scheila Carvalho para surpresa do público do Paraíso do Tuiuti, segunda escola a desfilar na avenida. Apesar de ter passado o posto de rainha para Mayra Cardi, Scheila contou que foi oficializada musa pela escola. Antes de entrar na avenida e fazer parceria com a loira, ela contou estar ansiosa.
- O amor que eu tenho pela dança faz com que eu tenha esse friozinho na barriga.
A escola, que homenageou o artista e humorista Chico Anysio, transcorreu pela avenida sem problemas e, ao final do desfile, componentes gritavam o nome da escola na dispersão.
A rainha de bateria Mayra Cardi falou sobre a parceria com Scheila durante a avenida:
- Ela passa uma energia incrível e me deixa super segura. No mundo artístico é difícil amizade entre mulheres, mas somos muitos parceiras.
O diretor de carnaval, Leandro Azevedo, aprovou o desfile.
- A comunidade está de parabéns. Aqui é uma escola de samba – disse.
Tradição
Raphaela Nascimento, de 21 anos, se divide em dois cargos na Tradição: rainha da bateria e vice-presidente. Mas ela não tem dúvidas sobre o que é mais tranqüilo:
– Ser rainha é mais fácil que ser presidente – disse.
Ela tem a sua própria história ligada à do carnaval. Seu avô, Natalino José do Nascimento, foi um dos fundadores da Portela. Já seu pai, Nésio, foi um dos fundadores da Tradição, dissidente da agremiação homenageada na noite de sábado. A escola levantou a Avenida, com a reedição do samba-enredo da Portela de 1981, “Das Maravilhas do Mar, fez-se o esplendor de uma noite”. David Correa, um dos compositores do samba, estava entre os puxadores. O público em peso sabia a letra. Quem também acompanhou o samba da escola foi o prefeito Eduardo Paes, portelense.
Império Serrano
A Império Serrano, que já transitou no Grupo Especial, entrou na Avenida buscando voltar a elite do carnaval carioca. O tripé, que faria parte da comissão de frente e levaria três homens, teve que ficar no recuo de bateria. Ele teve um problema mecânico, e a diretoria achou melhor deixá-lo de fora do desfile. Como nem chegou a entrar na Avenida, a escola não perderá pontos. No entanto, a entrada dos carros seguintes foi motivo de tensão, já que eles tinham que passar pelo tripé.
Os três homens, que representavam peixes e Netuno, se juntaram as 12 bailarinas, que estavam vestidas com 290 bolas de gás. Segundo o criador dos vestidos, Fagner Campos, a roupa foi inspirada nas águas de Caxambu. O enredo era sobre a cidade de Minas Gerais.
A rainha de bateria Quitéria Chagas levantou o público nas arquibancadas. Antes de entrar na Avenida, ela falou sobre a dificuldade de fazer carnaval na Série A.
- Eu amo essa escola! Vai dar tudo certo e voltaremos para o Especial, mas com a pouca verba que temos é muito complicado fazer carnaval na Série A, mas já estão vendo com outros olhos o Acesso.
Acadêmicos do Cubango
A Acadêmicos do Cubango entrou na Avenida e animou o público, que estava com bandeirinhas. A verde e branco de Niterói entrou com bastante plumas e cores. A escola teve problemas com o terceiro carro. As alas tiveram que passar por ele para não deixar um buraco na pista. O incidente aconteceu em frente aos julgadores. A situação foi contornada, mas os dois últimos carros entraram praticamente juntos. A escola levou para a passarela o enredo “Teimosias da Imaginação”. Mesmo com o incidente, o presidente Pelé ficou satisfeito com o resultado da escola.
- Estamos há quatro anos brigando pelo título. Minha comunidade fez um desfile digno.
Sereno de Campo Grande
Pedindo paz, a Sereno da Campo Grande foi a sexta escola a entrar na Sapucaí.
- A expectativa é a melhor possível, a escola está preparada. Acho que viemos para ficar – afirmou Nelson Rodrigues Chaves, presidente da escola.
Renata Capriglione, madrinha da bateria, estava emocionada e contou que não tem uma preparação para o cargo que desempenhou na Avenida.
- Não faço dieta, mas como sou professora de educação física, vivo sempre na academia – afirmou, esbanjando um corpo de dar inveja.
Os quilos que a incomodavam eram o da fantasia:
- Está pesando muito, mas vale o esforço – afirmou, minutos antes de entrar na Sapucaí.
Grávida de seis meses de Maria Clara, Juliana Almeida chamou a atenção no desfile e mostrou muito samba no pé do alto de um dos carros alegóricos.
- Quando a gente está com saúde, não tem problema nenhum desfilar. Foi maravilhoso – disse a corretora de imóveis de 30 anos.
Império da Tijuca
O Império da Tijuca enalteceu na Avenida as mulheres negras. Com o enredo “Negra, pérola mulher!”, a escola entrou na avenida a mil por hora. Tão logo pôs os pés na passarela, a comissão de frente já estava se apresentando para os jurados. Os componentes estavam com o samba na ponta da língua e contagiaram as arquibancadas.
Com um desfile impecável, os diretores estavam eufóricos ao final do desfile. Todos se abraçando e comemorando como se tivessem ganham um título, o que ainda não tinha acontecido na Série A. O carnavalesco Junior Pernambucano era só felicidade.
- Desde maio estamos neste trabalho que o mundo inteiro acabou de assistir. Estou muito feliz e confiante no título.
Caprichosos de Pilares
Na Caprichosos de Pilares, o enredo remetia ao fanatismo. Chocolate e sexo, entre outros vícios, desfilaram na Avenida. A rainha de bateria, Bianca Salgueiro, admitiu os seus:
- Sou fanática por beleza, academia e samba que, é claro, está no meu sangue. É um fanatismo que faz bem, só me engrandece.
A escola trouxe várias mulheres nuas. Em só um carro, havia seis. Vanessa Porto, de 30 anos, foi uma delas.
- A sensação é maravilhosa. Não me preocupei que o tapa-sexo caísse, só pensei em sambar – disse.
E ela é mesmo desinibida.
- Não fiquei com vergonha, só na hora que estavam pintando meu corpo. Depois passou.
Unidos de Padre Miguel
A Unidos de Padre Miguel entrou na Avenida com chuva. Por volta das 5h30 de domingo, a escola pediu licença a Xangô e mostrou para a Sapucaí o reencontro entre o Céu e a Terra. Com apenas, 1,6 mil componentes a escola passou sem problemas pela Avenida. O carro alegórico da Serpente, o quarto, se destacou pela beleza. Com 52 minutos a escola encerrou o desfile.
Renascer de Jacarapeguá
Renascer de Jacarapeguá entrou na Avenida debaixo de chuva, mas antes do fim do desfile, o dia já estava clareando e a chuva passando. Com uma homenagem ao Rio de Janeiro, trouxe o carnaval todo em EVA, um tipo de borracha. No desfile, muitas gaiolas – com homens dentro delas, e pássaros pousados sobre elas – e um pedido: preserve a natureza.
Uma das atrações da Avenida foi o cantor sul-coreano, Psy, famoso pelo hit Gangnam Style. Em um lugar restrito do camarote da Caras, ele ficou longe dos jornalistas. Mas chegou perto da rainha de bateria da Unidos da Jacarepaguá, Amanda Mattos. Os componentes da escola faziam a famosa coreografia ao passar pelo popstar.
União de Jacarepaguá
A União de Jacarepaguá foi a escola responsável por abrir o segundo e último dia dos desfiles do Grupo A na Marquês do Sapucaí.
Antes de entrar na avenida, Reinaldo Bandeira, presidente da escola, estava confiante:
– A expectativa é grande pelo trabalho realizado. Construímos o carnaval em menos de 30 dias e sem barracão. Lutamos e estamos na disputa – disse.
A rainha de bateria Amanda Mattos concordou:
– Expectativa alta e muita adrenalina. Coração batendo muito forte. Vamos fazer um desfile com muita união – disse.
Trazendo a cidade de Vassouras no enredo, o que fez sucesso mesmo na escola foi Rose Bombom, de 24 anos, ao receber muitos flashes e deixar muitos queixos caídos pelo público. Usando apenas um tapa-sexo, Rose desfilou com corpo pintado – em um trabalho que demorou 9 horas para ser concluído - para remeter às folhas de café.
– É a primeira vez que desfilo nua, é uma alegria enorme e muita emoção, mas fiquei com medo que o tapa-sexo caísse – confessou.
Paraíso do Tuiuti
Rainha que é rainha nunca perde a majestade. E lá estava Scheila Carvalho para surpresa do público do Paraíso do Tuiuti, segunda escola a desfilar na avenida. Apesar de ter passado o posto de rainha para Mayra Cardi, Scheila contou que foi oficializada musa pela escola. Antes de entrar na avenida e fazer parceria com a loira, ela contou estar ansiosa.
- O amor que eu tenho pela dança faz com que eu tenha esse friozinho na barriga.
A escola, que homenageou o artista e humorista Chico Anysio, transcorreu pela avenida sem problemas e, ao final do desfile, componentes gritavam o nome da escola na dispersão.
A rainha de bateria Mayra Cardi falou sobre a parceria com Scheila durante a avenida:
- Ela passa uma energia incrível e me deixa super segura. No mundo artístico é difícil amizade entre mulheres, mas somos muitos parceiras.
O diretor de carnaval, Leandro Azevedo, aprovou o desfile.
- A comunidade está de parabéns. Aqui é uma escola de samba – disse.
Tradição
Raphaela Nascimento, de 21 anos, se divide em dois cargos na Tradição: rainha da bateria e vice-presidente. Mas ela não tem dúvidas sobre o que é mais tranqüilo:
– Ser rainha é mais fácil que ser presidente – disse.
Ela tem a sua própria história ligada à do carnaval. Seu avô, Natalino José do Nascimento, foi um dos fundadores da Portela. Já seu pai, Nésio, foi um dos fundadores da Tradição, dissidente da agremiação homenageada na noite de sábado. A escola levantou a Avenida, com a reedição do samba-enredo da Portela de 1981, “Das Maravilhas do Mar, fez-se o esplendor de uma noite”. David Correa, um dos compositores do samba, estava entre os puxadores. O público em peso sabia a letra. Quem também acompanhou o samba da escola foi o prefeito Eduardo Paes, portelense.
Império Serrano
A Império Serrano, que já transitou no Grupo Especial, entrou na Avenida buscando voltar a elite do carnaval carioca. O tripé, que faria parte da comissão de frente e levaria três homens, teve que ficar no recuo de bateria. Ele teve um problema mecânico, e a diretoria achou melhor deixá-lo de fora do desfile. Como nem chegou a entrar na Avenida, a escola não perderá pontos. No entanto, a entrada dos carros seguintes foi motivo de tensão, já que eles tinham que passar pelo tripé.
Os três homens, que representavam peixes e Netuno, se juntaram as 12 bailarinas, que estavam vestidas com 290 bolas de gás. Segundo o criador dos vestidos, Fagner Campos, a roupa foi inspirada nas águas de Caxambu. O enredo era sobre a cidade de Minas Gerais.
A rainha de bateria Quitéria Chagas levantou o público nas arquibancadas. Antes de entrar na Avenida, ela falou sobre a dificuldade de fazer carnaval na Série A.
- Eu amo essa escola! Vai dar tudo certo e voltaremos para o Especial, mas com a pouca verba que temos é muito complicado fazer carnaval na Série A, mas já estão vendo com outros olhos o Acesso.
