sábado, 3 de novembro de 2012

Carta a meu Pai, Mané do Boi.


 Emanoel Evaristo Lima Albuquerque Filho de Mané do Boi



Pai,
Pela vida afora, não tivemos tantas conversas como gostaríamos. Assim como muitas coisas não teve a oportunidade de me contar, outras tantas eu nunca te disse.
Hoje compartilho algumas dessas.
Há algo muito importante sobre como sua postura influencia minha vida, que deve saber.
Certa vez estava sentado com um grande amigo, entre boas brejas e um excelente papo, quando recebo de sopetão uma pergunta inesperada. Questionava ele, “se tivesse que dizer qual característica mais admira em seu pai, o que seria?”

 Refleti por longos minutos,  até encontrar a resposta.  Óbvia.
“Se tivesse em minha frente a oportunidade de descrever meu pai em uma única qualidade, o diria ser um homem generoso.”
E a grandeza dessa generosidade sempre se fez presente em seus atos como Homem público e como pai, os quais nunca estiveram distantes de um coração sem tamanho.

Pai,
Contigo aprendi a ser fiel a meus princípios.
Aprendi a agir com presteza, pois quem chega primeiro na fonte bebe água limpa.
Aprendi a ser magnânimo e a mirar mais alto do que desejava acertar.
Compreendi ainda o peso das origens de um homem em sua vida.
O valor inestimável das amizades.
E a coragem de fazer o impensável quando todos discordam de você.
Pai,
Fui atrás de meus sonhos. Os alcancei, mas tenho novos. Vivo intensamente, trago comigo o melhor do que aprendi, lido com as falhas – erro como nunca, na verdade -, e tenho plena certeza de que a maior perfeição na vida de um homem são os obstáculos que enfrenta, pois neles, e somente neles, nasce a força da qual necessitamos para arrancar nossos desejos mundo adentro. Pois sim, sou um desbravador convicto, eterno conquistador de novas terras e devorador de conhecimento.
E se hoje está presente diante de você esse Homem, saiba que meu orgulho por você é sem fim. Que sou imensamente grato pela criação que recebi; dos acertos, dos desacertos, das brigas. Personalidade não nasce sob chuvas leves. É forjada em tempestades.
Se caminho altivo e realizo grandes feitos, esse é seu legado.
Que estejamos juntos – como infelizmente não estamos agora – por muitos anos vindouros.

Pai, eu te amo.”

 Mário Luiz (Carioca) com

Texto adaptado de Guilherme Nascimento Valadares

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