Rebeldes dizem que Gaddafi morreu, segundo agências e TV
Comandantes das forças rebeldes da Líbia afirmaram nesta quinta-feira
que o ex-ditador Muammar Gaddafi, cuja captura foi reportada mais cedo,
não resistiu aos ferimentos e morreu, segundo agências de notícias e
emissoras de TV.
As forças do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes, anunciaram a captura de Gaddafi nesta quinta-feira.
Foto tirada de celular mostra suposta imagem de Muammar Gaddafi ensanguentado |
O canal de TV "Libya lil Ahrar" também informou a detenção do ex-ditador. Segundo a emissora, ele foi detido com o filho Muatasim; Mansur Dau, chefe dos serviços de segurança interna; e Abdullah Senusi, diretor do serviço de inteligência líbios.
De acordo com a France Presse, Aboubakr Younès Jaber, ministro da Defesa do regime, foi morto em Sirte hoje. O médico Abdou Raouf afirmou ter "identificado o corpo", levado nesta manhã para o hospital de campanha local.
A rede qatariana Al Jazeera afirmou que a Otan, a aliança militar do Ocidente, e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos informaram que ainda não podem confirmar os relatos da captura de Gaddafi, cujo paradeiro era desconhecido desde que os rebeldes ingressaram em Trípoli, capital líbia.
"Vimos relatos na mídia que não podemos confirmar", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado Beth Gosselin à Reuters.
CAPTURA DE SIRTE
Forças rebeldes da Líbia capturaram nesta quinta-feira as últimas posições mantidas pelos partidários de Muammar Gaddafi em Sirte, cidade natal do ditador.
"Sirte foi liberada. Não há mais forças de Gaddafi", disse o coronel Yunus Abdali, chefe de operações na parte oriental da cidade. "Agora estamos caçando seus combatentes, que estão em fuga".
Outro comandante da linha de frente confirmou a captura da cidade costeira no Mediterrâneo, que era o último bastião de importância de combatentes pró-Gaddafi.
A ofensiva final contra a cidade natal do ditador começou por volta das 8h no horário local e durou cerca de 90 minutos antes de os soldados leais ao regime fugirem.
Pouco tempo antes, cerca de cinco veículos de combatentes gaddafistas tentaram escapar da cidade, mas os passageiros foram mortos pelos soldados do CNT.
Ahmad Al-Rubaye/France Presse | ||
Soldado rebelde se protege durante combate com forças leais a Gaddafi na cidade de Sirte |
Mais cedo, um comandante do CNT já havia afirmado que a queda de Sirte era iminente, depois que suas forças entraram no último bairro da cidade que não estava sob seu controle.
"É o último dia da batalha, dentro de algumas horas anunciaremos a queda de Sirte", declarou o tenente-coronel Hussein Abdel Salam, da Brigada Misrata.
A captura de Sirte é considerada pelos rebeldes essencial para a consolidação da queda do regime de Muammar Gaddafi, há 42 anos no poder. O CNT afirmou que só começará a instauração de uma democracia na Líbia quando todo o território estivesse sob seu controle.
FUGA
Pessoas ligadas a autoridades do regime de Gaddafi fugiam da cidade de Sirte desde segunda-feira (17), entre elas a mãe e o irmão de Mussa Ibrahim, porta-voz de Gaddafi, informou um comandante do CNT.
"São parentes de autoridades do regime. A mãe e o irmão de Musa Ibrahim estão entre eles", afirmou Wissam ben Hamidi.
Esam Al-Fetori /Reuters | ||
Carro de luxo é visto estacionado em casa danificada pelos combates entre rebeldes e gaddafistas em Sirte |
BANI WALID
A cidade líbia de Bani Walid, que era um dos últimos redutos fiéis a Gaddafi, a 170 km ao sudeste de Trípoli, foi "totalmente libertada" na segunda-feira (17), segundo anúncio de Ahmed Bani, um dos chefes militares do CNT.
De acordo com moradores, homens leais a Gaddafi recuaram devido ao avanço das forças rebeldes. Segundo relato do morador Moammar Warfali, combatentes do governo de transição cercaram o centro, um hospital e vários edifícios que eram usados por franco-atiradores leais a Gaddafi para impedir o avanço.
Bani Walid é a terra da tribo Warfalla, a maior e uma das mais influentes do país. A cidade está sitiada há semanas, e as autoridades negociavam uma rendição com os líderes tribais.
Da Redação com a Folha
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