Acadêmicos do Cubango
A Acadêmicos do Cubango entrou na Avenida e animou o público, que estava com bandeirinhas. A verde e branco de Niterói entrou com bastante plumas e cores. A escola teve problemas com o terceiro carro. As alas tiveram que passar por ele para não deixar um buraco na pista. O incidente aconteceu em frente aos julgadores. A situação foi contornada, mas os dois últimos carros entraram praticamente juntos. A escola levou para a passarela o enredo “Teimosias da Imaginação”. Mesmo com o incidente, o presidente Pelé ficou satisfeito com o resultado da escola.
- Estamos há quatro anos brigando pelo título. Minha comunidade fez um desfile digno.
Sereno de Campo Grande
Pedindo paz, a Sereno da Campo Grande foi a sexta escola a entrar na Sapucaí.
- A expectativa é a melhor possível, a escola está preparada. Acho que viemos para ficar – afirmou Nelson Rodrigues Chaves, presidente da escola.
Renata Capriglione, madrinha da bateria, estava emocionada e contou que não tem uma preparação para o cargo que desempenhou na Avenida.
- Não faço dieta, mas como sou professora de educação física, vivo sempre na academia – afirmou, esbanjando um corpo de dar inveja.
Os quilos que a incomodavam eram o da fantasia:
- Está pesando muito, mas vale o esforço – afirmou, minutos antes de entrar na Sapucaí.
Grávida de seis meses de Maria Clara, Juliana Almeida chamou a atenção no desfile e mostrou muito samba no pé do alto de um dos carros alegóricos.
- Quando a gente está com saúde, não tem problema nenhum desfilar. Foi maravilhoso – disse a corretora de imóveis de 30 anos.
Império da Tijuca
O Império da Tijuca enalteceu na Avenida as mulheres negras. Com o enredo “Negra, pérola mulher!”, a escola entrou na avenida a mil por hora. Tão logo pôs os pés na passarela, a comissão de frente já estava se apresentando para os jurados. Os componentes estavam com o samba na ponta da língua e contagiaram as arquibancadas.
Com um desfile impecável, os diretores estavam eufóricos ao final do desfile. Todos se abraçando e comemorando como se tivessem ganham um título, o que ainda não tinha acontecido na Série A. O carnavalesco Junior Pernambucano era só felicidade.
- Desde maio estamos neste trabalho que o mundo inteiro acabou de assistir. Estou muito feliz e confiante no título.
Caprichosos de Pilares
Na Caprichosos de Pilares, o enredo remetia ao fanatismo. Chocolate e sexo, entre outros vícios, desfilaram na Avenida. A rainha de bateria, Bianca Salgueiro, admitiu os seus:
- Sou fanática por beleza, academia e samba que, é claro, está no meu sangue. É um fanatismo que faz bem, só me engrandece.
A escola trouxe várias mulheres nuas. Em só um carro, havia seis. Vanessa Porto, de 30 anos, foi uma delas.
- A sensação é maravilhosa. Não me preocupei que o tapa-sexo caísse, só pensei em sambar – disse.
E ela é mesmo desinibida.
- Não fiquei com vergonha, só na hora que estavam pintando meu corpo. Depois passou.
Unidos de Padre Miguel
A Unidos de Padre Miguel entrou na Avenida com chuva. Por volta das 5h30 de domingo, a escola pediu licença a Xangô e mostrou para a Sapucaí o reencontro entre o Céu e a Terra. Com apenas, 1,6 mil componentes a escola passou sem problemas pela Avenida. O carro alegórico da Serpente, o quarto, se destacou pela beleza. Com 52 minutos a escola encerrou o desfile.
Renascer de Jacarapeguá
Renascer de Jacarapeguá entrou na Avenida debaixo de chuva, mas antes do fim do desfile, o dia já estava clareando e a chuva passando. Com uma homenagem ao Rio de Janeiro, trouxe o carnaval todo em EVA, um tipo de borracha. No desfile, muitas gaiolas – com homens dentro delas, e pássaros pousados sobre elas – e um pedido: preserve a natureza.
Mário Luiz (Carioca) com Extra
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