segunda-feira, 10 de junho de 2013

Depois de confronto com a polícia, manifestantes são detidos no Rio

Protesto contra o aumento da passagem de ônibus terminou em tumulto.
Para dispersar a multidão, PM usou bombas de efeito moral.

Manifestantes queimaram cones de sinalização durante protesto no Rio (Foto: Marcelo Fonseca/Brazil Photo Press/ Estadão Conteúdo) 
Manifestantes queimaram cones de sinalização durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio (Foto: Marcelo Fonseca/Brazil Photo Press/ Estadão Conteúdo)
Terminou por volta de 19h30 desta segunda-feira (10) o protesto, no Centro do Rio, contra o aumento da passagem de ônibus. No entanto, a Polícia Militar permanecia no local por volta das 21h, já que alguns manifestantes continuavam nos arredores, com o objetivo de prosseguir com o protesto.
Pelo menos 34 acabaram detidos. Um foi encaminhado para a 4ª DP (Praça da República), segundo informou a Polícia Civil às 19h50. Outros cerca de 30 manifestantes foram levados para a 5ª DP (Mem de Sá), de acordo com o delegado Antônio Bonfim Neto,  para prestar esclarecimentos. Destes, sete eram menores e somente um será preso. O nome da pessoa não foi divulgado, mas ele, que é acusado de dano ao patrimônio, só será liberado após pagamento de fiança.
A manifestação, que começou pacífica, terminou em confronto com a Polícia Militar, que fez uso de bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar a multidão.
Vários manifestantes foram detidos. Pelo menos um deles, tinha coquetel molotov, segundo polícia (Foto: Priscilla Souza/G1) 
Vários manifestantes foram detidos, segundo a
polícia (Foto: Priscilla Souza/G1)
Cerca de 300 manifestantes que se concentraram nas escadarias da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, no Centro, por volta das 17h30. De lá, eles seguiram pelas avenida Rio Branco, Rua Araújo Porto Alegre, Avenida Presidente Antônio Carlos, Rua Primeiro de Março e, por fim, Avenida Presidente Vargas. As vias foram fechadas para a passagem dos manifestantes
Confronto
O tumulto começou na Avenida Presidente Antonio Carlos, quando parte dos manifestantes cercaram dois ônibus. Policiais do Batalhão de Choque usaram dezenas de bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar a multidão.
Os manifestantes, então, saíram correndo pela Rua Primeiro de Março e, em resposta, alguns jovens jogaram coquetel molotov contra a polícia, queimaram lixo e entulho para interditar a rua, além de arremessar cocos e pedras contra os agentes.
O confronto causou pânico a quem passava pelo local e vários estabelecimentos comerciais fecharam as portas às pressas. Os muros do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) foram pichados e pelo menos uma vidraça da Igreja Nossa Senhora do Rosário foi quebrada.
Com medo, trabalhadores se "refugiam" em agência bancária. (Foto: Priscilla Souza/G1) 
Com medo, trabalhadores se refugiaram em
agência bancária (Foto: Priscilla Souza/G1)
Pânico no Centro
Da Rua Primeiro de Março, os manifestantes fugiram da polícia pela Avenida Presidente Vargas, que chegou a ser totalmente interditada – as quatro pistas. Lá, houve novo confronto entre manifestantes e policiais do Batalhão de Choque, do 5º BPM (Praça da Harmonia) e agentes da Guarda Municipal, que jogaram outras bombas de gás lacrimogêneo na via.
O confronto aconteceu por volta das 18h40, horário de grande movimentação na Avenida Presidente Vargas, que abriga inúmeros prédios comerciais, que fecharam as portas. Quem saía do trabalho foi surpreendido pelo tumulto. Alguns chegaram a passar mal com o gás lacrimogêneo e houve corre-corre. Com medo, várias pessoas se refugiaram em uma agência bancária até que o tumulto acabasse. Por volta das 19h10, o trânsito foi liberado na via.
Faixas e cartazes
Para os motoristas que reclamavam do tumulto causado, manifestantes exibiam uma faixa: "Desculpe o trânsito. Estamos lutando pelos seus direitos". No ato público, foram utilizados também um carro de som e cartazes. Num deles, a estudante Débora Trajano escreveu um pedido de "carona" ao prefeito Eduardo Paes e reclamou da nova tarifa.

"Eu acho que esse aumento é só mais uma das mazelas dos governos Eduardo Paes e Sergio Cabral. Essa medida recai sobre todos os trabalhadores e estudantes. Ele [Paes] está descumprindo uma das promessas de campanha", disse a estudante.
Inicialmente, cerca de 50 policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) acompanharam o ato público. No entanto, o efetivo foi reforçado por causa dos confrontos e a tropa de Choque foi acionada.  Agentes da CET-Rio acompanharam todo o protesto para orientar o trânsito na região.
Manifestantes voltam a protestar contra tarifa de ônibus no Rio. Polícia usou spray de pimenta, bomba de efeito moral e foi atingida por cocos. (Foto: Fabio Teixeira/Folhapress) 
Manifestantes voltam a protestar contra tarifa de ônibus no Rio. Polícia usou spray de pimenta, bomba de efeito moral e foi atingida por cocos. (Foto: Fabio Teixeira/Folhapress)
Manifestantes se reúnem no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Manifestantes se reúnem no Centro do Rio (Foto: Reprodução/TV Globo)
 
Mário Luiz (Carioca) com G1

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