Médicos do SUS fazem paralisação nacional nesta terça-feira (25).
Paciente foi examinada por um médico, mas só foi atendida pelo Samu.
Iraci acompanhou a vizinha que passou mal até o
Cais de Jaguaribe (Foto: Krystine Carneiro/G1)
Uma paciente passou mal na manhã desta terça-feira (25) durante a
espera por médicos no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de
Jaguaribe, em João Pessoa. Os profissionais suspenderam o atendimento de
consultas, exames e procedimentos eletivos pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) em adesão a um protesto nacional que ocorre em cerca de 20
estados.Cais de Jaguaribe (Foto: Krystine Carneiro/G1)
Maria Rodrigues dos Santos, de 63 anos, foi fazer uma endoscopia e o médico que iria antendê-la ainda não havia chegado. Ela começou a sentir fortes dores na barriga, segundo sua vizinha Iraci Galdino Faria.
A diretora administrativa do Cais, Isadora Guedes, informou que um médico fez um exame rápido na paciente e chamou o Samu para que ela fosse antendida em outro hospital. Ainda de acordo com Iraci, Maria Rodrigues sofre de pressão alta e possivelmente passou mal por causa do nervosismo resultante da espera por um médico. Ela disse que a vizinha já havia tentado fazer o exame na última sexta-feira (21), mas não conseguiu e remarcou para esta terça. Até as 8h, o médico ainda não havia chegado na unidade.
Maria Carneiro de Oliveira, de 75 anos, viajou do município de Alagoinha, a 109km de distância da capital, e chegou às 6h para ter uma consulta que estava marcada há mais de 15 dias. Ela pegou a primeira ficha do dia, mas não tinha previsão da chegada do médico até as 9h.
Severino Antônio de Pontes, de 66 anos, vive uma situação parecida. Ele foi o oitavo a chegar na fila com sua sobrinha e aguarda um médico desde as 7h. Severino saiu de um sítio localizado no município de Pedras de Fogo, a 67km da capital, para consultar um angiologista. Como o paciente tem reumatismo, ele teve que aguardar o médico dentro do carro disponibilizado pela Prefeitura da cidade, mas também não sabe se vai conseguir atendimento.
Severino viajou 67 km para consultar um agiologista
(Foto: Krystine Carneiro/G1)
O Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed) espera a adesão de mil
profissionais à paralisação de atendimentos eletivos pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) no estado. De acordo com o presidente Tarcísio Campos, as
consultas, exames e outros procedimentos marcados em hospitais
estaduais estão suspensas. Em João Pessoa, o Ortotrauma de Mangabeira, o
Hospital Municipal Santa Isabel e o Instituto Municipal Cândida Vargas
tiveram o atendimento prejudicado. Segundo ele, a orientação do
movimento é de que os próprios médicos remarquem as consultas.(Foto: Krystine Carneiro/G1)
A reportagem do G1 fez uma ronda em três hospitais de João Pessoa. Entre eles, apenas o Hospital Universitário Lauro Wanderley estava recebendo pacientes normalmente. No Cais de Jaguaribe, apenas alguns médicos atendiam por indicação do movimento. No Hospital Santa Isabel, os médicos não confirmaram se iriam realizar as consultas agendadas.
Presidente do CRM, João Medeiros, espera grande
adesão ao movimento
O presidente Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), João
Medeiros, espera uma adesão em massa dos médicos ao movimento. "É uma
forma de chamar a atenção da população para termos um melhor
financiamento do SUS, melhores condições de trabalho e,
consequentemente, oferecermos um melhor atendimento", disse. Segundo
ele, em 20 anos houve uma redução de 200 mil leitos nos hospitais
brasileiros. "Por isso é difícil as pessoas que não tem plano de saúde
conseguirem atendimento".adesão ao movimento
Unidades de saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa informou que as unidades de saúde da capital permanecerão abertas para o atendimento à população. “Se o usuário chegar na unidade e o médico não estiver presente, a consulta será remarcada para a data mais próxima para que o paciente não seja prejudicado”, disse o assessor Alex Lacerda.
Em Campina Grande, a gerente de Atenção Básica de Saúde, Joelma Greyce, informou que todas as unidades de saúde do município estarão funcionando normalmente.
Da Redação com G1
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