Equipes de resgate ainda procuram por desaparecidos.
Outras 26 pessoas foram resgatadas com vida e levadas a hospitais.
O corpo estava em local de difícil acesso e foi resgatado dos escombros por volta das 3h.
Anteriormente, por volta das 19h, o capitão Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, havia confirmado a sétima morte no desabamento, todos retirados dos escombros.
Ainda segundo os bombeiros, 26 pessoas acabaram resgatadas com vida e levadas a hospitais da região.
O desabamento total do prédio de dois pavimentos ocorreu por volta das 8h30. A estimativa é que mais de 35 pessoas estivessem na obra no momento do acidente.
Palumbo diz que as equipes trabalham em pontos com indícios de vítimas. Segundo ele, uma betoneira que tinha cimento fresco pode indicar que trabalhadores estavam naquele ponto. Além disso, os outros dois pontos foram definidos com indicações dos cães farejadores.
O coronel do Corpo de Bombeiros, Reginaldo Campos Retulho, disse que os trabalhos seguem pela madrugada em busca de desaparecidos. É possível que mais três pessoas estejam soterradas. "É uma corrida contra o tempo. Após as primeiras 24h diminuem as chances de as pessoas estarem vivas", afirmou o coronel.
Retulho estima que os trabalhos podem durar até três dias. "Torcemos para que aquele número inicial de 35 vítimas não aumente", acrescentou o coronel.
A obra estava irregular e já tinha sido multada em mais de R$ 100 mil, segundo a Prefeitura. Antes de começar a construção da loja, o terreno abrigava um posto de gasolina.
Mais um corpo é retirado dos escombros na noite
desta terça (Foto: Marcelo Mora/G1)
O ponto iria receber uma unidade da rede Torra Torra, que comercializa
roupas populares e produtos da linha de cama, mesa e banho. A dona do
imóvel, a Jamf Empreendimentos Agrícolas Ltda, não se pronunciou sobre o
acidente.desta terça (Foto: Marcelo Mora/G1)
O secretário das Subprefeituras, Chico Macena, esteve no local e disse que houve fiscalização. “Para nós era uma obra embargada pela Prefeitura. Portanto, irregular do ponto de vista da execução”, disse.
O secretário rebateu as críticas de uma suposta falta de acompanhamento da administração municipal. “Mesmo que a obra fosse liberada, toda responsabilidade técnica de execução é do proprietário e do engenheiro civil responsável”, disse Macena.
Segundo a administração municipal, a Subprefeitura de São Mateus emitiu um auto de intimação e um auto de multa por falta de documentação no local da obra no dia 13 de março deste ano. Os proprietários foram multados em R$ 1.159. No dia 25 do mesmo mês, a subprefeitura emitiu uma outra multa pelo não cumprimento da primeira intimação, no valor de R$ 103.500, além de um auto de embargo.
No dia 10 de abril, os proprietários apresentaram recurso às multas e entregaram o pedido de Alvará de Aprovação de Edificação Nova (processo 2013.0.102.750-9) na subprefeitura. O pedido ainda está em análise, segundo a Prefeitura informou na tarde desta terça.
Em nota, o Magazine Torra Torra informou que o imóvel não era de propriedade da rede. Segundo a empresa, havia um contrato de locação do prédio e a rede só assumiria o imóvel após serem finalizadas as obras estruturais pelo proprietário, a Jamf Empreendimentos Agrícolas Ltda..
"O Magazine Torra Torra não tem nenhuma responsabilidade sobre a parte de engenharia civil. No momento, uma empresa de engenharia contratada pelo Magazine Torra Torra realizava uma avaliação sobre as condições de uso do prédio. Caso esse laudo técnico fosse positivo, atestando a segurança estrutural, a rede então faria o acabamento para abrigar mais uma unidade. Ressalte-se que o Torra Torra somente entraria com a loja no local, com esse aval técnico. Este é um cuidado que o Magazine Torra Torra toma em todas as lojas da rede, devidamente avaliadas quanto à segurança estrutural, de acordo com engenheiros, para receber nossos empreendimentos", informa o texto.
Casas e pelo menos três carros que estavam nas ruas em volta do prédio foram atingidos pelo concreto que cedeu.
De acordo com o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, a obra começou há três meses - a laje tem cerca de 400 metros quadrados.
A obra deverá passar por perícia da Polícia Técnico-Científica para apurar as causas do desabamento. Segundo o major Anderson Lima, dos bombeiros, nenhuma das vítimas resgatadas relatou ter ouvido uma explosão ou cheiro de gás natural. Elas afirmam que houve um colapso estrutural.
Equipes da Comgás, da Eletropaulo e da Sabesp davam suporte a toda a operação no local do acidente.
O caso foi registrado no 49º Distrito Policial, em São Mateus.
Mário Luiz (Carioca) com G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário